quinta-feira, 30 de junho de 2011

FUTURO SOMBRIO Autores: Adriano Siqueira e Nelson Magrini




FUTURO SOMBRIO
Adriano Siqueira e Nelson Magrini



“Eu não tinha como saber se minha descoberta mudaria nosso futuro. O que eu sabia é que precisava divulgar esta descoberta. Neste atual ano de 2304 nossos alimentos ainda são derivados do sangue. Sangue humano. Como nossos ancestrais vampiros, porém, usamos apenas, uma propriedade do sangue humano. Descoberta apenas há 200 anos através de estudos feitos em um único vampiro morto, achado no Amazonas, no século 21. Era extraído apenas o sangue humano da propriedade Tensor de tensões que define o estado de tensões num determinado ponto do corpo. Está propriedade não existia sem uma tensão no corpo e por isso os cientistas antigos não a achariam se não fosse retirada na hora certa. O corpo humano precisava passar por uma certa tensão para adquirirmos esta propriedade. Às vezes um susto ou mesmo euforia ou medo. Quase como adrenalina, porém rico em proteínas. Essas mudanças químicas acionadas pela tensão geravam a maior parte dos alimentos para os vampiros. Os cientistas descobriram esta propriedade no sangue humano e perpetuamos a nossa espécie. Mas se os humanos agora vivem mais de 200 anos e se alimentam desta propriedade sanguínea seria difícil acreditar que ainda somos humanos. Se não somos humanos também não somos filhos de Deus... De quem será a Terra então”?
- Abram!!! Abram!!!
- Mas quem será a essa hora?
- Viemos para tomar o que é nosso!!!
- Tummmff Aghhhhh!!!

# #

- A gravação terminou coronel. É tudo que temos... Fora o corpo com uma estaca enfiada no peito.
- Aquele corpo, Soldado, era de um dos maiores visionários deste mundo moderno. Era amado pelo nosso povo e suas descobertas ajudaram muitos doentes.
- Sinto muito senhor. Eu não sabia que aquele homem era tão importante.
- Ele era também... Meu irmão.
- Senhor isto foi encontrado ao lado do seu corpo...
- Uma rosa? Essa não!
- Alguma pista senhor?
- Pista? Este é o nosso próprio túmulo... A rosa não tem espinhos. E isso só aconteceu uma vez... Antes de Lilith ser expulsa do paraíso... Ela voltou e seus filhos, os demônios, querem vingança...

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O homem se recostou na poltrona e ficou olhando para a janela às escuras, muito embora, não olhasse para lugar algum em específico. Ele ouvira a gravação uma centena de vezes, e ainda assim, acreditava que deixara passar alguma coisa, um indício, pista, o que fosse. O coronel mencionara a nome Lilith e mencionara a palavra demônios, ele fora bastante enfático, inclusive, mas e daí? Lilith pertencia a uma lenda antiga, ou crendice, como prefeririam alguns. Falar em Lilith era o mesmo que falar em Adão e Eva, e em todas as implicações que daí derivavam, e nesse instante, o solo da racionalidade desabava. Tomar aquilo como possibilidade real era, no mínimo, exótico, além de obrigá-lo a adentrar em um terreno pantanoso, onde o conhecimento cético e prático perdia a valia, e a partir daí, qualquer hipótese se tornava factível, por mais fantasiosa que fosse.
O homem balançou a cabeça, se levantou e saiu ao terraço, observando a cidade, distraído. Ele sempre considerara o coronel um homem bastante pragmático e racional, mas agora, colocava em dúvida aquela conjectura. Apesar da humanidade ter adentrado ao século XXIV, e ter cada vez mais conquistado avanços na Ciência e tecnologia, logo após a descoberta da propriedade Tensor, e conseqüente mudança nas pessoas, a lenda da origem dos vampiros por Lilith passou a ganhar força, em breve se transformando em uma religião, mas nunca desconfiou que o coronel fosse simpatizantes dessas crenças. Possivelmente, a morte do irmão o havia abalado muito mais do que transparecia.
O homem olhou para a rua abaixo, se indagando o que pensariam aqueles que ali passam, se soubessem do ocorrido?
- Uma estaca no coração, merda! – praguejou de súbito, por entre os dentes cerrados, contrariado. - Era tudo o que a mídia desejaria, além de minha cabeça em uma bandeja! – completou, em voz alta.
Ele se voltou devagar, sentando-se à poltrona outra vez, agora pegando o relatório oficial da investigação, relendo-o. A área técnica garantia que não havia nenhum ruído de fundo significativo, salvo um pequeno silvo à distância, que ainda não havia sido identificado. No mais, era uma gravação padrão, destituída de imagens, que fora iniciado no instante das batidas à porta da vítima. A rosa sem espinhos ainda era um mistério, e continuava sob análise, salvo, é claro, pelo coronel, que a atribuía a Lilith e aos demônios, e fora aí, que a lenda entrara.
O homem jogou os papéis por sobre a mesa e se recostou, apertando os olhos. Estava cansado, e misturar lendas e crendices com fatos, não era uma receita muito propícia, principalmente para se desvendar um crime. Ele se levantou, concluiu sua taça de sangue e se dirigiu ao quarto. Em breve amanheceria e precisava repousar. Sabe-se lá porque, uma frase lhe veio à mente:
Se não somos mais humanos, de quem será a Terra, então?
Por um segundo, se deteve, tentando se lembra onde ouvira aquilo, ou mesmo, seu significado. Passado uns instantes, desistiu, foi ao quarto e se deitou. No entanto, não adormeceu de imediato. Longe, bem no fundo do inconsciente, uma voz lhe repetia:
...de quem será a Terra, então?





Sobre Adriano Siqueira
Escrevo sobre vampiros e terror. Comecei em 1996 desde então, tenho muitos contos distribuidos pela internet. Sou colecionador Adoro fotografia e produzo também Curtas, HQs, radionovelas e Quadros! Sou proprietáio do site www.adoravelnoite.com que é destinado aos que apreciam os vampiros. Em 2008, tive a minha primeira participação em livro. O livro "AMOR VAMPIRO"(2008) que tem sete escritores. Em 2009 participei do livro DRACULEA, o livro secreto dos vampiros e METAMORFOSE A fúria dos Lobisomens. em 2010 fui convidado a participar das antologias Tratado secreto de Magia e Draculea parte 2 - em 2011 lancei o meu livro solo sobre vampiros e terror - Adorável Noite pela editora Estronho. www.adoravelnoite.com Adriano Siqueira siqueira.adriano@gmail.com


Sobre Nelson Magrini

Um nome de destaque no segmento de terror nacional, Nelson Magrini é paulistano e formado em engenharia mecânica pela Universidade Mackenzie. Atuou como Consultor Internacional de Gestão Empresarial e também como pesquisador e estudante de Física Quântica. Entre seus principais hobbies estão a música e a literatura de ficção e sobrenatural. Começou suas atividades como autor a partir de 2000, com projetos, voltados tanto para o público adulto quanto para o pré-adolescente, trazem como principais ingredientes suspense, aventura e elementos sobrenaturais. Publicou dois romances de terror pela Editora Novo Século, ANJO A FACE DO MAL e RELÂMPAGOS DE SANGUE, além de ter participado da coletânea AMOR VAMPIRO, da Giz Editorial. - http://nmagrini.blogspot.com/

terça-feira, 28 de junho de 2011

A ADORÁVEL NOITE DE ADRIANO SIQUEIRA - por Camila Baos



A ADORÁVEL NOITE DE ADRIANO SIQUEIRA
O diagramador, colecionador e escritor de contos vampirescos fascina jovens leitores há 15 anos
Por Camila Baos

O último dia 13 de maio foi um marco na vida de Adriano Siqueira: no Pier 1327, restaurante localizado na Vila Marina, Zona Sul de São Paulo, foi lançado o livro Adorável Noite, obra que reúne as melhores histórias de terror criadas pelo paulistano. O evento concretizou algo esperado com ansiedade pelo autor de contos vampirescos: após 15 anos publicando narrativas na internet, a coletânea foi seu primeiro projeto solo lançado para o grande público.

Adriano não poderia estar mais satisfeito. O escritor de 46 anos, dono de cabelos castanhos, sorriso dócil e um cavanhaque já grisalho, sempre foi fascinado pelo vampirismo e ficção em geral - e ansiava por ver seu hobby materializado em livro. “Esse momento é muito engrandecedor para mim. É o meu livro, fruto de um trabalho de anos”, afirma ele, com os olhos azuis esverdeados brilhando. Diagramador e designer gráfico de profissão há 20 anos, a produção de contos vampirescos sempre foi uma atividade paralela, algo que ele fazia apenas pelo prazer de criar.

O interesse pelo universo dos vampiros começou cedo, e sua influência pode ser percebida em diversos aspectos da vida de Adriano: os gostos, a rotina, a carreira e até mesmo as roupas. É comum ver Adriano com roupas pretas ou vermelhas (as cores do vampirismo, afinal) ou usando camisas com estampas de livros, séries e músicas desse universo. Sempre que comparece a eventos do gênero, usa roupas que lembrem o vampirismo. Pudera – Adriano tem uma vasta coleção de artigos vampirescos.

Seus primeiros contatos com o universo fantástico foram aos 10 anos. “Coleciono artigos desse mundo desde pequeno. Sou fã de Histórias em Quadrinhos de super-heróis, terror, espionagem e principalmente vampiros”, conta o escritor. “Em 1976, quando comecei minha coleção, o terror estava no auge, e havia muitos títulos direcionados aos adolescentes. Foi a minha era de ouro nos quadrinhos”. Dono de uma invejável coleção composta por livros, filmes, bonecos e “tudo mais que existe sobre vampiros”, como Adriano gosta de dizer, hoje seu acervo conta com diversas raridades. “Entre os artigos raros, gosto muito do Manual prático do vampirismo, do Paulo Coelho e Nelson Liano, e dos primeiros números do Conde Drácula, da Marvel”, relata o colecionador. “Mas os meus preferidos são as matérias da Revista Planeta, da década de 80”.

Em sua adolescência, na década de 80, o vampirismo e outras séries de terror estavam na moda. Programas populares, como os filmes de Christopher Lee, e as Histórias em quadrinhos tiveram grande influência sobre ele, que foi construindo conceitos e personagens próprios do vampirismo. Entretanto, foi só em 1996, quando teve acesso a um computador, que Adriano começou a produzir seus próprios contos. “A primeira história que escrevi foi Paixão Mortal. Ela mostra a angústia de um homem que, toda noite, se torna presa de uma vampira”. Por ser seu primeiro conto, Adriano reserva um apreço especial para Paixão Mortal – narrativa que também marcou sua entrada no mundo virtual. A princípio, ele enviava as histórias por e-mail para alguns interessados; mas os fãs foram aumentando, e por isso o escritor resolveu criar, em 2000, um site para divulgar suas produções – era a página Adorável Noite (atualmente disponível no endereço www.adoravelnoite.com), que trata sobre vampiros e literatura nacional. Em seus projetos, Adriano publica não somente seus contos, mas também os de vários autores nacionais – uma de suas convicções é de que os novos autores merecem espaço na mídia para divulgar seu trabalho, o que valorizaria a literatura nacional. “Tenho um projeto de entrevistas no site com novos autores da literatura fantástica nacional. Acho importante impulsionar essa área no Brasil. Já ajudei vários escritores a divulgarem seus trabalhos. E, por isso, adquiri experiência para divulgar meu próprio trabalho”.

O site Adorável Noite foi a porta de entrada para mudanças em sua vida. Interessado em divulgar novos trabalhos, Adriano sempre manteve uma relação próxima com os fãs, recebendo elogios e sugestões. Foi em uma dessas ocasiões que conheceu Camila Moura, 28 anos, estudante de jornalismo e sua esposa há dez anos. Além disso, o site, bastante organizado e com conteúdos diversificados, ajudou a reunir a produção de Adriano, que antes ficava esparsa na rede. Com isso, o Adorável Noite se tornou uma das principais referências sobre vampirismo do Brasil.

Contudo, o boom do site só ocorreu em 2002, com o início da novela O Beijo do Vampiro na Rede Globo. A novela, muito popular, reacendeu o interesse pelos vampiros no Brasil – e Adriano foi procurado para esclarecer esse universo. Desde então, sua vida mudou: antes um escritor que pouco interessava às editoras, Adriano passou a ser convidado para participar de coletâneas sobre vampiros. “Meu nome era um dos carros-chefe da publicação, pois chamava o público”. Nesse sentido, o livro Amor Vampiro (2008), coletânea de contos vampirescos de vários autores, foi o mais importante, pois abriu caminho para várias outras participações.

Hoje, a rotina de Adriano está totalmente adaptada à paixão pelo vampirismo. “Durante o dia, trabalho com editoração eletrônica na Prána Editora, diagramando os jornais Balcão Automotivo e Reparação Automotiva. De noite, reservo um tempo para a família. É só de madrugada que consigo cuidar dos meus contos, assinar contratos, dar entrevistas, atualizar meu site...”, conta Adriano, que assume ser viciado em café e fumar um maço de cigarro por dia. Depois do lançamento do livro, dar entrevistas se tornou algo comum para ele. “Aos fins de semana, costumo ir a eventos desse universo, registrando tudo em fotos em vídeos. Também sou fotógrafo, o que ajuda bastante na divulgação do meu trabalho”.

Foi assim, do esforço de divulgação em eventos e redes sociais, que o livro Adorável Noite finalmente foi lançado pela editora Estronho. Reunindo 66 de seus melhores contos, a coletânea incha Adriano de orgulho: “Jamais vou esquecer Adorável Noite. Ele é resultado de todo o meu trabalho como escritor, pois reúne contos de várias épocas diferentes. É uma grande alegria poder mostrar ao público o que escrevi de melhor nesses 15 anos”, comemora. “Os meus preferidos são Olhos Negros, sobre a eternidade do vampiro, e O Fotógrafo, um dos meus contos mais lidos”.

A paixão pela escrita que Adriano demonstra nos faz acreditar que, com o lançamento de seu primeiro livro, seu objetivo profissional foi atingido. Engana-se: o sonho do paulistano são os seriados de televisão. Em 2006, ele já produziu alguns curtas (disponíveis no site Youtube), como Caçador Noturno e Noite de Caça. Com a carreira de escritor reconhecida no mercado editorial, ele tem esperanças de que consiga produzir seu próprio seriado. “Adoro filmes de terror, e queria fazer um seriado com essas características. Gostaria de transformar algum dos meus contos em seriados voltados para as crianças e adolescentes, que são meu principal público”. E, ao ser classificado como “expoente nacional” pela repórter, Adriano diminui o elogio: “Ah, ainda não cheguei nesse nível... mas espero que, com esse novo livro, possa chegar. Meu trabalho me dá muita alegria”.


Perfil produzido por - Faculdade Cásper Líbero
Disciplina: Jornalismo Básico II – Prof. Igor Fuser
Nome: Camila Oliveira Baos 2 JO C

Resenhas sobre o livro Adorável Noite

Olá pessoal,
O livro Adorável Noite foi lançado em maio e já tem muitas resenhas sobre o livro. Confiram nos links abaixo:

http://towerofreading.blogspot.com/2011/06/resenha-adoravel-noite-adriano-siqueira.html

http://amagiareal.blogspot.com/2011/06/adoravel-noite-adriano-siqueira.html

http://alemdasestrelas.wordpress.com/2011/06/20/adoravel-noite/

http://livrosanonimos.blogspot.com/2011/06/adoravel-noite.html

http://arenafantastica.com/2011/05/24/especial-adriano-siqueira-parte-6-resenha-do-livro-adoravel-noite/

http://www.skoob.com.br/livro/resenhas/165619






domingo, 26 de junho de 2011

Matéria - Um Cálice de Sangue - por Daiane e Vanuza




Matéria produzida por Daiane Andrade e Vanuza Machado estudantes de jornalismo da UNIBRASIL - Curitiba - PR - junho de 2011



Um cálice de sangue, por favor

Por Daiane Andrade e Vanuza Machado


Criado pela humanidade, o mito do vampiro – um ser que pertence ao submundo e à escuridão e que depende de sangue fresco para sobreviver – tem raízes profundas em vários países do globo, há séculos. São histórias muito antigas, salpicadas de batalhas entre o bem e o mal, a luz e as trevas, a vida e a morte, e que mesmo hoje ainda povoam a imaginação de adultos e crianças. Porém, ao contrário de se tornar ultrapassado, batido, esse tema vem sendo reinventado, e o resultado disso é a conquista de mais e maiores espaços, inclusive aqui, em terras tupiniquins.


Mas a inserção da fantasia na literatura nacional não é fruto do acaso. Antes, deve ser pensada como um subproduto do sucesso de filmes e seriados de televisão estrangeiros – as febres – como a saga “Crepúsculo”, baseada nas histórias de Stephanie Meyer, “Os Diários do Vampiro”, inspirados nos livros de L.J. Smith, e “True Blood”, adaptação das novelas de Charlaine Harris. Não há como negar a influência dessas obras no aumento das vendas de livros de ficção sobre o tema no mundo todo.


Há cerca de duas décadas, o brasileiro não tinha lá muita afinidade com a chamada literatura fantástica – nome dado a esse tipo de narrativa ficcional. Fato é que pouco ou nada se lia sobre lobisomens, bruxas e vampiros, mesmo com todo peso da fama de Bram Stoker, Anne Rice e outros grandes autores do gênero. Entretando, cada vez mais os leitores aceitam e consomem essas obras, e com isso desenham (ainda que a passos lentos) um cenário no qual já despontam os primeiros ídolos made in Brazil.


Exemplo claro dessa nova realidade é o caso do livro “Os Sete”, de André Vianco, que nos primeiros dez anos de edição já ultrapassou a marca de 80 mil exemplares vendidos pelo Brasil. Esse número, em análise superficial, pode até ser encarado como modesto, mas em se tratando de um país com deficiências claras no que se refere à leitura, seja por fatores educacionais, culturais ou econômicos, é uma quantidade que deve ser, no mínimo, respeitada.
Além de Vianco, há ainda outros escritores em ascenção no palco nacional entre os quais estão Adriano Siqueira e Giulia Moon. Cada autor idealiza e dá vida aos seus personagens, conferindo-lhes características, traços e personalidade únicos, de modo a atrair e envolver o leitor. Depois, é só contextualizar – na obra “Bento” (2003), Vianco cria um ambiente inusitado ao descrever um mundo abandonado, que não conhece a ação humana há trinta anos, e onde os poucos sobreviventes se abrigam em fortes militares na tentativa de se proteger dos vampiros e da sua caçada por sangue fresco.


São tramas para todos os gostos, sem dúvida. Até mesmo os modernos vampiros vegetarianos de “Crepúsculo”, tão criticados por fazerem o gênero mocinho – brilham se expostos ao sol, em vez de se transformarem em cinzas, como nos contos tradicionais, e não se alimentam de sangue humano – têm lá os seus vários milhões de admiradores. Isso porque as pessoas aceitaram essa nova receita, e aprovaram o romance entre uma humana e um vampiro, que se aceitam, se casam e até têm filhos.


Entre os autores, a situação é a mesma. A maioria deles julga a mudança como positiva, uma vez que abriu uma nova porta para que o leitor adentre o mundo da literatura fantástica sem precisar passar pelas fórmulas quadradas e cansativas que tínhamos até pouco tempo, e que, fatalmente, acabam tirando o prazer de quem gosta desse tipo de gênero. “Seria a política dos bons costumes interagindo com a ficção fantástica”, explica o autor, Adriano Siqueira. “Não faz muito tempo que as histórias sobre bruxas que usavam partes de animais para fazer os seus feitiços acabaram, e a nova era trouxe as wiccas, que trabalham apenas com as raízes e a natureza. Agora, no caldeirão, somente ervas e raízes”, ironiza. Sobre os vampiros, o autor enfatiza. “Um assunto puxa o outro e, com 'Crepúsculo', não foi diferente, pois embora tenham criado um vampiro mais light, a essência permanece, e é nessa essência que o público vai procurar mais histórias sobre o tema e acaba encontrando os vampiros tradicionais”.


Outra vantagem nesse aumento de obras e de autores de ficção brasileiros é a oportunidade que o público tem de interagir com os escritores e acompanhar a produção das histórias, qualquer que seja a preferência. “Deve ser bem interessante para o leitor conhecer o cara que inventou um mundo que o leitor está ali, descobrindo”, comenta Vianco. Como falam o mesmo idioma e estão cada vez mais presentes nas redes sociais – ambientes amplamente frequentados pelo grande público – a cada dia que passa esse contato fica ainda maior.


Mas o gênero vampiresco no Brasil ainda vai além. O boom no consumo de obras desse tipo também influencia no surgimento de novos autores, apesar de o mercado nacional não ser exatamente como os escritores gostariam. E quem ganha com isso? O consumidor. “Eu adoro ler vários autores diferentes, fico comparando os estilos de cada um, a criatividade, as estórias”, confessa a gerente administrativa Magda Machado. “É sempre bom termos um leque variado de escritores, até para que possamos saber qual a nossa preferência”, conclui.


Seja como for, o que falta agora é conferirmos o trabalho dos nossos autores nas telas de cinema, o que infelizmente até o momento ainda não foi possível. Essa talvez seja a nova meta a ser alcançada, um sonho comum tanto de escritores profissionais quanto amadores. Mas sem pânico! Não há porque iniciar uma corrida desenfreada em busca das telonas brasileiras, até porque, citando Siqueira, “falar de vampiros é um assunto que nunca vai se acabar”.

fonte:
http://vanuzaevans.blogspot.com/

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Promoção Ganhe o livro Adorável Noite mais 9 livros




Olá pessoal,

O blog do escritor Ademir Pascale está fazendo uma promoção (((PARTICIPE DA MEGA PROMOÇÃO FANTÁSTICA 2 - SÃO 10 LIVROS AUTOGRAFADOS))) que vai só até o dia 02/07/2011
Tem 10 livros que serão sorteados incluindo o Adorável Noite.

Corre lá! O link é este abaixo! :-)

http://migre.me/53Wpj


abraços
Adriano Sioqueira

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nova Entrevista para o blog Sociedade das Sombras

Olá pessoal,

Segue mais uma Nova entrevista feita para o blog oficial do livro Sociedade das Sombras que vai ser lançado em breve. A entrevista foi produzida pela Anny Lucard e assim vocês conhecem mais um pouco do meu trabalho e da minha história.
Eu estou participando deste livro "Sociedade das Sombras" com um conto muito interessante sobre bruxas e vampiros.
Para acessar a entrevista visitam o link abaixo.



Entrevista com Adriano Siqueira para o blog oficial do Sociedade das Sombras!

http://sscs-sociedadedassombras.blogspot.com/2011/06/entrevistas-parte-1-perguntamos-aos_13.html?spref=fb



abraços e agradeço muito todos vocês! :-)

Adriano Siqueira

quinta-feira, 9 de junho de 2011

leia história inédita com Adriano Siqueira com personagem!

O escritor Alfer Medeiros (Fúria Lupina) fez uma história me colocando em uma aventura muito interessante e divertida.

Convido vocês a conferirem está história incrível!


abraços e agradeço o Alfer pela homenagem! :-)
Adriano Siqueira

terça-feira, 7 de junho de 2011

História sobre Um Anjo que Ajuda Um Vampiro

Concórdia - por Adriano Siqueira e Eric Novello




Dalton era um rapaz muito curioso. Tinha 22 anos, era Loiro, alto e seus olhos eram azuis. Ele sempre se envolvia com todos os tipos de pessoas e problemas. Para ele, nada importava mais do que conhecer o mundo por completo. E naquela noite ele iria conhecer algo que mudaria a sua vida para sempre.
Dalton estava acompanhado de seus dois amigos, Carlos e Mauro. Eles iam para uma casa abandonada para se encontrar com um homem que lhes mostraria os segredos do vampirismo.
Carlos pede atenção a Dalton e diz brevemente:
 Nada de falar da sua amiga Lecabel, entendeu Dalton?
 Mas eu preciso saber se ela realmente existe. Acho que se o cara que vamos conhecer é um vampiro, ele pode ver o que não vemos. Entende? Eu preciso saber.
Dalton, desde criança tinha visões com esta mulher. Lecabel, a mulher morena, cabelos lisos de 19 anos Ela sempre o perseguiu, em sonhos, em visões. Por vezes até ouvia as suas respostas monossilábicas. "Sim", "não" e hoje mesmo, quando ele estava saindo da sua casa, ouviu-a dizer "não". Mas ele queria saber mais sobre ela.
Estava apaixonado e faria de tudo para conhecê-la mesmo ela se negando a falar. O nome Lecabel foi um nome que ele escutou enquanto estava acordando pela manhã... ouviu três vezes. Nunca tinha escutado um nome tão diferente, mas mesmo assim, nunca mais esqueceu.
A casa não tinha luz, apenas velas colocadas em um único quarto. O homem de aproximadamente 40 anos estava lendo um livro muito antigo.
Ele os olhou com indiferença e falou com eles sem tirar a atenção do que estava lendo.
 Trouxe o que pedi?
Mauro, que era o mais medroso, disse:
 Está aqui senhor! O sangue que pediu.
Carlos deu a mochila para Mauro e dentro dela havia oito sacos de sangue.
Dalton disse impressionado:
 Onde conseguiu isso? Vocês roubaram sangue?
Carlos se defendeu:
 Vai por mim, Dalton! Vai valer a pena!
O homem pega a mochila... coloca o saco de sangue na frente da vela para ver a cor... Pega todos os sacos e os coloca em um frízer escondido debaixo da mesa. Olha para eles e fica imóvel por alguns segundos. Sem mostrar um sentimento qualquer ele diz:
 Perguntem!
Carlos é o primeiro a perguntar.
 Quanto tempo eu vou viver?
O homem olha para os lados e depois de algum tempo começa a andar pelo quarto. Vai até um castiçal com três velas. Ele apaga duas velas. E diz:
─ Quando esta terceira vela apagar você morre.
 Carlos fica apavorado, mas ele vê o homem se afastar e deixar a vela acesa. Ele aponta para Mauro e diz:
 Sua vez!
Mauro pergunta rapidamente:
 Quanto tempo vou viver?
O homem sorri e diz...
 Então vocês querem saber mesmo o quanto viverão? Que interessante.
Mauro você não corre risco de vida. Viverá muito. Mas se quer algo mais... se quiser uma vida eterna deve fazer um favor para mim.
Mauro engole seco, mas ele balança a cabeça favoravelmente e o homem continua a falar:
 Bom Mauro. Para viver para sempre não é preciso fazer nenhum pacto, nada que exija muita... Coragem. É só apagar aquela vela.
Carlos gritou:
 Não Mauro! Se você apagar aquela vela ele me mata!
 Desculpa Carlos, mas eu quero a vida eterna.
Dalton o impede:
 Você está louco? Este homem está brincando com a gente.
 Saia da minha frente, Dalton! Não quero nem você e nem a sua assombração Lecabel se metendo na minha vida!
 Esperem! O que foi que você disse?
Dalton respirou fundo e disse:
 Lecabel. É uma mulher...
 Eu sei quem é Lecabel! Onde ela está?
O homem furioso pega Dalton pelo colarinho e o levanta.
 Eu quero a Lecabel!!!
 Eu não sei... Ela aparece nos meus sonhos.
O homem joga o corpo do Dalton para o lado e começa a rir.
 Então ela agora tem um cargo diferente. – o homem continua rindo. –
Vamos ver como ela ira ajudá-lo agora, mortal. O homem abre a boca e os caninos pontiagudos aparecem.
Mauro grita...
 Senhor espere! E minha vida eterna? Como fica?
O vampiro arruma um pouco o seu cabelo e respira fundo para voltar ao seu controle e logo em seguida aponta para a vela e diz:
 É só apagar a vela!
Mauro corre até a vela... Ele sorri e apaga a vela. Neste momento uma lança sai debaixo da mesa e atravessa o corpo do Mauro. Ele fica pendurado ao lado da vela.
 Pronto! Pode ficar eternamente ai bem do lado vela.
Depois de muitas risadas ele fica sério e olha para o Carlos.
 Mas não é uma pena! O seu amigo o sacrificou!
Antes que o Carlos pudesse sair do quarto o seu corpo cai sem a cabeça. O Vampiro fica lambendo o sangue da cabeça de Carlos e joga a cabeça para o lado. Ao retomar à sua postura, ele olha diretamente para Dalton. Seus olhos estavam mostrando sinais de ira. O Vampiro começou a falar:
Há muito tempo eu fui preso e torturado por quatro anjos... Eu matei três deles. E advinha qual é o nome do quarto anjo que escapou?
 Le-Lecabel!
 Bingo!!!
O vampiro caminha até Dalton e continua falando:
 Lecabel! É o que chamamos de anjo guardião. Seu anjo! Mas eles só podem proteger mortais... Mortais!
Sua mão puxa os cabelos do Dalton para o lado deixando o pescoço a mostra... – Apenas Mortais!
O vampiro suga uma boa parte do sangue de Dalton. Logo depois faz um corte no seu próprio rosto e passa a boca do Dalton nele. Ele solta o corpo que cai no chão sem nenhuma reação.
 Lecabel! Está no contrato... Você só pode proteger mortais! Este homem agora é um Vampiro! E está é a minha vingança!
O vampiro se retira rindo!

24 horas depois.

 Eu quero voltar!
 Não Lecabel! Não há nada que possa fazer.
 Olha! Eu não sou um anjo comum... Sou guerreira. Ajudei a capturar muitos vampiros! Esse se vingou de mim. Transformou em vampiro o que eu protegia. Não pode terminar assim!
 Astard é um vampiro poderoso! Ele sabe que não podemos interferir.
Seu mortal foi irresponsável e ele pagou por isso! Caso encerrado!
 E se eu deixar de ser um anjo?
 Isso não é um clube Lecabel! O termo meio-anjo não existe!
Lecabel sai daquela sala toda azul e antes de fechar a porta diz:
 Existe amor depois da vida?
 Não tente fugir! Nós vamos caçá-la pela eternidade!
Dalton se levanta e sente uma leve dor no pescoço e uma enorme tonteira. Caminha pelo quarto. Sua boca estava seca e sentia dois dentes bem pontiagudos. Ele escuta uma voz.
 você esta em uma boa encrenca Dalton!
Dalton olha para aquela mulher... Ele a conhece... Já a viu nos sonhos. Só que agora ela usava uma jaqueta de couro e roupas escuras!
 Você é...
 Lecabel! Sim.. ainda sou um anjo mas agora serei caçada! Meus poderes são os mesmos mas.. agora todo mundo pode me ver. Hum... Você fica bem com estes novos olhos verdes!
Eles se abraçam. Isso não seria possível de nenhuma forma existente, mas agora o mundo que eles viviam não existe mais. Os dois vão experimentar agora, uma nova vida, novos perigos surgirão mas também conhecerão uma nova forma de... Amar.

"Lecabel é o anjo que rege o dia 12 de setembro" dia em que foi inaugurado o teatro municipal!...
continua...


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Aquilo que um dia fora a cabeça de Carlos não tinha mais carne ou pele. O processo de limpeza havia durado um ciclo de oito horas. Astard não conseguia lembrar quantos crânios tinha polido no curso de sua vida imortal até aperfeiçoar a técnica. Uma peça fresca como essa não se encontrava disponível no mercado. Agora era ir até o velho livro e encontrar os desenhos certos para a armadilha.

Parte da vantagem de ser um vampiro é ter tempo suficiente para descobrir exemplares raros de obras que muitos julgam inexistentes ou desaparecidas. Foi em uma de suas peregrinações que encontrou um antigo necromante, conhecedor de truques de aprisionamento. Ele não era do tipo que pode ser ameaçado, muito menos por um vampiro. Magos que estudam a vida e da morte sabem manipular a essência que está por trás do sangue dos imortais, o que realmente lhes tira a humanidade e joga de encontro à vida eterna. Por isso a força não era uma opção. Seres que permanecem vivos por magia não devem enfrentar magos, definitivamente.

O velho necromante olhou Astard com desdém. Conhecia seu nome, sabia que em sua casa jamais seria tocado e que poderia transformar a criatura em pó se assim o desejasse. Ciente da cobiça de colecionador do mago, o vampiro tratou de colocar as cartas na mesa. Tinha o cordão de um dos anjos que havia destruído no passado, peça de extremo poder e valor desconhecido. Aquele item sozinho já valeria uma boa quantidade de artefatos, mas Astard tinha um objetivo definido em mente. Em troca queria um dos livros de Amón, especificamente o que ensinava a aprisionar criaturas e divindades dentro de recipientes físicos. Na barganha, acabou deixando parte de seu sangue para estudos. Saiu fraco, mas satisfeito.

─ Foi uma boa barganha, vampiro.

─ Digo o mesmo, velho mago.

Astard aninhou-se no subterrâneo de sua casa, destrancou os armários e pegou o giz e a tinta. Hora de manifestar o lado artista não compreendido. Copiava o desenho com precisão, seguindo o que estava nas páginas empoeiradas do livro. Nos anos de estudo, tentara usar vasos de cerâmica, caixas de madeira e até mesmo lâmpadas metálicas, referência aos gênios míticos, mas esses materiais tinham durabilidade limitada e mais cedo ou mais tarde o espírito aprisionado conseguia fugir causando uma enorme confusão (espíritos aprisionados são muito vingativos, você deve imaginar). Por isso, voltara seus estudos aos ossos humanos, inescapáveis. Não por acaso, os frescos eram os melhores. Tinha se transformado em um bom manipulador, capturado elementais e espíritos errantes, mas seria a primeira vez que aplicaria a técnica em um anjo, então não podia se dar ao luxo de cometer erros.

Um desenho que tinha na base a forma de um pentagrama e no topo as curvas de um coração foi traçado no topo da caveira. Novas linhas surgiram, a caneta dançando sem parar, misturando símbolos de significados há muito tempo esquecidos. Astard deixou a caveira repousar sobre a mesa, a tinta adentrar o osso poroso. No chão, fez o círculo onde derramaria seu sangue. Mas antes, tinha que resolver uma pendência.

No andar de cima, pegou o cadáver espetado na lança e o carregou sobre os ombros de volta ao porão. A sujeira no caminho era desestimulante. Sempre ficava com a facilidade que os humanos tinham de inundar a casa de sangue só por causa de um furo ou dois. Mas dessa vez valeria a pena, já que estava mesmo precisando de um novo lacaio.

Depois de depositar o corpo de Mauro no centro dos desenhos traçados no chão, retirou-lhe toda a roupa do corpo. Tecidos incendiavam com facilidade em transições de estado de magia e ter que reconstruir o porão uma vez fora mais do que suficiente para entender o processo. Ajeitou-se sobre o corpo do jovem e mordeu ferozmente um pouco abaixo do peito. O sangue restante fluiu do boneco sem vida, parte para sua garganta, parte tingindo o chão. Com forças renovadas, pegou uma caixa de vidro com duas tíbias cruzadas e colocou em cima do peito do cadáver. O corpo era fresco, o espírito ainda não havia se desprendido. Iria fazer uma troca.

Dentro da cruz feita de tíbias havia aprisionado há cerca de dez anos um elemental do ar que resolvera rondar seus domínios. Com os anos de conversas e barganhas, sabia que um de seus desejos era sentir-se como um humano. Pois agora teria a chance.

Astard recitou a vigésima oitava página do livro de Amón. Sangue, espírito e oferenda. Uma luz forte envolveu o cadáver e a cruz. A luz se intensificou até se transformar em chamas. O cadáver se retorceu como se nele ainda houvesse vida. Feições humanas balançavam entre as chamas, enquanto o rombo feito pela lança se fechava. Astard acompanhou o espírito de Mauro vagar pelo fogo e ser aprisionado na cruz de ossos, ao mesmo tempo em que o elemental do ar entrava pela boca e pelas narinas do cadáver.

Astard caiu de joelhos. O processo consumira demais suas energias. Era a primeira vez que fazia um transporte duplo com direito a reanimação. Antes que fosse tarde, arrastou-se até o corpo que começava a despertar. Prendeu as mãos do golem com o peso dos joelhos e mordeu os próprios lábios, deixando o sangue pingar no rosto do que havia sido Mauro algumas horas atrás.

─ Eu te batizo Arat. Não obedecerá a nenhum mestre que não tenha meu rosto nem minha voz. Não se voltará contra mim sem que a dor dilacere seu espírito. Você terá duas missões. Após cumprir as duas, estará livre para partir. Nesse meio tempo, poderá desfrutar todas as sensações do corpo humano e fazer dele o que quiser, contanto que não atrapalhe meus objetivos.

─ De acordo, mestre.

Arat ergueu-se do chão experimentando o movimento dos dedos, tateando a pele, conhecendo-se diante da nudez. Uma leve brisa envolveu o ambiente e o corpo levitou no ar. O invólucro de carne não bloqueava os seus poderes como a cruz de ossos. Finalmente tinha um corpo para experimentar os prazeres humanos.

─ Você vai precisar de roupas. Pegue no meu quarto o que melhor couber nesse corpo magrelo.

─ E qual é a outra missão?

─ Boa tentativa, mas isso não é uma missão, é um favor a nós dois para que você não vá preso ou chame atenção demais. A primeira missão será limpar a bagunça que está na sala. Limpe até que não haja sangue nos armários nem no chão. A segunda é encontrar um vampiro chamado Dalton e matá-lo. Lembre-se que está no corpo de um amigo dele, terá uma ótima chance de se aproximar para fazer o serviço.

Arat mirou fundo nos olhos de seu mestre, fez uma breve mesura e sorriu. Seu corpo ergueu-se mais uma vez no ar e desapareceu diante dos olhos do vampiro. Astard estava visivelmente assustado com a força do ser que havia criado, mas tinha uma vingança para se concentrar e não queria perder tempo.

Com a fraqueza inesperada, recorreu às bolsas de sangue que os estúpidos visitantes tinham trazido. Deleitou-se com cada saco, como se fosse uma peça refrescante e suculenta num dia de calor. A magia no ar era quase sufocante. Um humano comum certamente desmaiaria ao entrar na casa. O mais provável era que nem mesmo pequenos animais estivessem dispostos a se aproximar. Romper as fronteiras entre mundos sempre deixava a atmosfera mais densa. Era essa energia flutuante que pretendia usar para o golpe final.

Recuperado dentro do possível, o vampiro pegou o colocou o crânio dentro do heartagram e focalizou toda sua energia nele. Os subterrâneos da casa de Astard foram tomados de uma massa densa e escura, como se estivessem no meio do universo. O corpo do vampiro emanava uma luz violeta muito forte. Estava semitransparente. Era possível ver suas fibras, tendões, seus ossos. A dor era alucinante, mas necessária. Transformara-se em um canal entre dois mundos. Um ímã para a essência de sua inimiga.

Começou a senti-la em um ponto próximo. Tinha feito contato. Lecabel estava no mundo mortal. Tentava se afastar, mas era impossível. Astard repetiu a magia de Amón em seus pensamentos, uma vez atrás da outra. Não precisava de som nem de fala onde estava. Sentiu o anjo caído tocar sua mão, desorientado. Pegou-a pelo pulso, unindo-se ao ser celestial. Repetiu as palavras pela última vez e tocou o crânio com a palma da mão. Uma golfada de sangue batizou acidentalmente a prisão de ossos.

A energia se dissipou numa forte explosão, jogando Astard contra a parede. O mundo físico se fazia presente novamente, estava de volta ao seu porão. Buscando forças sabe-se lá em que lugar, colocou-se de pé e mirou o crânio de longe. Pequenos pontos vermelhos cintilaram no lugar das órbitas. Lecabel materializou-se ao lado de Astard, deixando-o atônito.

─ Você deveria estar na prisão de ossos. – falou, tombando no centro do pentagrama.

─ Seu vampiro estúpido. O que você fez? Eu estou presa ao seu corpo!

─ O quê?

─ Você me aprisionou dentro de você, idiota!

─ Então... ─ Astard estava a ponto de desmaiar – Então o que é aquilo ali dentro?

Lecabel não esperou pela resposta. Fundiu-se novamente a Astard e o transportou dali, para um ponto fora da casa. O sol a pino fez o vampiro retroceder, num instinto primordial, mas para sua surpresa estava imune aos seus efeitos.

Lá embaixo, o crânio cintilou na escuridão. Ao seu redor, uma massa de energia e carne começava a se formar, criando contornos que lembravam um réptil. Astard havia cometido um erro que custaria muitas vidas. Ao abrir o portal para capturar Lecabel, tinha arrastado um demônio ancestral para o nosso mundo. Não podia imaginar que Lecabel já estava por aqui. Por ter abdicado de seu corpo celestial para ficar ao lado de Dalton, tinha saído da freqüência de energia que Astard considerava correta para encontrá-la.

Agora os dois inimigos precisariam agir juntos para derrotar uma criatura de força muito superior, enquanto Dalton conheceria um novo aliado, um golem com poderes bem curiosos. Arat começava a gostar do corpo de Mauro, de ser humano. Se não realizasse a segunda missão, poderia desfrutar dele o quanto quisesse.

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domingo, 5 de junho de 2011

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Entrevista Sobre Adriano Siqueira no Blog da Guardiã da Meia Noite




Nova Entrevista sobre o meu trabalho de escritor e sobre o novo livro Adorável Noite para o Blog da guardiã da Meia-Noite
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