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sábado, 13 de junho de 2009

A volta do principe - por Adriano Siqueira




Aquele castelo, a floresta, os cavalos e os lobos viviam em harmonia! A floresta noturna, aquela névoa que abraçava as árvores como se estivessem amando! Debby conseguia ver mulheres desenhadas nas formas daquela névoa. As árvores brincavam com o vento, os lobos faziam a música e tudo dançava em volta da Debby!
Ela sempre ficava naquela janela esperando seu príncipe chegar. E lá estava ele, chegando em seu cavalo negro, com sua armadura negra (para que seus inimigos não vissem o sangue, caso ele fosse atingido) e sua espada em punho cheia de sangue com um pano branco levantado em sua ponta. Era a forma que ele usava para dizer que lutou por Debby e venceu por Debby!
Como sempre, ela saía em disparada da janela para encontrá-lo na porta do castelo e juntos completar aquela noite maravilhosa!
- Os guerreiros estão crescendo, Milady. Agora eles atacam aos bandos, logo estarão aqui!
Príncipe Ryan era seu nome e sua voz era forte e sempre sabia o que fazer. Debby sempre ouvia o príncipe, atenta a todos os detalhes, pois ele, mesmo amando-a, não gostava de repetir!
- Meu amado, não seria melhor fugirmos daqui?
- Nunca... Aqueles porcos não gostam da gente por sermos vampiros! Eles querem nos destruir por causa da nossa natureza e não importa para eles se apenas atacamos animais, eles querem a nossa morte, pois somos os únicos desta região. Eles ameaçam nossa moradia e você, minha amada! Cortarei a cabeça deles um por um, até aprenderem a respeitar minha moradia e minha princesa!
- Suas palavras são tão fortes meu príncipe, mas venha, você precisa de um banho.
O lenço branco com um pouco de sangue caiu. Debby pegou o lenço e viu que possuía umas iniciais - D.M.
- Príncipe? O que essas iniciais significam?
- Oh, Milady! Gostaria que não tivesse visto...
Sem que o príncipe terminasse a explicação, vários soldados em cavalos com tochas apareceram por toda a floresta.
- Queimem os vampiros!
Rapidamente o Príncipe Ryan pega sua espada e olha seco para Debby:
- Vá para a janela, Debby, e leve este lenço! Isso salvará nosso mundo.
Chorando, Debby sabia que não podia fazer nada. Seu príncipe resistia facilmente aos ataques dos soldados, mas não duraria muito. Correndo e chorando pelas escadas ela olhava aquele lenço branco... Afinal, aquele lenço era mágico? Pela janela, ela via a batalha. Vários soldados já estavam no chão mortos e ele segurava um para pegar seu sangue e deixá-lo mais forte. Mas ele também sangrava. Debby não agüentava ver aquela cena. Não poderia acabar assim.
- O lenço, Debby, eu te amo!
Chorando, ela coloca o lenço em seu rosto tentando esconder de seus olhos a dor da batalha. Mas a névoa que estava lá começou a encobrir toda a batalha e o som das espadas e ossos quebrados estavam ficando cada vez mais longe. O castelo foi completamente invadido pela névoa, apenas os lobos chorando eram ouvidos.
- Acorde, Debby!
Ela ainda chorava e seu marido a abraçou. Onde está Ryan ? Era tão real...
O marido leva Debby para a janela e ela olha para uma árvore e vê uma pequena névoa em torno dela...
O lenço ainda estava em suas mãos e agora, as iniciais faziam sentido! D. era ela, Debby, e M. de seu marido, Moacir.
A realidade é o único sonho que não temos.


11 comentários:

  1. Gostei do conto! O sonho foi peça fundamental no enredo. A caça aos vampiros...bem bolado.
    ta de parabéns!

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  2. PERFEITO MEU CARO!
    UMA TRAMA BEM CONSTRUÍDA.
    COMO SEMPRE SUA CRIATIVIDADE SEMPRE ILUSTRA VOSSA OBRA COM O TOQUE DE SENSIBILIDADE E MISTÉRIO QUE SEMPRE ESPERAMOS.
    BEIJOS SANGRENTOS

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  3. Lord Dri, amei seu conto como de costume, vc é sempre maravilhoso qdo escreve. Eu confesso q fiquei surpresa qto à aparição do dono da inicial "M" do lenço de Debby. Mas mesmo com essa surpresa vc foi romântico, sensivel e doce além de seu já tradicional toque sutil de sensualidade. Bjs

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  4. lindo este conto. arrepiante
    emoção, e um ar medieval engrandecendo suas palavras.
    Blog Suicide Virgin

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  5. sou louca por vamipros, além de ser interessante tem um certo charme e curisidade sexual em tds eles.. rss acompanho.

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  6. Driiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
    Obrigada mais uma vez por esse conto maravilhoso, eu e o Moacir já temos ele selecionado em nossos favoritos (e eu encaro o cavalo preto sendo o meu carro preto). beijos Debby

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  7. Muito bom, gostei demais. parabéns.

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  8. Ao menos em sonhos ela foi feliz.... Triste é o momento em k temos de voltar para a realidade...

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  9. Uau adorei o conto.
    Vc foi o escritor que conheci no dia do fãs, não foi?
    Quer fazer parceria com nosos blog, coloco vc nos link e vcs nos add.
    me manda um email, queria conversar com vc.

    twilightuniverse1@gmail.com
    e apareça no evento!!!!!!

    bjokas
    lica

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  10. Puxa amigo, viajei em sua história,meio amor, meio suspense!
    E com certeza temos sonhos incríveis e depois nos tocamos q precisamos voltar para a realidade!

    Continue escrevendo desse forma contagiante.
    Beijinhos,
    Cris.

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  11. Gosto dos seus experimentos, desdobrando as possibilidades de situar vampiros em diferentes cenários [tempo e espaço].
    Esse conto, em específico, trouxe uma aproximação deliciosa [e cheia de nuances...] ao atrelar sonho ao universo fantástico. Freud, leitor de histórias povoadas pelo sobrenatural, soube ver na ficção extra-realidade uma alegoria do inconsciente.
    Em seu conto, caríssimo Adriano Siqueira, a fórmula é novamente experimentada, com direito a soco no estômago bem situado na frase final – curta & grossa, como dizem, mas de uma poesia... ai ai... isso aí, cheia de suspiros e devaneios...

    Tb lembrei de “A morte amorosa”, de Théophile Gautier. Há intertextualidade de fato – proposital, no caso – ou a conversa das obras é cousa de minha dôida cabeça??

    Me estendo um pouco mais no comentário para chamar um outro quê.
    Seguinte: quero fazer eco à sugestão de Fernandez, qdo comenta “Noite sem fim”. O leitor indica o ganho que uma descrição mais detalhada traria. Concordo. Mas, mais do que isto, penso que os contos, ao serem divulgados via internet, apresentam-se em extensão ideal. Não adianta, leitura de páaaaginas cansa e desestimula.
    No entanto, excelentes propostas são apresentadas em suas narrativas breves. Esta [“A volta do príncipe”] é um exemplo perfeito. Logo, rever os contos, pensando outro suporte [livro ou afim] pode gerar um proveito maior de potências que pululam em seus escritos.

    Seus mergulhos no fantástico provocam a imaginação. E esta, dama faminta, quer mais e mais. As entrelinhas de seus textos estão plenas de dizeres paralelos. A virtude de habitar vazios, é sua. Mas, como toda sorte tem sua paga, terá de agüentar leitores chatos feito eu, que se apaixonam por fantasmas e querem mais é ouvi-los falar - por horas e horas...

    Falando nisso... vc tem projeto de algum romance???

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