domingo, 15 de dezembro de 2013

Vampiros que se mordem de ciúmes Por Adriano Siqueira


Vampiros que se mordem de ciúmes
Por Adriano Siqueira

Na noite passada, fui cruelmente atacado por vários dos meus irmãos.
Diziam-se indignados. 
Diziam-se arrasados.
Meus manuscritos eram colocados nos melhores rituais das mais longínquas terras, atravessando terra e mar e transformava-se em verdadeiros hinos para os novos e os mais antigos irmãos que se reuniam em seus jantares requintados em vários castelos para festejar um novo manuscrito.

Porém, nem todos os tesouros são vistos com orgulho de quem os conquista.
Existem vampiros que blasfemam por minhas descobertas, protestam sobre meus achados e minhas idéias.
Apenas para dominar seus espaço e aliados para alimentar a sua vaidade e ciúme, estes “vampiros” perdem seu tempo mentindo e procurando falhas em nosso simbolismo e nosso castelo. Mostram-se audaciosos atacando séculos de trabalho e  quando são ridicularizados pela maioria se escondem nas sombras arquitetando planos que não acrescentam em nada para nossas conquistas, mas sim, procuram motivações para provar que tudo está errado. Aos poucos adquirem aliados usando sempre um semblante falso de inovação, liberdade e nova ordem quando na verdade só querem apenas destruir, desmontar e separar, colocando em dúvida o que foi conquistado por séculos.

Pobre dos vampiros que se aliam a esses falsos irmãos, pois na procura de algo melhor, acabam colhendo apenas inimizades, destruição e muita dor, sem perceberem que estão sendo usados e sem se perguntarem que este método antiquado que estão atacando não foi o mesmo que reuniram todos e os manteve sempre unidos e mais fortes.
Naquela noite, muitos vampiros entraram e destruíram tudo. Todos os nossos rituais destruídos e queimados. Em poucas horas, tudo virou pó.
Muitos dos vampiros que se diziam irmãos comemoraram aquela vitória. Alguns me viam encostado, encolhido em um canto úmido. Viam-me com tristeza. Viam-me como um vampiro destruído. Pensando se valeu à pena construir tudo para eles e agora, vendo eles agradecendo desta maneira tão fria, se não seria melhor não ter lutado, não ter construído e conquistado.

É sempre mais fácil atacar algo sólido e concreto do que usar a imaginação para erguer algo novo.
Os Vampiros que já passaram por isso certamente pensaram em desistir. Pensaram em abandonar tudo já que os que destruíram realmente querem é começar e por isso a destruição tem sentido único, de sempre passar por este circulo vicioso de destruir e desmontar. Como se na história já não existissem exemplos suficientes sobre os grandes “conquistadores” que destroem tudo e jamais são os mesmos que reconstroem.
Vampiros estes que realmente conhecem esta arte. Nada trazem para melhorar.
Destruir é a única maneira deles estarem por cima. Quantos vampiros deste tipo existem? Muitos eu respondo. É muito mais fácil destruir do que ajudar, apoiar, colaborar, participar e dialogar. Esses métodos são apenas para os vampiros que nasceram para serem príncipes e reis, verdadeiros lordes que brilharão pela eternidade. Muito complicado para os vampiros destruidores que apenas semeiam a vaidade e o ciúme. Palavras que geralmente estão tatuadas em sua pele quase humana de tanto adquirir os defeitos deles.
O "destruidor" vai sempre estar ocupado demais explicando 0 por quê de destruiu, e perderá em todos os debates. Seus aliados estarão eternamente procurando alguém para dizer se o que eles fizeram era certo até que um dia todos se reunirão para dizer... - Como era bom aquele tempo. Afinal naquela época eu tinha para quem mostrar meus manuscritos e hoje só existe pó.
Não demorou muito. Nesta noite mesmo, muitos dos que ajudaram a destruir o castelo estavam por ali. Ajudando a reerguer nosso reino.
Eles voltam. Eles sempre voltam.
O problema é que o sangue derramado, ao invés de alimento, virou pó.
O pó se tornou o verdadeiro prêmio para quem destrói apenas para o seu próprio prazer.
E nós ficamos com o prêmio da satisfação de uma amizade mais sólida e duradoura, cheia de frutos para colher, pois foi construindo com nossas raízes vampíricas que cresceram e ficaram mais fortes.

E seremos eternos.
E seremos vampiros.

Abraços e tenham uma adorável Noite
Adriano Siqueira

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