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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Cinco contos narrados por Conde Vortak



O Conde Vortak é um personagem criado por Adriano Siqueira - siqueira.adriano@gmail.com



Meu Nome é Conde Vortak. Sou um vampiro. Uma criatura noturna que vive de sangue. Tenho muitos amigos e alguns são humanos mas eles nunca aparecem quando estou com fome. Eu não os culpo. Afinal, eles poderiam ser meu prato principal.
Adoro viajar. Por isso, eu não tenho um endereço fixo. Eu já morei em castelos, hotéis, parques e até no metrô.
Estou há muito tempo neste mundo. Tempo suficiente para adquirir bastante informação sobre os humanos.
Conheci muitos que queriam dominar o mundo e às vezes, até destruí-lo. O ódio, a ganância e a vaidade, que eles possuíam aguçavam o meu paladar. Por muitas vezes. Estes tipos de humanos foram o meu prato principal. Estes eu os tenho no meu sangue. Foram jantares maravilhosos. Uma iguaria.
Sobre estes jantares... quer dizer... Humanos, são os que irei falar. As histórias que vou contar trarão muita diversão como poderão ver nas linhas que se seguem.

Você é meu convidado.


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O CD que você me deu - narrado por Conde Vortak
por adriano siqueira


- Não acredito que você fez isso Carlos!
- Fiz sim Cláudio! Eu gravei a conversa do Henrique com a amante dele e coloquei no CD junto com as músicas que a Cris, a namorada dele, me pediu. As músicas da Luisa Paloma.
- Luisá Paloma é uma cantora e tanto.
- A Cris é fã daquela mulher. Que mau gosto. Comprei os CDs dela e alguns pôsteres só para impressionar a Cris. Mandei até um e-mail para a Luisa só para dizer que tenho contato com ela.
- E você coloca a conversa deles no CD dela? Cara! Essa foi demais! Foi o pico da maldade.
- Eu consegui acabar com o relacionamento deles com a maior molesa... Amanha mesmo vou pedi-la em namoro.
Carlos queria acabar com o namoro do Henrique com a Cris, por causa do ciúmes que ele tinha. Um garoto com problemas sérios ao qual eu me interessei de imediato. Eu tinha que conhecer mais este humano. Ele tinha que ser meu jantar.
Quando Carlos voltou para a sua casa, a sua mãe deu um recado.
- Carlos! Uma mulher esta te esperando na sala.
- Mulher? Na minha casa?
Empolgado Carlos corre para ver quem era.
- Luisa Paloma! Minha Nossa! Eu sou seu fã. Tenho todas as suas músicas gravadas.
- Olá Carlos. Meu agente achou você e me contatou. Você tem todos os meus CDs e vários pôsteres. Você enviou um e-mail querendo me conhecer melhor e estou aqui.
- Nossa! Eu não posso acreditar. Me belisca que estou sonhando.
- Não é sonho bobinho.
Carlos e Luisa Paloma saem para ir jantar em um restaurante. No caminho ele vê a Cris chorando e ele começa a rir.
- Do que está rindo Carlos?
- Eu contei para aquela garota que o namorado a estava traindo.
- É mesmo? Então olha de novo.
Carlos perde a graça quando vê Henrique ir ao encontro da Cris e os dois se abraçam.
- Que droga!
- É Carlos. Pelo jeito, eles se amam mesmo.
- Eu vou acabar com eles. Eu prometo!
- Calma Carlos. Olha... Escuta meu novo CD tenho certeza que vai adorar.
- É... Claro!
Quando a Luisa coloca o CD para tocar não é bem a sua música que ela escuta. É uma gravação.
- “Luisá Paloma é uma cantora e tanto.”
- “A Cris é fã daquela mulher. Que mau gosto. Comprei os CDs dela e alguns pôsteres só para impressionar a Cris. Mandei até um e-mail para a Luisa só para dizer que tenho contato com ela.”
Luisa Breca o carro e grita para o Carlos.
- Sai do meu carro!
- Mas Luisa... não fui eu que disse isso!
- Agora!!!
Carlos sai do carro e a Luisa acelera sem se quer, olhar para o lado.
- Fui enganado. Vou matar o cara que fez isso comigo.
É nesta hora que apareço.
- É mesmo! Pois adivinhe quem foi!
Carlos tenta gritar mas sou mais rápido e garanto o jantar daquela noite.

Pessoas ciumentas como o Carlos usam a maldade para conquistar. Mas o que eles querem mesmo é prejudicar o relacionamento dos outros. Só tem uma maneira de conquistar um amor! Amando!


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Um rosto Inesquecível - - narrado por Conde Vortak
por adriano siqueira

- Rosana! Minha querida! Você vai adorar essa novidade!
- Mostra logo Vilma! É aquele produto para passar no rosto?
- Isso mesmo! Eu trouxe da França. A sua amiga que mora no andar de baixo também pediu!
- O que? A Patrícia quer um? Nada disso Vilma! Eu pago por todos os que tiverem com você...
- Não posso! Eu prometi que traria para ela também! Agora mesmo ela está me esperando!
- Por favor Vilma! Eu quero ser a única do Brasil a ter esse produto! Olha.. Eu pago em dobro para ter todos!
- Não seja tão egoísta! Eu sou uma vendedora e eu tenho compromissos com meus clientes! Agora cm licença que vou descer para o apartamento de Patrícia... Eu estou atrasada.
Vilma pega a maleta dos produtos e sai em direção ao apartamento da sua outra cliente, Patrícia.
Rosana estava desesperada. Ela tinha que dar um jeito para que Vilma nunca chegasse ao apartamento de Patrícia. Ela a seguiu e quando Vilma estava nas escadas, Rosana a empurrou mas a maleta abriu bem perto dela. Rosana foi vitima dos produtos que quebraram e atingiram diretamente a sua face.
- Não!! Meu rosto!!!
Vilma estava desacordada pela queda na escada. Aparentemente estava tudo terminado. Ela teve o que merecia mas, como eu sou um vampiro. Eu queria dar uma boa lição nesta humana.
Enquanto ela gritava. Dei uma mordida em seu pescoço. Ela desmaiou.
Enquanto alguns vizinhos socorriam Vilma, eu levei Rosana de volta ao seu apartamento. Ela acordou alguns minutos depois.
- Quem é você?
- Sou um vampiro que gosta de se divertir com pessoas como você!
- O que você fez comigo! Meu rosto!
Rosana corre para um espelho mas ela não consegue se ver.
- Vampiros não podem ser vistos no espelho Rosana.
- Não!!! Não pode ser!! Eu quero ver meu rosto! Eu tenho que ver!!
- Eu posso vê-la Rosana! Sinceramente! Nunca vi uma vampira mais feia em toda a minha vida! Mas não se preocupe! Você agora é uma vampira e será, agora, uma eterna vampira feia!
- Não!!! Não!!!

Deixei a Rosana em seu apartamento, ela gritando muito e depois começou a rir como uma louca.

Acredito que ela tenha aprendido que o egoísmo e a vaidade são defeitos mortais.


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Paixão Roubada - narrado por Conde Vortak
por adriano siqueira

Em uma das minhas aventuras, passei um tempo exilado perto de um reino chamado Duran. Eu tinha feito um pacto com o rei. Eu prometi que não iria atacar ninguém que morasse por lá.
Era um reino onde todos viviam pacificamente. Porém, sempre existia alguém dominado pelos males da inveja.
Acompanhem-me nesta história...

O soldado Ramirez e a sua amada Madalena Beijavam-se apaixonadamente perto do Castelo.
Sem que o casal percebesse, o príncipe Rhodes observava os seus movimentos.. Por muito tempo Madalena negou o amor do príncipe mas, ele sabia que um dia a teria em seus braços.
- Como pode uma mulher tão bela estar apaixonada por um simples soldado? Mas aquela plebéia vai pagar caro por recusar meu amor! Sou um príncipe! É meu direito ter tudo que quero!
Completamente dominado pela sua fúria e ciúmes o príncipe Rhodes coloca o seu plano em ação. Ele vai ate a minha casa que era fora do reino. Foi a primeira vez que nos vimos.
- É aqui que mora o vampiro. Tenho uma oferta que ele não poderá recusar.
- Príncipe Rhodes... É uma honra telo em minha morada! Por acaso não veio aqui para cobrar impostos, espero. Eu continuo sugando o sangue dos animais da floresta conforme combinado com seu pai, mas sempre estou disposto a mudanças de contrato.
- Sim, Vortak! Eu tenho um novo acordo. Quero que use seus poderes para matar o soldado Ramirez e fazer Madalena apaixonar-se por mim.
Eu estava rindo por dentro. Pobre tolo. Eu entrei no jogo. É claro.
- Isso é fácil para os meus poderes. Em troca, quero uma mulher por mês e seus soldados longe da minha morada.
- Aceito o acordo! Vá agora! Estarei esperando dentro da sua casa.
Não foi difícil imaginar o príncipe Rhodes rindo, esperando que eu obedecesse as suas regras absurdas. Mas madalena era uma mulher fascinante. Rhodes era um fraco. Até mesmo o rei não iria permitir que tal homem assumisse as obrigações do seu reinado.

Já havia passado um bom tempo até que finalmente Madalena chega na minha casa para encontrar o príncipe Rhodes.
- Finalmente a minha amada chegou. Venha meu amor. Venha abraçar o seu novo senhor.
Madalena abraça Rhodes e antes de perceber o que estava errado ela o segura com muita força e mostra para ele os seus caninos bem salientes.
- Não! Aquele vampiro traiçoeiro o transformou em uma vampira! Não!
Madalena não diz nada! Apenas morde o pescoço do príncipe Rhodes.

Tenha certeza, meu amigo! Não existe dinheiro que compre o amor. Ele deve ser conquistado apenas por uma forma. Amando.


Em minhas andanças encontrei uma garota chamada Lucilia. Ela tinha apenas 10 anos mas, Desde que a vi, sabia que ela era uma garota especial.

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A Eterna Arte de ser um Artista - narrado por Conde Vortak
por adriano siqueira

Lucilia era uma menina órfã e gostava muito de ficar na casa de um pintor chamado Lantis!
Ele era um pintor de quadros magníficos e só pintava animais. Suas pinturas eram tão perfeitas que pareciam vivas.
Esta menina gostava de vê-lo pintar e ficava sentada em uma cadeira olhando, curiosa... Até dizer, com certeza, que bicho ele estava fazendo.
Ele olhou para a menina e disse, bem baixinho:
— Esse vai ser meu último quadro... vai ser o melhor de todos!
Os olhos da menina ficaram arregalados:
— Como? — disse ela — O Senhor não pode me abandonar... Seus desenhos são os melhores do mundo!
— Não há outro jeito... Preciso partir.
E, pela primeira vez, ele não a deixou ver qual o desenho que estava fazendo. Cobriu o quadro, chegou perto dela e disse:
— Amanhã você virá aqui e pegará o quadro, porque vou fazê-lo para você! Mas você não me encontrara mais por aqui...
Deu-lhe um grande abraço e ela foi embora chorando.
Naquela mesma noite, alguns homens entraram na casa daquele senhor...
Revistaram tudo mas não acharam sinal dele. Apenas o quadro, coberto por um pano, endereçado àquela menina.
— Aquele bruxo de nome Lantis sumiu, e ainda caçoou da gente fazendo sua última obra de arte! Vamos queimar tudo!
Eles começaram a colocar fogo na casa. Fiquei impressionado com tanta arrogância, com tanto descaso com a arte daquele homem. Eu tinha que interferir.
Chamei alguns morcegos e lobos para entrarem na casa. Era muito engraçado ver os homens saindo correndo desesperados.
Por mais que eu tentei não consegui apagar o incêndio. Mas consegui salvar o quadro que estava endereçado a menina. Eu me escondi do povo daquela aldeia. Todos foram ver a casa se incendiar. Finalmente encontrei a menina na multidão. Eu consegui ter contato com ela.
—Não se preocupe minha jovem. Os homens que fizeram isso. Jamais voltarão. Posso garantir também que o pintor não estava em casa. Mas ele deixou este presente para você.
Ela pegou o quadro e saiu correndo. Eu fui atrás dela. Ela entrou na floresta e parou perto de uma arvore. Começou a rasgar o papel que embrulhava o quadro... Era uma águia!
Os olhos do pássaro brilhavam de tal maneira que assustou a menina, deixando o quadro cair no chão. Aos poucos, a águia ia saindo do quadro como se fosse de um ovo para o nascimento.
— Lantis, é você? — perguntava, em prantos, a garota...
— Sim! — respondeu-lhe a águia — Estas serão minhas últimas palavras. Obrigado por salvar a minha arte. Nunca me esquecerei de você.
Então, olhando para o alto, a águia partiu.

Devemos respeitar a arte. E devemos fazer de tudo para preservá-la . A arte é a única obra do homem que dura eternamente!




Estou a muito tempo neste planeta. Muito antes de existir o próprio Sol. Mas Como ele apareceu? Essa história é sobre ele.

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A Lenda do Sol - narrado por Conde Vortak
por adriano siqueira


Existia apenas escuridão na terra e só as estrelas pequenas é que brilhavam.
Havia também uma indiazinha que se chamava Lilandra. Ela gostava de dançar em homenagem àquela estrelinha que era muito fraquinha e rosada.
Muitos índios não entendiam porque ela fazia aquilo. Eles achavam que ela estava provocando a ira dos deuses que davam comida e abrigo para a aldeia. Afinal. Existiam muitas estrelas bem maiores do que ela. Era um sacrilégio ver que algo tão pequeno merecia adoração.
Uma reunião foi feita, e nela participava também os pais da Lilandra. A tribo decidiu que se ela dançasse de novo seria severamente punida, pois ela estava colocando em risco toda a aldeia por adorar algo inútil e sem valor.
De nada adiantou alertá-la, pois ela continuava dançando e ainda dizia:
— Sabe...? Um dia aquela estrelinha será muito forte e vai iluminar todo mundo!
Isso irritou muito o chefe da tribo e seus pais também. Decidiram puni-la afastando-a da aldeia.
Ela foi andando para a floresta, e ficou chorando muito.
No meio da floresta ela parou, perto de um riacho. Seus olhos ainda estavam lacrimejados. Olhou para a água e viu o reflexo da estrelinha.
Com uma tristeza enorme, ela pulou de encontro ao reflexo e nunca mais submergiu daquele riacho.
Então, a noite começou a virar dia.
Os índios, assustados, cantavam e dançavam para seus deuses, procurando a salvação.
Mas, o brilho e o calor eram tão fortes, que, aos poucos, caíam desidratados. Aquela estrelinha agora tinha um brilho tão forte que os índios que olhavam para ela ficavam cegos.
Meu corpo estava começando a queimar. Eu percebi que está nova luz era minha maior fraqueza. Por isso me escondi em uma cabana até a noite voltar.
Quando anoiteceu pude sair novamente. Os habitantes daquela tribo desapareceram completamente.
Lilandra ainda está com o sol ! Dizem que é só fechar os olhos quando o sol estiver bem forte e sentirá alguém passando por volta dele... Ela estará lá para proteger aquela estrela que agora dá luz e calor para os humanos!

Devemos respeitar a opinião dos outros.Geralmente são as pequenas coisas que fazem a diferença.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007





— Corram para o fundo da casa!

Eclipse, o vampiro, é ágil no comando. Suas experiências em dirigir tropas foram adquiridas nas varias batalhas que participou.Esta batalha não será menor. O Ritual macabro que se inicia trará grandes poderes para os bruxos de Rockwood. Neste exato momento, eles estão caçando a fórmula mais preciosa dos seus rituais... O sangue dos vampiros!Por isso, atacam sem piedade. Seus cavalos alados cobrem a noite com suas asas e criam terríveis vendavais confundindo seus inimigos.Eclipse sabe que deve proteger os cinco vampiros a qualquer preço. Nocte, Escuridão, Obscuro, Sombrio e Neblina. Eles são fortes, foram treinados por ele, mas devem ser reservados para uma batalha maior.

Enquanto os cinco se escondem dentro da casa eclipse corre na direção do inimigo. Um dos cavalos o persegue e quando vai atacar, Eclipse volta repentinamente e dá um soco no cavalo jogando-o ao chão. O bruxo que estava em cima do cavalo voa em sua direção, mas Eclipse o agarra no ar e quebra o pescoço dele antes que ele diga algum encantamento. Logo em seguida o vampiro pega o cavalo desacordado pelas pernas e roda o cavalo várias vezes, lançando em direção as tropas voadoras que vinham em sua direção. Finalmente um encanto de gravidade é pronunciado fazendo o corpo do Eclipse pesar o triplo do seu peso caindo sem esperanças de ajuda.

Neblina — Vocês vão ficar aqui parados?
Sombrio — Está com a mente embaçada minha cara? Esquece que o Eclipse é o mais experiente para lutar?
Obscuro — Comentário típico de quem usa uma máscara.
Nocte — Parem com isso! Neblina tem razão.
Sombrio — Oh! Finalmente a Nocte chega! Obscuro! Aonde vai? Eclipse disse para ficarmos aqui!
Obscuro — A Escuridão... Não está aqui! Temos que achá-la.

Os bruxos aceleram em sua direção, mas são desviados por uma mancha escura.A Vampira Escuridão derruba três bruxos com seu golpe surpresa. O encanto é quebrado e Eclipse agradece a vampira, mas foi um erro. Um bruxo atravessa uma lança por seu corpo. A escuridão vê os olhos de Eclipse fechando... Até que seu corpo vai se transformando em cinzas...Voltando para a parte da frente da casa. Os quatro vampiros encontram a Escuridão ajoelhada tentando segurar entre seus dedos as cinzas de um herói, de um mito.
Os bruxos riem e comemoram a destruição do mais poderoso vampiro da terra. A guerra acabou. Os bruxos voltam para Rockwood para anunciar as novidades ao rei.

O vampiro Obscuro coloca as mãos levemente nos ombros da Escuridão.
Escuridão — Ele nos ensinou tudo... Tudo para nada! Vou destruí-los. Um por um!
Obscuro — Nós vingaremos a sua morte! Mas não hoje!

Ele pega um pouco das cinzas e passa em seu rosto e cabelos. Os outros fazem o mesmo.

Obscuro — Agora cada um de nós tem uma chama acesa dentro da nossa alma. Ela vai queimar até ter um bruxo vivo em Rockwood!

Eles levantam as mãos e gritam para avisar o inferno que o melhor vampiro do mundo está chegando e atrás dele...

Seguirá um rio de mortes.

Abraços
Adriano Siqueira
Conto escrito em 2006




Vampiro: A batalha final

Autor: Adriano Siqueira - siqueira.adriano@gmail.com


Uma das vantagens de viver a noite é que quando estamos em um lugar onde a escuridão é total, aproveitamos para refletir sobre nossa eterna vida.Nesta pequena reflexão, dou um sorriso. Hoje ela virá! A caçadora virá para terminar de vez com a minha vida. Hoje realizarei meu mais sórdido e sedutor desejo de batalhar com ela.
Escuto passos. São passos cuidadosos. Quase imperceptíveis se não fosse meus poderes eu jamais ouviria seus movimentos. Ela abre a porta... Eu quase deixo escapar um suspiro, mas me seguro ao máximo para aproveitar cada movimento que ela faz.
E então! Ela acende a luz e com uma coragem esmagadora ela me encara e diz:
- Não me importa como o encontrei. Não me importa se esta sentindo dores. Está ouvindo?
- Sim!
Eu estava tão atento aos seus movimentos que quase deixei de responder. Seus olhos verdes. Cabelos longos, ruivos e uma pequena pinta na sua bochecha avermelhada.
- Sabe! Não é tão difícil assim, capturar um vampiro. É só pegá-lo na hora certa. Sem defesas, sem dificuldades. Consegui tempo suficiente para trazê-lo aqui. A propósito. Tem sete hóstias cravadas nas suas costas e um pouco de água benta na coroa de espinhos colocadas na sua cabeça. Suas mãos e pés estão amarrados com espinhos de uma roseira.
- O que pretende fazer?
- Não pretendo libertá-lo. Vai ficar aqui até o amanhecer. E eu vou ouvir, bem de perto, seus gritos! Assistir a cada sofrimento que sentir. Seus apelos, Suas súplicas para libertá-lo.
- Oh. Sim... Por favor.
Ela me deixava louco.
Fique sabendo que a sua espécie está acabada. Só restou você e logo estarei vendo cada parte do seu corpo ser destruído, ser destroçado, ser devorado pelo sol.
- Por favor! Não me torture mais!
- Ainda não acabei vampiro! Você jamais terá a minha piedade, a minha compaixão. Só quero te destruir. Só quero a sua dor. Só quero seus lamentos.
- Oh...! Como você é maligna!
- Uma pena que o Sol logo aparecerá e tudo será apenas uma lembrança da minha vitória sobre você.
- A Vitória será minha caçadora!
- Chegou a hora!!! Agora é hora de queimar. Está pronto Vampiro?
- Sempre estarei pronto!
- Torne-se brasa então, Torne-se fogo, quero vê-lo fervilhar. Chamas... Muitas chamas incandescentes.
- Oh... Sim... O fogo... É demais!!! Não pare!!! Nãaaao!!!
- Finalmente destruí o vampiro! Finalmente o mundo está livre desta ameaça. Agora... Eu... Estou tão cansada! Tão... Preciso dormir um pouco. Só um pouco...
- Isso minha caçadora! Sonhe com sua vitória. Recupere por completo as suas energias, pois amanhã... Estaremos nos enfrentando novamente nesta eterna e deliciosa batalha.

“And love's strange: so real in the dark - Simple Minds”

terça-feira, 11 de dezembro de 2007





- Dois Vampiros no Espaço -
Por Adriano Siqueira


Planeta Rovus II: os vampiros são bem poderosos neste lugar.
Eles foram chamados para destruir um monstro que aterrorizava a civilização de Rovus.
Kaiby e Carlos Osborne estão com sorte, pois lá não existe sol, mas inimigos é que não faltam!
Logo que desceram da nave, foram muito “bem” recebidos por rajadas de estacas de madeira pelos Grots, aliados do monstro.
Kaiby, com seu machado, avançou em direção à arma que enviara as estacas, protegendo-se com sua habilidade de supervelocidade. Carlos, que tinha uma espada laser, estava fazendo o seu trabalho de arrancar cabeças e com a fome que estava, acabou bebendo o sangue de um dos Grots, que levou a uma transformação em seu corpo, ele agora tinha asas:
— Kaiby, veja! Eu sou o Super Vampiro!
O grande gladiador Vampiro não acreditou no que via:
— Desça daí, idiota! Estamos no meio de uma batalha!
Mal acabou de dizer a frase e um monstro de três metros de altura o agarrou de surpresa... Kaiby tentou de tudo com seu machado, mas era inútil, o monstro nem sentia seus golpes.
O terrível monstro soltou Kaiby que caiu no chão, inerte... Carlos Osborne estava atrás do monstro com sua espada laser em punho:
— Eu sou um Vampiro que está do lado da Força, monstro idiota!
Kaiby não conteve sua gargalhada.
Os Rovulanos os chamaram de deuses, pois destruíram seu maior inimigo. E ganharam as condecorações do Planeta...

Autor: Adriano Siqueira



- Os Visitantes -
Por Adriano Siqueira

Aquela garota sempre utilizava o mesmo caminho quando ia para a escola.
Andava os seus 10 km diários. Só que, dessa vez, eram quatro da manhã - ela andou de madrugada aquele dia porque estava sem sono.
Um homem apareceu na esquina correndo ao seu encontro.
Ela parou de andar e ficou paralisada vendo o homem se aproximar dela.
— Corra... - Ele dizia - Eles estão vindo!
Denise não pensou duas vezes, mas antes de correr notou que o homem estava ferido.
— Você precisa de um médico!
— Eu estou bem. Recupero-me rápido, vou segurá-los para que não alcancem você. Agora vá!
Foi quando ela ouviu um ruído que nunca tinha ouvido antes, sombras voando saíam daquela esquina e o barulho era assustador!
— Morcegos gigantes! - Ela disse, protegendo-se atrás daquele homem.
— Não consegue acabar com apenas um de nós, imagine os três! — Disse um dos morcegos.
O homem protegia a garota com uma cruz.
— Deixe a garota ir embora!
— Nunca! Ela será nossa sobremesa!
Um dos vampiros bateu no rosto do homem, jogando-o a uns cinco metros de distância, deixando a pobre garota sozinha e indefesa!
— Qual o seu nome, garota? Gostamos de saber quem devoramos!
Denise vê o homem desmaiado e fica revoltada com aquela cena. Correndo para perto de uma cerca de madeiras, e ficando protegida por ela, Denise gritava!
— Venham, seus ratos voadores!
Um dos morcegos gargalhava de prazer, mas eles não conheciam a habilidade de Denise, as madeiras que ela arrancara da cerca, ajustadas nas mãos como uma espada mortífera.
O vampiro ficava olhando-a fazer malabarismos com as "armas". Gritando, o vampiro foi ao encontro do pescoço, mas errou longe, deixando espaço para ela enfiar a estaca bem no peito dele transformando-o em cinzas... O outro vampiro segurou seus cabelos, mas ela segurou um dos seus braços e os quebrou no joelho!
Agora eram apenas dois. Um deles já estava com o braço quebrado. O outro, na forma de lobo, estava pronto para atacar.
- Acabe logo com isso. É só uma garotinha!
Denise dançava no ar como em um balé e flutuava na luta que parecia ser interminável! O lobo não conseguia mordê-la e era atacado por todos os lados pelos braços e pernas.
O vampiro que estava com o braço quebrado correu ao encontro do caçador para mordê-lo, mas o caçador já estava esperando com uma arma e explodiu a cabeça do sanguessuga!
O caçador olha para aquela garota que ora era meiga e ora era valente e corajosa - o lobo estava no chão com três madeiras enfiadas nele!
Ela corre para o caçador e ficam lá abraçados.
Afinal, ela é apenas uma garota... Ou não?


Autor: Adriano Siqueira



- Portáis da Imortalidade -
Por Adriano Siqueira

Eu entrei. Até aqui, tudo bem.
John Garred, matador de vampiros, estava agora em meio a vários caixões de vampiros. Sua arma era uma besta com várias estacas e ele ia atirando rápido, para não dar tempo de um deles sair do caixão.
Os gritos eram apavorantes. Todos se retorciam de dor com a penetração das estacas, que atravessavam o caixão. Sangue, fumaça e um cheiro horrível dominavam o local. Ele não estava mais suportando aquilo, mas John era treinado para matar.
Um dos caixões lhe chamou a atenção, pois era branco e tinha fitas vermelhas em volta. Tomado pela curiosidade, ele abriu o caixão bem devagar e viu uma mulher, que abriu os olhos e ficou olhando para John. Era Sylvia, uma mulher que ele conheceu na escola! Ele era apaixonado por ela. e foi por ela que virou militar. Ela tinha um olhar carinhoso, mas era uma assassina como qualquer vampira, que agora só queria seu sangue. Porém, a beleza dessa mulher era maior que a sua vontade de matá—la e havia em seu pescoço as marcas de um vampiro. Ela era uma vitima! Uma das milhões e estava ali por ter sido mordida. ”Tenho que salvá—la”, pensava ele, silenciosamente.
Ela abraçou John, seu perfume de rosas tomando conta do ambiente, e disse suavemente:
— Não me mate! Serei sua por toda a eternidade!
Sem pensar duas vezes, John largou as armas, jogou seu comunicador no chão e pegou a vampira no seu colo, levando—a para longe daquele lugar.
A tropa de elite esperava na porta do lugar... Ele, segurando—a nos braços, chorava por clemência:
— Ela é minha, não façam mal a ela!
— Por favor, John largue esta vampira... — dizia um dos soldados. Mas de nada adiantava, ele abraçou—a mais ainda e disse:
— Ela era tudo o que eu queria... Tudo o que sou devo a ela!
Um dos soldados se aproximou, viu que todos os explosivos estavam no lugar certo, e só precisava apertar o botão para tudo ir pelos ares! Deu então um sinal para a tropa se afastar...
— John. Eu tenho um detonador, por favor! Eu tenho que matá—lo, mas você é um soldado e sabe o que deve fazer.
O soldado então viu seus amigos entrarem no caminhão. Ele entrega o detonador para John.
— Pode ficar com ela até o amanhecer, John, nós confiaremos na sua decisão. Adeus, amigo!
O caminhão não precisou percorrer nem 10 quilômetros para ver a explosão.
Perto dal, um carro passa em frente à explosão e fica abismado com o estrago. Mal consegue saber o que havia ali exatamente...
John e Sylvia se aproximam e dizem ao motorista:
— É, meu amigo... Só o amor vive para sempre.



Autor: Adriano Siqueira



- Procura-se um Vampiro -

Por: Adriano Siqueira


Eu não me lembrava de nada. Todos estavam no chão com marcas no pescoço!
Fiquei impressionado com as cenas de terror que estava vendo.
Havia um retrato da família toda reunida, porém tinha uma pessoa na foto que não estava lá no chão. Um homem que só poderia ser eu mesmo. Provavelmente, eu era o pai da família que agora não existia mais!
Fui para a delegacia mais próxima tentando manter o sangue frio e a calma para que tudo pudesse ser resolvido.
Chegando lá, fui jogado no chão e ameaçado por um policial. Eles não queriam me ouvir. Talvez por estar com sangue por todo o corpo!
A minha sorte é que uma policial apareceu e impediu que eles atirassem. Ela conversou com eles por um tempo e depois vieram a mim mais calmos. Então eu disse a eles que não lembrava do que tinha acontecido, mas que minha família tinha sido vítima de um vampiro.
Embora a história fosse completamente louca, eles acreditaram. Então entrei no carro com eles para levá-los para a minha casa.
Quando cheguei, havia um homem gritando muito no meio da rua.
Alguns policiais saíram do carro e foram falar com ele.
Depois de uns cinco minutos de conversa, os policiais foram para o carro e disseram para que eu saísse e falasse com o cara!
“Mas e se ele fosse o vampiro que atacou a minha família?”, eu disse, assustado
O policial disse para eu me acalmar, que tudo não passava de um engano! Então saí do carro para ver o homem. Estava com medo!
O cara gritava muito e conforme fui chegando perto seu rosto me pareceu familiar...
Oh não! Aquele homem apavorado era eu? Não pode...
O policial vendo que eu tinha ficado aterrorizado com tudo, chegou bem perto de mim e me mostrou um espelho, mas o meu reflexo não aparecia.
O policial me explica que minha amnésia, talvez tenha acontecido porque estávamos em solo sagrado... Ali mesmo, fôra contruida a primeira igreja da cidade. Eu fiquei sentando no chão com as mãos na cabeça, calado. Meu corpo já sentia os primeiros raios do sol...


Autor: Adriano Siqueira




- Vitória -
Autor: Adriano Siqueira



— Esconjuro—te, maldita criatura vampírica...
Antes que eu terminasse o vampiro pulou para cima de mim com suas garras.
Estava täo faminto que parecia um animal. Eu conseguia sentir o seu cheiro de mofo por todo o lugar. Peguei a estaca e enfiei nele uma, duas... Quatro vezes... Até que ele gritou e caiu.
Mesmo cansado e ferido com a luta, eu estava feliz por ter dado conta dele sozinho, já que meus amigos estavam no chão, junto àquela fera, completamente mortos!
Tudo estava acabado. Porém, aquele cheiro de mofo não acabava...
Olhei para minhas mãos... O sangue que estava nelas começava a sumir! Eu me sentia mais forte, e meu reflexo no espelho estava desaparecendo!
Não... Estava me transformando naquele animal!
Por sorte, eu era o único vivo naquela sala e o sol estava nascendo.
Corri em direção a janela e pulei.
Finalmente... Vou morrer, mas levo a maldição comigo!
Durante a queda, olho para a janela e vejo a criatura rindo; eu fui enganado!
No meio da luta, ele me hipnotizou e tudo que eu tinha visto era ilusão!
Infelizmente, a queda da janela era a única realidade nisso tudo...
Autor: Adriano Siqueira



- Unidos Para Sempre -

Por Adriano Siqueira - siqueira.adriano@gmail.com

Quando dei o anel para a Selma nunca imaginei ser presenteado com uma noite tão linda!
Mas aquele carniceiro tinha que atacar aquela noite?
Aquele vampiro sem alma! Atacou sem pensar duas vezes! Transformou a minha amada em uma vampira!
Por quê? O que eu tinha feito de tão mal para perdê-la desta forma tão cruel?
Mesmo quando o meu avô enfiou uma estaca no seu peito, eu sentia que a Selma ainda poderia ser minha...
Fui no cemitério, à noite. Tinha que vê-la novamente. Queria ela de volta a qualquer preço e sabia exatamente o que deveria fazer. Mas... Parece que outros também tiveram a mesma idéia.
Algumas pessoas estavam desenterrando o caixão da minha amada! Não conseguia ver quem era... Estava escuro.
Meu Deus! Eles me viram! Era tarde demais. Por mais que lutasse, era inútil; eles eram fortes e me levaram para perto do caixão.
Agora eu conseguia vê-los melhor... Um deles era meu avô! Ele tirou a estaca da minha amada e ela acordou furiosa!... Ela continuava linda, porém mortífera! Tentava arranhar e morder todos que estavam lá. Amarraram-na com cordas enrroladas com espilhos e alho. Trouxeram ela para junto de mim. Meu avô abriu a bíblia e começou a ler:
— Meus amigos, estamos aqui para anunciar o casamento destes dois filhos de Deus.
Selma gritava como se queimasse no inferno!
E eu era presenteado com aquela noite tão adorável.

Autor: Adriano Siqueira



- Paixão Mortal -
Por Adriano Siqueira



Seus caninos perfuravam meu pescoço novamente.
Maldita vampira.
Ela me sugava toda noite... Eu tinha medo até de dormir. Sabia que ela iria aparecer de novo. Só que, desta vez, estaria preparado. Fiz uma estaca com um cabo de vassoura e peguei um martelo de carne na cozinha. Apaguei a luz e fiquei ali, escondido atrás da porta do quarto.
Eu estava suando muito e ficava pensando nas noites em que fui atacado e seduzido por esta vampira.
Desde que a conheci, eu nunca mais consegui dormir novamente.
Você sabe o que é ser sugado por onze anos? Onze anos indo a clínicas, fazendo exames, tratamentos médicos, pílulas, antibióticos...
Quase não conseguia mais sair da cama. Chamavam-me de louco, mas hoje ela iria pagar.
Estava certo que ela morreria esta noite. Minhas mãos tremiam, minha boca estava seca, mal conseguia manter meus olhos abertos.
Chovia muito, quando ouvi um barulho na janela. Isso não era comum. Ela nunca fazia barulhos. De repente, escutei a janela sendo quebrada e, logo em seguida, ouço gemidos bem baixos.
Finalmente tomei coragem e olhei para ver o que estava acontecendo.
Era ela. Caída, com uma estaca no peito e cheia de sangue...
Larguei o cabo de vassoura e o martelo. Corri para ver o que estava acontecendo e coloquei-a em meu colo... Ela olhou para mim, chorando... Alisando meu cabelo, bem devagar, ela me disse, bem baixinho:
— Eu te amo!
Eu arranquei a estaca de seu peito e a coloquei em meu colo. Conforme as minhas lágrimas alcançavam seu corpo, uma fumaça tomava conta daquele lugar. E quando a fumaça parou, seu corpo já não existia mais...
Aquela noite foi longa...

Autor: Adriano Siqueira



- SAÍDA PELA ESQUERDA -
Por Adriano Siqueira


— Preciso ir! - Claudinei dizia olhando para o relógio e para a porta.
— Mas ainda não amanheceu! - Bibiana estava agarrando ele pelos braços e tentando dar-lhe um beijo.
— Você não entende, eu nunca passeio de dia... Eu sou diferente!
— Todo mundo diz isso! Deixa disso e fica um pouco mais comigo! Ainda faltam alguns minutos para amanhecer e ficamos aqui no meu apartamento apenas duas horas! Vai com calma, tá bem?
— Não dá! Olha! Eu já te dei meu telefone, meu e-mail e meu msn. Agora tenho mesmo que ir. Então me dê um beijo e a gente se vê a noite. Desculpe-me, mas eu realmente não posso ficar... Quem manda gostar de homens que se vestem de preto e que freqüentam casas noturnas. - Ele sorri, tocando no rosto dela.
— É uma pena que vai embora. Vou sentir sua falta. Gostei mesmo do seu jeito. Ligue-me está bem?
Bibiana beijou seus lábios e ele saiu correndo. Quando ela fechou a porta, ouviu um grito...
Claudinei batia na porta, rindo muito. Como se ele tivesse ganhado na loteria.
Ela abre a porta e o vêde costas para a porta, apontando para o sol...
— Veja... O sol apareceu... E eu não estou morto. Não morri queimado. Estou vivo! Inteiro! Eu... Argh...
O barulho do pescoço quebrado não é ouvido pela vizinhança.
Ela o arrasta para dentro e empurra a porta.
Porém, antes de fechá-la, ela morde o pescoço dele.

Autor: Adriano Siqueira







- O Prazer Eterno -


Por Adriano Siqueira




Cadastre-se no The Tred, dizia um site de vampiros!
Cadastre-se e seja um de nós... Eterno e cheio de prazeres!
É lógico que eu queria isso... Quem não quer? Mentira? Claro que era! Mas a ansiedade misturada com a curiosidade não deixava que eu recuasse. Então, deixando as ironias de lado, eu cliquei no botão cadastrar... um bonito visual feito acho que em flash apareceu... Cores bonitas! Visuais gráficos muito bons, porém achei um exagero fazer um visual desse apenas para um cadastro simples, mas fiquei lá olhando... Até que apareceram olhos... Olhos de uma mulher... As cores agora formavam a sua face e sua boca, muito sexy com um batom vermelho, e as mãos mexendo no cabelo estavam como que dançando na tela!
Eu queria copiar aquilo - era magnífico, mágico e místico. Quando ouvi sua voz, fiquei quase que hipnotizado! Então eu dei o comando "Print-Screen" por instinto (costumava fazer isso para copiar algo interessante, assim fica mais fácil para ver on-line as imagens na net) rezando para conseguir capturar a imagem!
— Então você me quer?
-Claro! Claro que sim! Como faço? Eu quero! - eu digitava afoito no teclado, como se estivesse falando com ela cara a cara, e clicava no meio do rosto dela, tentando achar um botão ou abrir um link.! De alguma maneira, não poderia terminar ali, eu precisava continuar. Desesperado por pensar que o programa travou ou que tivesse simplesmente caído a linha, ouvi mais uma vez a voz dela...
— Venha...!
Naquele exato momento, eu sentia meu corpo sofrer transformações que eu não conseguia explicar. Estava tonto e meus olhos estavam distorcendo tudo o que viam - já não conseguia mais identificar nem as letras do teclado. A cor da minha camisa se misturava com as cores da mesa e do computador... Tudo ficou de uma cor só! Uma cor rubra! Eu sentia que estava cego... Aquela cor estava por todo o lugar e meu corpo estava flutuando, como se estivesse em uma grande piscina... Mas respirando!
Um túnel se formou à minha frente e uma pequena luz apareceu. No final desse túnel, uma mulher acorrentada e perdida em desejos insanos, pois eu não via nada naquele lugar para ter o tanto de prazer que ela aparentava ter, por causa dos movimentos que fazia com o rosto. Aquele sorriso, como se ela estivesse mesmo vivendo momentos de luxúria e sedução! Achei que ela estava sonhando ou drogada!
Antes que eu olhasse para os lados e percebesse que as nuvens de cor rubra tinham se transformado em paredes, ela acordou do que mais parecia um pesadelo e gritou para mim:
— Corra! Saia daqui... Sou investigadora de sites da Internet e isso não real é...
— Por quê? O que está havendo?
Nada! Nenhuma resposta. Do jeito que ela acordou, ela voltou a ter aquele sorriso. Fechando os olhos e voltando a um prazer que não entendia!
Uma mulher apareceu. Diferente do que eu achava que encontraria lá (uma vampira ou uma bruxa), vi apenas uma mulher com asas de anjo. Chegou perto de mim e disse que seu nome era Cristina e que eu teria o prazer que tanto procurava! Não como aquela mulher que estava lá vivendo feliz e sempre satisfeita de prazeres, sejam eles quais forem, mas que seria melhor bem melhor que aquilo!
Ela segurou meu braço e foi me levando para um lugar alto e mostrou para mim que não tinha só aquela mulher, mas muitas pessoas estavam da mesma maneira que ela.
— Sonhos, meu cavaleiro. Aqui todos eles se realizam!
— Não estou vendo nada! Estou vendo apenas muitas pessoas aprisionadas!
Cristina me abraçou e disse bem baixo.
— Eles são felizes. Cuido bem deles. Você! Eu quero você para me ajudar, para ficar comigo! Embora aqui tenha muitas pessoas, eu me sinto só. Eles não me desejam... - Apareceu um espelho e ela olhou como se estivesse em transe como eles: Eu sou tão linda! Tão linda e ninguém ali embaixo sonha comigo! Uma rainha com reino e súditos, mas sem rei. Juntos, realizaremos todos os seus desejos... Eternamente!
Talvez ela não estivesse mentindo. Afinal, todos tinham seus sonhos particulares. E, mesmo assim, não deixava de pensar se ela fez essa proposta a todos que entraram no seu reino, e que a resposta "não quero, sua bruxa" era uma resposta perigosa e mortal! Em todo o caso, o jogo estava apenas começando.
Uma cama, com várias luzes e móveis do estilo colonial apareceram a minha volta, e aquele lugar onde estávamos se transformou em um verdadeiro paraíso. Era real? Era minha mente que ela estava lendo? Afinal, eu estava mesmo ali?
Debatendo minhas dúvidas, as palavras dela estavam ficando mais altas. Dominar, ser Rei tendo sua companhia para sempre! Ela sabia que eu estava procurando uma saída!
Quando meus dedos passaram pelo seu cabelo, senti que uma parte parecia ter tocado meu teclado. Um calafrio correu a minha espinha. Será?
Um computador apareceu no quarto!
— Era isso que queria, meu rei?
Ela tentava me persuadir. Entendi!
Sentei no computador... Tentei imaginar o começo de tudo... O site... The Tred... Cristina me guiando... O maldito Print-Screen, que agora eu acionava e seu rosto ficava preso na tela - preso e claro. Um demônio apareceu... O encanto estava quebrado para mim e finalmente via a sua horrível face! Mas, e ela?
Gritando de raiva, Cristina me jogou a metros de distância. Fiquei bem no fundo do quarto. Aquela criatura monstruosa via a sua face como realmente era, quase que hipnotizada. Presa a sua própria imagem, o mundo que a cercava estava desaparecendo, com ela junto! Eu não sabia como sair disso, então corri para o túnel – para onde todos estavam correndo apavorados.
Cada um voltava para sua realidade e a destruição me seguia...
Até que finalmente encontrei meu quarto!
O prazer eterno permanece prazer?

Autor: Adriano Siqueira



- No Limiar da Dança -
Por Adriano Siqueira


Ela dançava como se estivesse flutuando sobre o chão.
Seus movimentos suaves, e a maneira como movia o ventre, eram incríveis. O brilho da roupa iluminava toda a casa... Ela era uma deusa da dança.
Seus olhos me atraíam para seu interior e, quanto mais ela se movia, mais eu me sentia atraído por ela!
Ela chegou bem perto de mim, movendo suas mãos como se brincasse com uma pena bem macia, desenhando no ar...
Estava ficando embriagado com as suas formas, suas curvas, seu sorriso.
Um homem que estava ali gritava de alegria por ver aquela beldade em forma de mulher.
Ela olhou para mim e me disse, dançando, sem dizer palavra alguma:
— Esta noite não...
Virando-se para o homem, fez-lhe algumas carícias e levou-o para fora da casa.
Desesperado, eu perguntei seu nome...
— Meu nome é Katrin!
Fiquei sonhando com aquelas palavras. Afinal, "essa noite não”. Qual noite seria a minha?
Na manhã seguinte a primeira notícia do jornal: um homem morto. Mordido no pescoço... Vampiros, é claro!
E o homem era o que estava comigo naquela noite.
Então, era uma vampira! Fiquei aliviado por ela não ter sido minha naquela noite...
Novamente fui atraído para aquela casa de dança!
Mas dessa vez estava preparado; embora sua sutileza me dominasse completamente e eu estivesse hipnotizado por aqueles movimentos. Eu só pensava, "Preciso tê-la... Preciso sentir sua pele”.
Ela, como se tivesse lido meu pensamento, veio até mim e levou-me para o meio do antro. Em pé, eu fiquei assistindo sua dança.
Suas mãos me tocavam levemente. Às vezes, seu rosto e suas pernas encostavam em mim. Eu estava suando.
Segurei seus braços. Eu estava completamente possuído pelo desejo; beijava seu pescoço e, aos poucos, ia descendo para seus seios. E ela, mesmo presa pelas minhas mãos, ainda mantinha os movimentos da dança, acompanhando os compassos da música com seu ventre.
Suas pernas envolviam meu corpo como cobras em uma dança que não tinha fim. Desabotoando minha camisa, ela beijava meu corpo...
Nem me dei conta que estávamos seminus... As pessoas, loucas, aplaudiam como se estivessem em transe, e eu nem me importava que ela fosse uma vampira; estava excitado demais para pensar em detalhes que, no momento, eram assim, insignificantes...
Os toques eram mágicos e sua pele queimava. Tudo o que ela fazia, era olhando para mim. E seus olhos transbordavam prazer.
Não sei o que houve, mas fui jogado contra a parede. Um homem enorme, vestindo uma capa, estava lá. Fiquei completamente tonto, mas conseguia vê-lo levantando o corpo dela do chão ao teto, segurando seu pescoço e gritando:
— Não é pra você flertar com a comida!
Os dentes daquele monstro cresciam e seus olhos pareciam fogo. Ela estava à sua mercê! As presas estavam chegando perto do pescoço dela.
Ela o olhava com pavor. Os caninos enormes chegando cada vez mais perto... ela estava quase desmaiando quando ele a largou e caiu, gritando como se visse o inferno.
A estaca tinha atravessado o corpo do vampiro... e onde havia um monstro agora só existia poeira.
Eu estava meio desacordado, mas consegui forças para derrotá-lo...
E a Katrin? Bom... Ela dança até hoje!




- A Vampira do Lotação -
Por Adriano Siqueira




- Olá Greg! Mais uma noite de ida e volta.

Roberto, 32 anos, cobrador, seu turno era das oito da noite as cinco da manhã.
Greg era um motorisma metódico. Preocupava—se apenas com o bem estar dos passageiros e do ônibus.

- Mais um que sumiu. — Dizia o cobrador.

- Eu li o jornal. Notei que eles pegavam nosso ônibus. — Greg dizia olhando para frente.

- Isso não te assusta?

- Muita coisa me assusta... Salário atrasado, greve.

- Nossa! Isso é mesmo assustador. E a kadja?

Greg olha para o cobrador.

– O que tem ela?

– Sem essa... Você treme quando ela pega nosso ônibus.

Greg estaciona o ônibus para pegar alguns passageiros. Eles escutam uma gargalhada. Os dois se olham e engolem seco antes de continuar. Em menos de meia hora de viagem o ônibus tinha mais de quarenta passageiros.

Roberto pega um livro e começa a ler.

- Sabe o que estou lendo Greg?

- Sei... Algo como “falar menos” ou “Como não atormentar um motorista”.

- Nada disso. Estou lendo um livro sobre vampiros.

- Pode parar por ai Roberto. Eu não quero falar sobre isso. A katja é normal.

- Falando de mim...

Um calafrio tomou conta do Greg. Aquela mulher morena de cabelos cacheados e os olhos cinzas bem claros um corpo bem definido. Uma vez por semana ela tomava aquele ônibus.

- De onde você veio?

Acabei de subir. Você não me viu?

- Como consegue fazer isso? Novamente eu não a vi entrar.

- Mágica seu bobo.

O sorriso dela destacam os seus dentes brancos.

- Como vai pagar a passagem hoje Katja.

- Vai ver garoto esperto.

Roberto viu Kadja olhando diretamente em seus olhos. Ela fica bem perto dele. Dá um sorriso e por um momento, ele vê a sua vida inteira passando por sua mente.

- Que livro curioso Roberto!

Ela pisca e desvia os olhos do Roberto segura em um dos braços de um passageiro que estava perto, seus dedos finos passam pela camisa e quando vê que o seu cartão de passe está no bolso da camisa ela vira o homem de frente para a máquina e faz massagem nas suas costas... o homem gosta e vai ficando cada vez mais perto da catraca. Relaxando pela massagem, seu corpo vai um pouco para frente até que o cartão que esta na camisa aciona e libera a catraca. Ela sorri e diz:

- Isso paga a massagem!

Os amigos do homem riem e ele fica enfurecido por ter sido enganado.

- Sua Louca! Devolve minha passagem agora!

- Onde estão os seus modos? Bem. Vamos lá para o fundo que lhe darei tudo que pedir.

Os amigos dele sorriam e cumprimentavam pela sorte que ele tinha. Kadja era linda. Era impossível deixar uma mulher como esta, sozinha.

Greg e Roberto fizeram três viagens de ida e volta. Estavam voltando para a garagem quiando Roberto olhou para todo o interior do ônibus.

- Greg! Me responde... Você viu a kadja descer?

Greg olhou para o Roberto e disse.

- Não. Eu não sei como ela faz isso.

Ele estaciona o ônibus na garagem e descem para acertar os horários. Quando vêem logo a sua frente uma multidão.

- Sai da frente. Precisamos desse ônibus para fechar a entrada da garagem.

- Você está louco... Esse é meu ônibus.

Não! Não é... É da frota e estamos em greve. A multidão empurra Roberto e Greg. Pegam o ônibus e levam até o portão. Jogam gasolina e colocam fogo.

- Parem com isso! Roberto gritava, mas não era ouvido. A bagunça toda organizada pela multidão acabou trazendo varias radiopatrulhas e bombeiros. Os primeiros raios do sol já tomavam conta do local.

Roberto tenta empurrar a multidão, mas é agredido e fica sangrando sentado na calçada.
Greg não consegue tirar os olhos do ônibus em chamas. De repente todos escutam um grito apavorante. Todos se calam. E debaixo do ônibus cai um caixão que estava preso na carroceria e de lá sai uma mulher. Era Kadja gritando e correndo para Greg. Ele estava paralisado... Ela queimava por completo. Ela corria para agarrar o pescoço do Greg, mas quando restava apenas alguns ela parou... Contorceu de dor e caiu a poucos metros dele.

Seu corpo foi desaparecendo até que finalmente transformou—se em cinzas.


Autor: Adriano Siqueira

Aperto no Coração



- Aperto no Coração -
Por Adriano Siqueira -

Tão apaixonado eu era que nem percebi o que estava fazendo.
Lilith pedia chorando que, se eu realmente a amava, deveria esmagar o passarinho que estava em minha mão.
Eu, com a força que tinha! Jovem, corajoso e destemido, simplesmente não conseguia fazer aquilo!
Ela se virou e me disse que eu era um fraco, um idiota!
Então, ela partiu sem dar adeus.
O tempo passou e eu agora, estava com outra mulher. Uma noite, escutei um barulho na floresta e fui investigar sozinho.
Lilith apareceu de novo... Queria mostrar que estava diferente e mais adulta do que antes. Levou-me para uma árvore ali perto e me pediu delicadamente que eu deixasse a outra mulher e ficasse com ela. Disse que gostaria de continuar compartilhando o amor que tinha comigo no passado.
Eu neguei seu amor novamente, mas desta vez ela entendeu e como prova da sua amizade ela me levou até uma grande árvore e ofereceu-me uma fruta. Experimentei... Era adorável e açucarado.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, um raio atingiu a árvore nos jogando para longe. Logo, uma tempestade se iniciou.
Quando olhei para Lilith fiquei impressionado com o que vi.
Ela estava sem sentidos, seus dentes estavam maiores e pontiagudos e seu rosto estava envelhecendo muito rápido.
Assustado, corri para casa, a tempestade estava mais forte, as árvores eram arrancadas do chão e lançadas pelo caminho.
Minha amada estava me esperando. Ela tremia muito. Nunca sentimos tanto frio. Era perigoso ficar ali. Os raios estavam acabando com tudo. Coloquei a minha amada no colo e fugi sem olhar para trás. Nada mais eu podia fazer. Então, aos poucos fui percebendo que estávamos completamente nús.
E a Lilith? Será que ela ainda está viva? Será que um dia ela vai se vingar? Bom... Depois eu penso nisso... Agora eu tenho um novo mundo para construir.

Autor: Adriano Siqueira

sábado, 8 de dezembro de 2007

- OS ABANDONADOS -

Moramos aqui.
Não temos casas e nem castelos.
Somos os abandonados, os condenados.
Os humanos nos chamariam de moribundos ou um bando de indigentes.
Mas, amamos uns aos outros.
Poetizamos, contamos nossas histórias,
de nossa familia de nossos amigos de nossa vergonha.
A dor é menor quando vomitamos nossos defeitos e pecados.
Não pense em encontrar riquezas e nem conforto aqui.
Terá apenas proteção. Uma proteção duvidosa. Garanto.
Pois quando a fome chega...
é só ela que importa.

Autor: Adriano Siqueira