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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O espetáculo Nosferatu De 08 de novembro a 14 de dezembro

Dia 08 de novembro - O espetáculo Nosferatu, com os atores Cléo De Páris e Eric Lenate,reabre as Sessões Malditas do Espaço dos Satyros, sextas e sábados, à meia-noite


Nosferatu,
montagem de Fabio Mazzoni, com os atores Cléo De Páris e Eric Lenate, reabre as Sessões Malditas do Espaço dos Satyros,
sextas e sábados, à meia-noite

De 08 de novembro a 14 de dezembro

Depois das apresentações no Sesc Consolação, o espetáculo Nosferatu (direção de Fabio Mazzoni, com os atores Cléo De Páris e Eric Lenate ) dá continuidade à temporada em Sessões Malditas, sextas e sábados, à meia-noite, no Espaço dos Satyros 1, na Praça Roosevelt.

O tenebroso personagem Nosferatu - do grego Nosophoros, o portador da peste - e o significado mítico da fábula do vampiro bebedor de sangue humano ganham nesta montagem enfoques distintos. A narrativa se desenvolve a partir de fragmentos de uma noite no calabouço de um castelo medieval e dos momentos de delírio de uma mulher tomada por uma espécie de possessão demoníaca. É sob essa atmosfera obscura, mergulhada num profundo e solitário crepúsculo, que a história é conduzida.

O texto é baseado nos escritos do blog Pueril, que a atriz Cléo De Páris mantém com sucesso desde 2006, no qual versa sobre questões contemporâneas e procura expressar o dilaceramento de seu universo íntimo.
“Seus escritos contemplam questões do cotidiano com um lirismo atemporal e, por vezes, místico, que extrapola a contemporaneidade e visita outras épocas do sentimento humano”, diz Fabio Mazzoni, que, após várias experiências com teatro-dança, estreia na direção de um espetáculo com texto.  É também o primeiro trabalho, em dez anos, da atriz Cléo De Páris – responsável pela dramaturgia com Mazzoni – fora do grupo Os Satyros.

“Há uma beleza quase inaceitável na perplexidade do horror. Não é fácil se aproximar desse tipo de beleza, horrível e fascinante ao mesmo tempo. Nessa delicada equação poética, a barbárie de um ser das trevas vai lentamente eclodindo até encontrar um furtivo reflexo na contemporaneidade”, acrescenta Mazzoni.

A exemplo do que fez em “Amor Fati” (espetáculo de teatro-dança de 2005), Mazzoni utiliza apenas velas na iluminação. “A diferença é que lá eu usava quase cem quilos de velas por apresentação. Agora são pouquíssimas. Há cenas que são iluminadas apenas por uma vela, o que força a plateia e se concentrar ainda mais e acostumar suas pupilas à fraca luminosidade de alguns momentos. O espaço cênico é milimetricamente estudado e as velas são instaladas nos locais e alturas específicos para acentuar a atmosfera das cenas”, explica o diretor. “Além disso, a luz da vela tem um simbolismo muito propício para o tema do trabalho. Todas as cenas foram criadas a partir das sensações que a luz propiciou”, completa.

Corroborando para criar a atmosfera de mistério e terror do espetáculo, iluminação e trilha sonora provocam na plateia uma experiência sensorial e cumprem uma função narrativa importantíssima, direcionando a emoção do público. “A trilha e a iluminação nasceram junto às cenas. Sem a trilha e sem a luz, Nosferatu não existiria”, afirma. O diretor também fez uma pesquisa abrangente sobre resinas aromáticas para chegar ao “cheiro” deste trabalho e propiciar diferentes sensações.

Sugestão de Sinopse:
Na profunda e solitária escuridão de um calabouço, ecoam as litanias e os delírios amorosos de uma mulher contaminada pela mordida de um vampiro.

Ficha Técnica:
Direção: Fabio Mazzoni
Intérpretes: Cléo De Páris e Eric Lenate
Textos: Cléo De Páris
Figurino: Angela Coelho da Fonseca
Iluminação e trilha sonora: Fabio Mazzoni
Espaço cênico: Fabio Mazzoni e Eric Lenate
Fotografia: André Stéfano
Cenotécnico: José da Hora
Produção: ABX Produções

Serviço:
Onde: Espaço dos Satyros 1 (pça. Franklin Roosevelt, 214, Centro, tel. 3258-6345)
Estreia: Dia 08 de novembro, sexta-feira, à meia-noite
Temporada: Até 14 de dezembro. Sextas e sábados, à meia-noite
Duração: 60 minutos.
Recomendação etária: 16 anos
Preços: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada)
Lotação: 40 lugares


Minibios:

Fabio Mazzoni é ator, produtor e diretor teatral. Pertenceu ao Grupo Macunaíma, do diretor Antunes Filho, entre 1995 e 2001. Logo após, entre 2001 e 2005, foi diretor assistente do diretor Gabriel Villela. A partir daí, em parceria principalmente com artistas ligados à dança, começou sua pesquisa estética. Focado na experimentação, estreou “Amor Fati”, seu primeiro espetáculo como diretor de teatro-dança, interpretado pela bailarina Jacqueline Gimenes e coreografado por Mário Nascimento: “Tomara que essa parceria inaugure um processo que os impulsione, pois quando se lembra que Amor Fati representa somente um primeiro resultado, percebe-se o quanto ele já é sólido” (Helena Katz, O Estado de S. Paulo). Entre 2006 e 2007, realizou, entre outros projetos, a direção cênica da récita “Madrigal Crescendo”, do Maestro Diogo Pacheco, “Fragmentos Mozartianos”, para a Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo e “Wotan”, sua primeira parceria com o coreógrafo Sandro Borelli. Em seguida criou “Hagoromo, o Manto de Plumas”, que recebeu o Prêmio APCA de Melhor Concepção de Dança de 2008, interpretado pela bailarina de butô Emilie Sugai:“Obra que promove aquela operação difícil de ser descrita, e que só a arte, quando dá muito certo, consegue realizar (...). A sutileza e o requinte balizam tudo o que esse Hagoromo envolve.” (Helena Katz, O Estado de São Paulo). Retomando a parceria com Sandro Borelli, criou “Welcome to the Machine” e um segundo solo para Jacqueline Gimenes chamado “Procurando Schubert”: “Para sobreviver nesse mundo apresentado por Mazzoni, a visão deve se transformar em tato (...). Procurando Schubert tem direção coreográfica de Sandro Borelli, habitual parceiro do percurso de Mazzoni na dança (...). A sintonia que ambos vem construindo encontra aqui um ajuste perfeito entre concepção e realização na forma de movimento” (Helena Katz, O Estado de São Paulo). Seu mais recente trabalho como diretor foi o espetáculo “O Último Stand Up”, também coreografado por Sandro Borelli e com a participação do ator Ivam Cabral,da Cia. Os Satyros.

Cléo De Páris é também jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). Iniciou sua trajetória como atriz na Cia. das Índias, de Porto Alegre. Já em São Paulo, em 2003, atuou no espetáculo “Corações Partidos e Contemplação de Horizontes”, texto de Dionísio Neto com direção de Renata Jesion. Ainda em 2003, cursou o CPT – Centro de Pesquisa Teatral do SESC, sob a coordenação de Antunes Filho. No cinema, atuou em diversos longas, médias e curtas-metragens, com destaque para “Encarnação do Demônio”, de 2008, com direção de José Mojica Marins, “Carnaval”, de 2001, com direção de Bruno Vianna, “Tolerância”, de 1999, com direção de Carlos Gerbase, “Nocturno”, de 1998, com direção de Dennison Ramalho e “A Vida do Outro”, de 1997, com direção coletiva dos alunos de Cinema da PUC/RS. Por este trabalho, Cléo recebeu o Kikito de Melhor Atriz em curtas e médias-metragens no Festival de Cinema de Gramado de 1998. Na televisão, em 2008, fez o telefilme “A Noiva” e, em 2009, a minissérie “Além do Horizonte”, ambos pelo projeto “Direções” da TV Cultura e com direção de Rodolfo García Vázquez. Há dez anos é integrante da Cia. Os Satyros. Participou das seguintes montagens do grupo: "A Filosofia na Alcova", "Cosmogonia", "A Vida na Praça Roosevelt", "Inocência", "Divinas Palavras", "O Dia das Crianças", "Vestido de Noiva", "Liz", "Roberto Zucco", "Cansei de Tomar Fanta", "Cabaret Stravaganza" e "A Nossa Gata Preta e Branca". Fora dos palcos, coordena o Programa Kairós da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. Atualmente está em processo de ensaios para a nova montagem d’Os Satyros, “Édipo na Praça”, que tem estreia marcada para 16 de agosto.

Eric Lenate profissionalizou-se em 2004 pelo SATED. Ingressou no CPT - Centro de Pesquisa Teatral do SESC em 2005, sob a coordenação de Antunes Filho. Em quatro anos de CPT, integrou do Núcleo de Cenografia e atuou nas seguintes montagens do Grupo Macunaíma: "O Canto de Gregório", "A Pedra do Reino" e "Senhora dos Afogados". Em 2006, com a criação de Antunes de um novo programa de estudos, passou a desenvolver seu trabalho como diretor. Sua estreia profissional se deu em 2008 com a peça "O Céu 5 minutos antes da tempestade". Bem aceito por público e crítica, foi nomeado para diversos prêmios, entre eles Prêmio Qualidade Brasil 2008 de Melhor Espetáculo. Em 2009 Lenate dá seguimento ao seu trabalho como diretor independente. Neste ano dirigiu "Natureza Morta" e "Celebração", esta última premiada no 13º Cultura Inglesa Festival como Melhor Espetáculo. Em 2011, dirigiu, cenografou e iluminou o espetáculo "Limpe todo o sangue antes que manche o carpete", projeto com a Cia. dos Inquietos. Em 2012, foi diretor e cenógrafo da peça "Um Verão Familiar", mais uma realização em parceria com a Cia. dos Inquietos. Ainda em 2012, assina a direção e a cenografia do espetáculo "Rabbit", projeto com a Companhia Delas de Teatro. Este trabalho foi indicado ao Prêmio Shell 2012 de Melhor Figurino e aos Prêmios CPT 2012 de Melhor Espetáculo e Melhor Direção. Realizou dois trabalhos como ator, em parceria com o diretor Zé Henrique de Paula: "Sideman", em 2010 e "No coração do mundo", em 2012/13. Por este trabalho recebeu o Prêmio R7 de Teatro 2012 de Melhor Ator. Lenate foi ainda indicado ao Prêmio Shell 2012 na Categoria Especial pela “força performativa de seus experimentos".



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