quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Lord Dri e Dark Rose - por Nilka Costa

Esta é uma história produzida pela escritora Nilka como homenagem aos personagens do Castelo do Lord Dri.
Agradeço a Nilka por sua colaboração e carinho aos personagens e pelo seu tempo dedicado para a criação desta história que pode ser considerada como um dos capítulos finais de um outro ponto de vista.
Abraços Adriano Siqueira
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Lord Dri e Dark Rose
por Nlka Costa nilkacosta@bol.com.br
Lord Dri e Dark Rose dormem após uma doce entrega. De repente o quarto é invadido por música de piano. Lord conhece bem a melodia como também quem a toca. Levanta-se sem acordar sua companheira e se dirige resoluto a sala de recitais. Ao adentrá-la o pianista já não se encontra diante do instrumento. A sala aparenta estar vazia, mesmo assim a sinfonia persiste.
- Velhos hábitos nunca mudam, não é cara minha! – afirmou Lord Dri – Eu já havia sentido sua presença, mas pensei que você não surgiria em razão d’eu estar acompanhado...
Mal ditas às palavras e se inicia o ataque. Lord Dri é agarrado pelo pescoço e ambos, algoz e vítima ficam a metro e meio do chão. Ele sendo esganado. Ela sorrindo. Sim, o inimigo é uma mulher.
Ela inicia, com toda sua fúria, um balé nos ares da sala tentando liquidar seu oponente. Ele não apresenta reação alguma, olha para ela com carinho e ternura, deixando-a ainda mais furiosa.
De repente a mulher é golpeada. É Dark tentando proteger Lord.
- Não Dark! Não a ataque! – grita em vão Lord.
A mulher desvia sua atenção de Lord e ataca Dark. Com um rufo de força ela arremessa Dark para o outro lado e a dependura contra a parede, usando esta mesma força para esmagá-la gradativamente. Dark Rose sente que algo a está macerando, algo invisível. É como se a gravidade ao redor do seu corpo estivesse sendo retirada. Ela não consegue respirar.
- Nilak, pare! – ordena Lord Dri – Nilak, eu te ordeno, cesse o ataque! Agora!
Ela apenas sorri para Lord. Nilak os tem presos, bem presos. Nilak olha a nova vampira agonizando. Esta já tinha golfado um pouco de sangue.
- Você sabe que eu posso me desvencilhar do seu ataque, mas ela... Ela não, por favor, querida, ela não! Poupe-a, por mim.
- Você me conhece melhor do que ninguém, querido. Você sabe que eu não faria mal a ela – responde Nilak desanimada, soltando Dark, repousando-a placidamente ao chão. E como uma centelha elétrica retorna ao piano, deixando Lord, continuando a dedilhar as teclas como se nunca tivera saído dali.
- Este, digamos, ataque, não é um terço do que eles serão capazes de fazer com ela, e você sabe muito bem disso, Dri.
- É por isso que preciso de você, minha amiga. Ou melhor, precisamos... – diz em quase sussurro se aproximando de Nilak.
Nilak fecha o piano, se dirige até Dark. Esta recua temerosa. Nilak a suspende de um golpe só e a põe de pé. Ajeita suas vestes, os cabelos, limpa o sangue de seu queixo com os próprios cabelos. Faz menção de se curvar qual uma reverência a majestade, todavia não se inclina. Voltando-se para Lord sentencia:
- Desta vez não! Não conte comigo! Eu não aceito mais esta incumbência. Se você transformou esta daí, agora a responsabilidade é sua. Treine-a você!
- Não me deixe Nilak! Você sabe que eu posso obrigá-la, mas não farei isso em razão dos meus sentimentos por você. Por favor, você é a única que pode!
- Não, eu não farei. Quanto a ser apta, você é muito mais forte do que eu poderia ensiná-la a se defender ao invés de torná-la uma Cortesã.
- Nilak, minha Nilak, sempre rígida em seus conceitos. Você precisa aprender a ser mais maleável.
- Novamente com este discurso enfadonho?
- Se te irrita tanto os meus ensinamentos as minhas pupilas, por que não aceita ser a mais honrada delas? Por que não aceita a minha oferta e deixa de ser uma, uma...
- Serva? Cativa? Acho melhor mudarmos de assunto, pois sua garotinha está com muitas dúvidas tortuosas na cabeça – diz indicando Dark no canto, olhando-os com cara de descontentamento.
Lord Dri sorri para amante e se dirige a ela. Sussurra algo doce em seu ouvido que irrita Nilak profundamente, enlaça seu corpo com volúpia e a beija para que ela não proteste. Ambos saem para o quarto. Lord carrega Dark nos braços embalando-a como se fosse uma criança terna.
- Lord, eu não posso deixá-lo com aquela mulher, não depois do que eu vi.
- Não se preocupe doce Dark, eu não sofrerei ataque algum. Nilak é uma velha amiga. Ela está aqui para nos ajudar. Lembra-se dos perigos, dos riscos que você passou a correr quando se tornou uma de minha espécie? Ela é de suma importância para sua defesa, vai treiná-la...
- Eu não quero ser treinada por ela. Ela mesma disse que você é muito mais forte – interrompe-o irritada.
- É diferente! Eu não posso lhe dizer o porquê, ainda não é o momento, porem você precisa confiar em mim. Agora deite e durma, em breve estarei com você. – interrompe Lord depositando o agradável fardo no leito protetor – Você acabou de nascer para a Noite e precisa de mais repouso agora – responde sentenciando a conversa ao fim.
Carinhosamente Lord se despede e fecha a urna de Dark, não sem algumas manhas de revolta de sua parceira, que Lord silencia com beijinhos, carícias e seu olhar. Na verdade, Dark não sabia, mas é dominada pelo olhar de sue amante, pois Lord tem uma longa tarefa pela frente... Tornar aliada sua ressequida amiga.
Após colocar Dark para dormir retorna rapidamente para a sala de recitais. Lá, Nilak saboreia de maneira excitante seu Narguile, recostada na namoradeira escarlate.
- Você está cada vez mais bela, cara minha – galanteou Lord sentando-se ao lado de Nilak.
- E você sempre cortejador, my Lord. Sei que minha entrada foi um tanto intempestiva, mas eu tinha que mostrar o grande erro que você cometeu.
- Não cabe a você dizer isso a mim.
- Vai evocar o Código Servil, my Lord? Perdoe minha insolência, entretanto confesso que não consigo mais vê-las morrer. Causa-me muita dor vê-las exterminadas.
- Você acha que eu não sinto também? Você estava lá comigo tentando salvar... – pára com a voz embargada.
- A humana, não é?! Eu ainda ouço os gritos dela – contesta Nilak com dentes cerrados de ódio.
- Como também os beijos... Não é?
Nilak levanta-se de um salto. Lembrar da humana a deixa transtornada. Ela caminha de um lado para o outro qual animal feroz enjaulado.
- Não vim aqui para falar dela. Vim porque não pára de me invocar desde que conheceu esta aí. Cá estou em que posso ajudá-lo?
- Você sabe, treine Dark Rose.
- Eu já disse não! Treine você! Enfoque suas forças em ensiná-la a se defender ao invés de perder tempo acasalando!
- Não fale assim comigo! – ordena Lord Dri.
Nilak se detém diante de Lord Dri. Olha-o aguçadamente e curva-se fazendo-lhe reverência.
- Perdão my Lord, eu te imploro, não me force a esta incumbência esta tarefa será o meu fim, eu imploro – suplica a defensora com voz embargada.
Lord Dri penalizado ajoelha-se com ela e ergue carinhosamente seu rosto. Que sensação maravilhosa, ter o toque de um ser tão sublime quanto Lord Dri. A respiração de Nilak torna-se convulsa. Seu peito parece querer arrebentar de tanto inspirar e expirar. Eles estão frente a frente e cada vez mais próximos, quando Nilak capta os sonhos desejosos de Dark Rose em seu leito e levanta-se abruptamente.
- Você é igual aos demais, seja humano ou vampiro, sempre os mesmos instintos primitivos. Vai trair a sua Rosa Negra? Por acaso quer me ensinar a arte do amor de um vampiro? – fala desdenhosamente.
- Acho que não lhe seria ruim, minha cara. Assim você poderia externar seu lado fresco, cálido como a água pura...
- Mas como my Lord mesmo disse, sou qual água, pois sei ser doce e refrescante como uma fonte fecunda, mas não se esqueça das violentas cheias e enchentes que causam devastação por onde passam.
- Este humor acre de Maria! Nunca me esqueço dela. Como você se parece com ela. Mais uma característica passada as gerações além do pessimismo e da solidão.
- Já está para amanhecer, my Lord. Aconselho-o a se retirar.
- Eu vou depois que você aceitar minha tarefa.
- Então acho que vou vê-lo virar pó. Foi um prazer conhecê-lo Dri.
- Sem piadas Nilak, o que me diz?
- Minha resposta é a mesma. Por esta noite vocês estão protegidos. Olhei os arredores antes de entrar e cuidei para que nada adentre sem que eu saiba.
- Por acaso vou ter que solicitar a Maleus que intervenha nesta nossa “negociação”?
- Não perca seu tempo, my Lord. Maleus também está “treinando” uma pupila.
- Verdade? Uma nova humana especial?
- Esta não é como a sua. Não que ela não será dispensada da mesma maneira trágica. Maleus reencontrou o Cordeiro.
Lord Dri nada diz. Ele sabe o que isso significa e que não pode contar com o amigo por um bom tempo. Assim ele tem duas opções: procurar ajuda de outra Serva ou obrigar Nilak a obedecer sem que ela note esta coerção, pois ser rígido pode custar membros valiosos do corpo de Dark durante as aulas. Mas ele pensará nisso outra hora. Ambos se dirigem ao quarto. Lord se deita junto de Dark, que se aninha em seu corpo. Nilak de um salto se posta no patamar da janela e assim inicia sua vigília.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mais um otimo conto by Nilka!
Adorei seu conto linda! criativa e como sempre.

PorUmMomento disse...

Parabéns! ótima narrativa, a qual transporta a gente para dentro do contexto, fazendo esquecer por um momento o mundo aqui fora.
Leitura que me deixou em movimento, em ação, querendo apalpar as personagens...
Seus contos, um prazer... seus textos, um aprendizado, sua criação, somente aplausos...

Doce Vampira disse...

Eu simplesmente adoreiiiiiiiii seu blog!!! Tanto que montei um com o mesmo fim... Mensagens Góticas e vampirescas... Não sei mecher muito bem aindaaa... mas vou pegar um jeito! Depois da uma passada por la okay?

Blood kisses