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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O Desespero de um Sequestro



─ Foi mais fácil do que imaginei Cícero.
─ Sim Toninho. É só manter o magnata trancado e receber o dinheiro.
─ Meu celular está tocando. Deve ser alguém tentando negociar.
─ Alô! São os sequestradores?
─ Você é o contato da negociação? Qual o seu nome? 
─ Neculai.
─ É o seguinte. quatro milhões e o magnata sai com vida. hoje mesmo.
─ Tenho uma proposta melhor. Solta ele agora e vocês saem com vida.
─ Mas... Quem você pensa que é heim? O cara vai morrer! Toninho arranca a orelha do magnata para mostrar que não estamos brincando. E você ai Neculai! Tá escutando? Vamos cortar a orelha dele e a culpa é sua.
─ A orelha já está na mesa Cicero... mas não é dele.
─ O quê? Mas que diabos? Toninho? Cadê o Toninho? 
─ Ele está sem orelha e sem o dedo.
─ O que é que está acontecendo aqui. 
─ Acho que essa língua também é dele. Aposto que deu vontade de comer uma feijoada agora.
─ Seu desgraçado. O que fez com Toninho. Me responde!
─ Não vá para a o quarto onde deixou o magnata. 
─ Pro que não? você nao manda nada aqui! M-mas... Toninhoooo! Você enforcou o meu amigo! 
─ Sabia que iria gostar. Quer tirar uma selfie com ele e postar para os seus amigos? 
─ Desgraçado! Aparece agora ou mando bala no magnata.
─ E perder quatro milhões? 
─ Vai se ferrar. 
─ Sabe por que eu não arranquei sua orelha ainda? Porque quero que me ouça no celular. 
─ Eu vou matar você! Aparece agora seu covardeeeeaaaaaaggghhhh.
─ Mas posso cortar seus dedos. Assim não tem como atirar. 
─ N-nãaoo! Para com isso! Argghhh
─ Vai ficar difícil de pegarem suas digitais agora. Será que o nariz tem digital? 
─ Volta aqui! Volta para de ficar sumindo e aparecendo. Me enfrente como homem. 
─ Enfrentaria se tivesse algum homem aí, mas só estou vendo um sequestrador sem dedos. Vai ser um apelido e tanto na cadeia heim?
─ Eu vou matar você. 
─ Só se for de rir. O sangue do seu amigo estava muito bom. Será que o seu vai superar o dele? 
─ Não me toque maldito.
─ Vai ser difícil deixar você desesperado. Acho que vou ter que abandoná-lo nesta cabana preso, amordaçado, sem dedos e com o cadáver do Toninho.
─ Não... Me leve para um hospital. Eu vou morrer aqui você não pode me abandonar. Eu não quero morrer! Me ajudem! Socorrr... Ahhh
─ Hum. Este seu sangue... Cicero... olha. Parabéns. Você superou o Toninho. Gostei muito do seu sangue com desespero. 
─ Agora Vamos ver o que temos aqui. O Magnata. Deixe-me tirar a fita para você falar.
─ Por favor ligue para a polícia. 
─ Olha para mim Araujo! Acha que estou aqui para te salvar? acha que sou um super-herói? Eu vou falar e você vai ouvir entendeu?
─ C-certo. 
─ Eu sou Neculai. Sei que é dono de uma estação de TV muito famosa. Quero participar do programa noturno que tem lá sobre variedades. Entendeu? 
─ S-sim. 
─ Serei o convidado especial deste programa e ele não vai ser proibido por ninguém. Entendeu?
─ Será providenciado. 
─ Agora preste bem atenção Sr. Araujo. Eu tenho todos os contatos do seu celular. Todos! Eu vou matar cada um deles se este programa for interrompido de alguma maneira entendeu? 
─ Eu vou cumprir minha palavra. Cumpra a sua.
─ Só mais uma coisa. Se tiver qualquer imagem da passeata que será feita em meu nome. Deve colocar ela no ar. Não tente esconder esta passeata em suas matérias.
─ Está bem Neculai. Só peço que mantenha a palavra.
─ Você está livre. Saia do meu caminho.
...

─ Alô! Neculai... 
─ Seu tio vai me ajudar agora Deise. 
─ Que bom saber que seu plano continua tendo sucesso Neculai. 
─ Logo estarei na TV.
─ Eu vou amar. Posso tocar em seu rosto. 
─ Ainda estou com o sangue dos sequestradores em meu corpo. 
─ Eu não me importo. Seus olhos estão brilhando mais...  
─ É a fama. 


Por Adriano Siqueira

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