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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Desejos Sombrios - Adriano Siqueira


Desejos Sombrios - Adriano Siqueira



Nuvens cinzas passavam trovejantes por cima do castelo.

O Sol estava escondido, a claridade vinha dos relâmpagos.

A masmorra, que era bem no topo do castelo, não tinha teto. Havia apenas um vampiro acorrentado que gritava angustiado, pois ele sabia que a sua existência agora, dependia daquelas nuvens cinzas. Enquanto elas estivessem por lá, ele estaria "vivo".

A porta da masmorra abriu e de lá apareceu a rainha, que usava um vestido vermelho da cor dos seus cabelos e disse enfurecida.

- Suas magias do tempo estão apenas adiando o inevitável! Logo virará cinzas e sua essência e a sua arrogância pela sua viva amaldiçoada se transformará em uma vaga lembrança para a humanidade!

- Humanidade que não preciso! Dizia o vampiro irritado. Conhecer você, minha cara rainha, só me fez mais arrogante para com os humanos e descobri que humanos nasceram para sofrer, pois é só assim que aprender a dar valor a vida, as pessoas a sua volta, ver realmente o que o coração sente. Prefiro ser vampiro do que ser um de vocês que se matam por um punhado de terra ou para manter seu nome floreado por um título só para ter mais atenção esquecendo completamente o motivo de um título, não é verdade... Rainha.

- Chega! - A rainha pega a espada e coloca no pescoço do vampiro. - Eu mesma vou dar fim nesta sua vida mediocre!

- Liberte-me rainha! E mostrarei para você o quanto a sua vida é preciosa. O quanto posso deixá-la excitante e cheia de prazer. Deixe-me mostrar que existe um mundo onde realmente vale a pena viver, existir, sentir e assim posso ao menos dar valor a minha, sua presença me traria muita vontade e juntos, fariamos o mundo tremer. Ensinariamos ao universo o verdadeiro significado da Vida.

- Mas você não é vivo como pode falar de vida?

- A vida feita sobre vontades e desejos e isso nunca me faltará não enquanto eu ver que você poderia compartilha-la comigo.

A rainha pensa por alguns segundos. Solta a espada e tranca a porta da masmorra. Liberta o vampiro.

- Vá e não volte mais para este castelo.

- Eu irei rainha. - o vampiro beija a sua mão. - Mas voltarei à noite, em seu quarto, por isso, deixe a sua janela aberta e prometo que terá a melhor noite da sua vida.

- E que a noite seja adorável.

- Então... Uma adorável noite!



A rainha acorda, vai até a janela, vê que ainda é noite. Olha para a lua e fica pensando no sonho que teve... e o quanto seria excitante se não fosse apenas um sonho.

Ela se vira para voltar para a sua cama e não percebe a silhueta de um morcego aparecento de em frente a lua, voando em direção ao castelo.


3 comentários:

  1. Olá Adriano! Mais uma vez um ótimo conto!!! Vim agradecer a sua visita no meu blog. Volte sempre, meu querido! É uma honra!!!

    Bloody kisses!!!

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  2. lindo conto, perfeito demais.

    http://terza-rima.blogspot.com/

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  3. Gostei do conto. Suave na medida certa. Estou com um endereço novo, quando puder da uma passada por lá, esta em construção o site ainda. www.marjorytolentino.com.br

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