sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Morticia vai a caça - parte 03 - por Stefany Albuquerque


Morticia vai a caça - parte 3 - Por Stefany Albuquerque



 Visto novamente meu vestido e seguro nas mãos, as minha sandálias.
— Onde pensa que vai?
Escuto a voz de Igor, olho para cama e o vejo desmaiado.
— Estou ficando louca, ele está desmaiado.
— Louca! Você vai estar se sair daqui agora.
— Está em meus pensamentos não é?
— Sim, e você pensa que vai a onde?
Ele some da cama.
— Não estou te prendendo aqui, mas se quer ser quem você era, é melhor esquecer esse tal de Dri.
Ele estava na sala sentado no sofá a me olhar com cara de bravo.
— Você tem que entender que sou assim agora e que...
Antes que eu termine, ele me interrompe.
— Vou com você e te mostrarei que não precisa dele.
— Não! Você não vai!
— Não é uma questão de decisão, é uma certeza. Eu vou e não tente me impedir.
Arrumamos-nos rápidos e saímos em direção à garagem.
— Meu carro está logo ali.
— Me deixe adivinhar... o Porsche Cayenne.
— Errou... A BMW M3 preta.
Ele sorri.
— Achei que apreciava mais velocidade... Como um Porche.
— Entre no carro e pare de falar besteira.
Entramos no carro em direção a ao Luna Di Crapri. Coloco o cinto.
— BMW não faz o meu estilo.
— Não perguntei, Igor.
— O que ele tem de especial?
— Glamour meu querido, Glamour.
— Mas voltando ao assunto...
O interrompo.
— Sabia que a Bmw atinge 100 km em 5.9 segundos.
— Não mude...
Antes que ele termine entro drifitando em uma curva, ele bate com a cabeça no teto do carro. Começo a rir.
— Não sabe dirigir não!
— Machucou muito? Ha ha ha.
— Não teve graça Morticia.
— Isso que dá quando não se coloca o cinto.
— Agora vai me dar aulas de trânsito.
— Pare de ser bobo. Chegamos.
Entrando no restaurante um rapaz vem nos atender.
— Boa noite senhora e boa noite senhor, desejam uma mesa?
— Estou esperando um amigo.
— Se seu amigo tiver reserva ele deve estar na lista, posso ver se ele já esta aqui, senhora.
— Tudo bem seu nome é...
— Morticia estou aqui.
Dri acena com a mão. Vou até ele e Igor fica sentando no bar.
— Quanto tempo Morticia.
— Não deveria estar aqui.
— Realmente não deveria, mas estou.
— O que quer?
— Você me mandou cartas, mas nenhuma era para mim e sim para Victorio Antony.
— Ele quer o chip, não posso dar a ele.
— Bom não é o que parece.
— Leu as cartas.
— Não, mas acho que pediu algo em troca.
— Por que acha isso?
— Você é sedenta pelo sangue de seus amigos e inimigos, agora só basta saber se ele é seu amigo ou inimigo.
— Na verdade não sei dizer. Encontramos-nos há muito tempo, uma simples troca de olhar nada mais. Mas acho que podemos descobrir. Foi bom te ver tenho algo para entregar a ele.
— Não é o chip.
— Sim, mas não aquele chip.
— Como assim?
— Este contém somente às informações que ele precisa.
— Se começar a dar essas informações a todo mundo logo não precisará mais desse chip.
— É só esta vez.
— Acho que ele é um amigo agora.
— É o que eu espero.
Entrego em suas mãos uma carta.
— Está aqui dentro.
— Sim esta é a minha ultima carta para ele.
— Ok.
— Mudando de assunto, desde quando tem um segurança?
— Segurança? Do que está falando?
— Daquele cara de cabelo comprido sentado ao bar. Ele não para de nos observar.
Olho para Igor.
— Só um minuto Dri.
Saio da mesa e vou à direção a Igor.
— como um observador você é terrível.
— Por que esta ofensa?
— Pare de encenar, vamos Dri já o viu.
Caminhamos até a mesa onde Dri estava.
— E esse quem é?
— Lorde Igor D’shelder. E você deve ser Dri.
— Lorde Danny Ray I... Lord Dri para os amigos.
Igor olha com uma cara de poucos amigos para Dri.
— Bom vamos sentar.
Eles sentam um secando o outro.
— Fará o que eu te pedi, Dri?
— Sim. Mas me diga Igor se assim posso o chamar...
Igor o interrompe.
— Lorde Igor, é assim que todos têm que me chamar.
Antes que Dri responda grosseiramente Igor me manifesto.
— Engraçado Igor, eu não o chamo de lorde.
— Você é uma exceção.
— Vamos parar de arrogância aqui e conversar como adultos. O que quer de mim Dri, acho que não veio para falar de Victorio apenas.
— Não, mas das pessoas que estão atrás dele e de qualquer um que o ajudar.
— Não tenho nada a ver com isso, as cartas foram enviadas á você para que não soubesse que eram minhas.
— Eles estão atentos, principalmente Minerva e...
— Não quero saber, eu tenho outros problemas para resolver.
Igor se manifesta.
— Morticia está em busca de outro ser, do qual você não vai ajudar em nada colocando essas ideias em sua cabeça.
— Você não sabe de nada Igor, eu conheço Morticia há mais tempo que você. Não venha me dizer como tenho que agir com ela.
Igor se levanta com rapidez e agarra o pescoço de Dri, rapidamente corro em sua direção e retiro suas mãos do pescoço de Dri.
— Abaixe sua mão Dri. Igor poderia perfurar seu coração com um só golpe, tudo isso antes de enforcá-lo.
Eles abaixam as mãos e as pessoas ao redor batem palmas achando que era uma encenação.
— Bravo senhores.
Diz o garçom.
 Igor passa por ele e o empurra, sai em direção ao carro.
— Seu segurança é meio nervoso demais, não acha?
— Você sempre tem que brigar com todos os homens que saem comigo.
— Por que será?
— Dri não sei por quê? Você foge de mim quando chego perto de você, de seu coração. Agora fica ai com ciúmes e mesmo assim não faz nada para ganhar meu coração.
— Está falando bobagem Morticia.
Ele me agarra e me beija, as pessoas ficam a nos olhar caladas.
— Não pense que eu vou esquecer.
— E não é para esquecer querida. Espero que venha ao meu encontro novamente.
Fico a olhar ele.
— O que foi Morticia, por que está me olhando desse jeito?
— Dri se eu deixasse de ser quem eu sou agora, isso mudaria alguma coisa entre nós?
— Do que você esta falando?
— Sim ou não?
— Não... Eu acho.
O beijo e saio rapidamente em direção à recepção.
— Entregue isso ao homem que estava comigo.
A recepcionista balança a cabeça em forma de concordância. Saio do restaurante e entro no carro. Igor estava segurando o volante e com a cara fechada.
— Ele...
Igor me interrompe.
— Então agora você esta pronta.
— Sim... Acho que sim.
Ele começa a dirigir de volta a ao hotel. Ele estaciona o carro na garagem e abre a porta para mim.
— Venha Morticia, tenho algo para te mostrar. Quando disse a você que a trataria como merece não estava brincando.
Entramos no elevador e fomos até o quarto. Os Serviçais provavelmente estiveram no quarto, pois estava tudo arrumado e sem machas de sangue. Igor retirou a camisa e se sentou no sofá esticando a mão em minha direção. Caminho até ele e me sento ao seu lado, sua mão desliza em meu rosto.
— Pelo jeito Dri não vai se importar com sua mudança.
— Ouvi toda a conversa, não é?
— Sim, mas quero iniciar a nossa. Voltamos ao Brasil por um propósito apenas, o de encontrar seu pai. Estou aqui para te ajudar, mas isso só vai acontecer se deixar.
— Como assim?
— Preciso invadir sua mente.
— Mas você já faz isso, sempre lê meus pensamentos até quando eu não quero que leia.
— Não é bem assim Morticia, leio apenas o que você me deixa ler. Eu digo invadir por completo, até onde está sua primeira força, sua primeira aparição.
Levanto com rapidez e saio de perto dele.
— Não, isso está indo longe demais Igor, vai descobrir coisas que não deve saber, vai ver o quanto fui má e o quanto eu sou sem coração.
— Mas Morticia, todos nos somos sem coração.
Ele chega perto de mim e encosta minha mão em seu peito.
— Vê? não á nada a bater aqui, não á sentimento, não á nada a pulsar. Somos secos e sem vida. Você tem um grande poder em suas mãos e não usa porque tem medo de como as pessoas agiriam com você, mas não tem com o que se preocupar, porque são elas quem tem que ter medo e devem respeitar você.
— Igor isso não esta certo, eu posso destruir o mundo.
— Então o faça se for preciso, se sua natureza pede isso.
— Não.
— Não negue quem você é. Seu pai ia querer isso, ele era assim. E acho que é até hoje.
— Meu pai teria orgulho de mim se me visse como estou hoje.
— Sim, mas acredite-o teria mais ainda se soubesse que sua filha ainda honra seu nome. Sua família foi conhecida por ser uma grande família de demônios, seu pai é um guerreiro um demônio excepcional. Batalhou em guerras que jamais um vampiro comum conseguiria vencer. Seu pai, um grande demônio, não pensou duas vezes em atacar seu próprio irmão que queria sua cabeça e a de seu pai. Ele se sacrificou por você, e isso tudo está em sua mente, em seus pensamentos, se torne aquilo que seu pai tanto desejou.

Fico a pensar em suas palavras e acabo lembrando de algo, que em minha memória se escondia.

— Walter tenho algo para te mostra.
Ele me olha empolgado.
— O que é Morticia.
— Tenho um dom novo.
Ele coça a cabeça.
— Me mostre.
Gesticulo as mãos e seguro em seu braço.
— Pare Morticia está me machucando.
Seus olhos derramaram lágrimas e seu rosto se esmoreceu, sua dor me causava uma felicidade algo tão bom, mas a ele, causava um medo, um sentimento ruim. Largo seu braço e ele se distancia de mim.
— Walter o que foi?
— o que foi, olha o que você fez comigo.
Ele estica seus braços, á marcas de queimaduras enormes.
— Walter eu não queria fazer isso me desculpe. Eu só queria te mostrar meu novo dom.
— Você sentiu prazer no que você fez?
Fico em silencio.
— Sentiu?
Ele grita.
— Senti, senti tanto prazer que faria de novo e de novo várias e várias vezes até você implorar por sua morte, até eu queimar você por inteiro, até sobrar somente suas cinzas.

Seu olhar assustado foi o que mais me comoveu, ele era apenas uma criança curiosa, e eu uma menina má com um coração de pedra.

— Morticia isso foi há muito tempo, não pode se culpar.
— Não me culpo, mas acho que o que ele apenas queria, era ter uma irmã como qualquer outra.
— Não pode considerar ele seu irmão ele tentou te matar.
— Mas fui eu quem o matou.
— Para a sua própria defesa.
— Poderia tê-lo deixado viver.
— Então morreria e ele usaria seus poderes contra tudo e contra todos.
— Ele só queria ser como eu.
— O destino queria que ele fosse normal como toda criança, ele tinha algo ruim dentro dele, ele mudou seu próprio destino, você não tem culpa disso.
Ele some e aparece na cama novamente.
— Sei que se interessou por este meu dom e acho que posso ensinar a você.
— Não vai mudar minha mente tão rápido.
— Querida seque seu rosto. Ele está coberto por lágrimas de sangue.
— Muito engraçado de sua parte mais não escondo minhas lagrimas...
Ele me interrompe.
— ... E blá, blá, blá. Venha! Tenho muito para te ensinar.
— Estou faminta não estou com pique para truques.
— Você disse truques? Acha mesmo que faço truques.
— Não me interesso se são truques ou não, só que estou faminta e se você não quer ser a minha vítima, é melhor que fique calado.
— Vou te trazer algo, ou melhor, alguém para seu deleite.
Ele sai rapidamente do quarto.



Igor está querendo me ajudar, mas suas ideias me assustam um pouco. Se me tornar o que eu era posso causar dor a muitas pessoas, sinto sede de vingança, de ódio e de fúria. E ele está alimentando isso com suas palavras e seus conselhos.
Stevan diria o contrário, mas Stevan é carta fora do baralho.  Assim como Dri deveria ser, ele me usa para seus prazeres, e eu aceito suas artimanhas, queria esquecer Dri por minuto, mas ele vive em meus pensamentos. Se eu mudar, mesmo assim quero Dri ao meu lado. Espero que Dri entregue a Victorio minha última carta e que Victorio consiga aquilo que procura, pois temos assuntos pendentes, mas isso ficará para outra hora. Pois tenho que resolver os meus primeiro.
Vou aprender a ser má em constante novamente. Vou voltar a ser quem eu era.

— Entre meninas, tenho que lhes apresentar alguém.
— Igor?
— Morticia estas são Lidya e Verona.
— E você está tentando ganhar elas na lábia.
Ele sorri.
Vou à direção das duas moças e passo minhas mãos em seus rostos. Penetro meu olhar nelas.
— Durma.
Elas apagam nos braços de Igor.
— Você acabou com a minha festinha.
— Não quero saber, elas são apenas alimento, não é?
— Você esta certa.
Ele joga uma delas no sofá e a outra, ele morde.
— Alimente-se querida, vamos brindar a sua volta.
Seguro o pulso da que está em seus braços.
— A minha volta.
Mordo o pulso da moça.
 Depois de algumas horas, Igor e eu estávamos com os lábios cheios de sangue e deitados na cama com as meninas entre nós.
— Acho que estou gostando desse meu novo jeito.
— Não é novo e nem antigo, é a sua verdadeira face.
Saio rapidamente da cama em direção a sala.
— O que foi Morticia?
— Meu celular.
O atendo.
— Morticia querida, ele está bem perto de você, olhe pela janela.
Corro até a sacada, olho para baixo e vejo um homem alto de cabelos negros compridos, com uma capa negra em seu corpo. Ele entrou no hotel com dois homens grandes iguais a ele.
— Morticia você está ai ainda?
— Sim, Stevan. E como sabe disso.
Igor se manifesta.
— O que Stevan quer?
— Meus homens o encontraram e avistaram você e Igor no mesmo local. Diga para Igor descer e ficar espiando de longe. Ele não sabe que você está ai e nem pode saber.
— E por que não? Eu vim para isso.
— Não sabemos qual será sua reação nem a dele, a ultima vez que ele esteve em Portugal ele soube que estava aqui e desapareceu novamente. Então foi ai que meus homens o avistaram no Brasil.
— Ok Stevan! Vou tomar minhas precauções.
— Estou indo para o Brasil com Lady Amanda, temos uma viajem de férias.
— O bicho está pegando aqui... Ah quer saber faça o que achar melhor.
— O que houve com você?
Olho para Igor.
— Vá até a recepção e fique de olho no homem que está de capa negra com dois seguranças. Discretamente.
— Ok estou indo.
Ele sai do quarto com rapidez.
— Nada Stevan.
— Está diferente. o que meu irmão anda fazendo com você?
— Ele esta me ajudando a ser quem eu sou de verdade.
— Se fizer isso será o seu fim, não terá mais volta. Você sabe o que houve da ultima vez.
— Sim, acho que eu hora de voltar.
— Estou indo para o Brasil, espero te ver do mesmo jeito que a vi da ultima vez.
— Não garanto isso.
Desligo o telefone.
 Vou até a cama e vejo as mulheres deitadas, elas estão secas. Gesticulo minhas mãos e as queimo. Seus corpos até virarem cinza. Enrolo suas cinzas no lençol da cama e vou com ele até a sacada, jogo suas cinzas ao vento. Volto para a cama e Igor está sentado nela.
— E então?
— Não vi seu rosto, pois ele tem uma máscara, a recepcionista disse que ele é um ator de teatro, e que está na cidade para uma peça. É seu pai não é?
— Talvez.
— Sinto o seu cheiro nele.
— Talvez.
— Vou treinar você, para estar ao nível dele...
— Eu já estou Igor há muito tempo. Stevan esta vindo e ele não aceita como eu sou.
— E nunca ira aceitar. Não deixe que ele mude seus pensamentos.
— E não ira.
— Vamos descansar um pouco, pois logo ira amanhecer.
— Sim.
 Fecho as janelas e Igor arruma a cama. Nós deitamos. Ele adormece, mas minha mente ainda está focada naquele homem de capa negra. Finalmente vou conhecer o meu verdadeiro criador.
Canalizo meus pensamentos nos de Igor e começo a ver o que ele viu quando esteve na recepção. A moça da recepção lhe deu a chave de um apartamento, mas Igor não conseguiu ver, mas ouviu-a mencionar que é 9° andar. Meus pensamentos se desconectam com os dele e fecho minha mente. Impedindo que ele possa a ler. Saio da cama com cuidado para não o acordar, vou até o guarda-roupa e pego uma calça de coro uma bota e uma regata preta. Minhas típicas roupas de caça. As visto com cuidado para que nenhum barulho estrague minha estratégia. Escovo os cabelos e os deixo solto, passo minha maquiagem negra nos olhos e o batom vermelho nos lábios. Visto meu coldre de cocha com sete punhais, piso com força no salto da bota e uma faca sai no bico dela, piso novamente ela some. Na minha coxa esquerda colo outro coldre com uma pistola e um pente reserva. Nas laterais da bota colo punhais negros que se parece com os enfeites que a própria bota tem. Visto meu sobretudo com os meus outros acessórios.
— Estou pronta!
Saio do quarto sorrateiramente, no corredor, há câmeras por toda parte. Passo normalmente por ela tentando não chamar a atenção. Pego o elevador e vou até 9° andar. Ao chegar o silencio cobre o lugar um cheiro estranho de rosas acompanha o silencio. As portas então todas fechadas e apenas uma no fim do corredor está aberta, chega a ser quase um convite. Chego mais perto e vejo o quarto escuro e vazio. Passo minha mão na luminária e a acendo. O quarto parecia não ter ninguém mesmo, entro mais e avisto uma cama grande em lençóis vermelhos. As janelas fechadas realçavam os quadros na parede. Entro mais até chegar à cama.
— não deve ser o quarto dele. Não á ninguém aqui, devo ir embora.
A porta fecha causando um arrepio em mim. Viro-me rapidamente.
— gasit ceea ce a vrut.
(encontrou o que queria)

continua...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Morticia vai a caça - Parte 2 - por Stefany Albuquerque



Morticia vai a caça - Parte 2 - por Stefany Albuquerque


Sento em uma cadeira de vime, fico a observar Igor. Ele estava com as mãos amarradas à cabeceira da cama, mas não como ele havia feito comigo.
Rasguei uma das cortinas do quarto para amarrá-lo bem forte, para que não saia.
Seu corpo ainda estava nu e seus cabelos estavam cobrindo a face. Aproximo mais a cadeira sentando perto dos pés da cama. Encosto minha mão em uma de suas pernas e começo a esquentar. Ele abre seus olhos e se assusta.
— Pare! O que esta fazendo?
Ele balança a cabeça para o lado, para retirar o cabelo do rosto.
— Que foi? Achei que estava com frio.
Sorrio.
— Você me bateu, me mordeu e sugou o meu sangue e ainda quer me torturar?
— Você me subestima querido e isso faz de você meu rato de laboratório.
Ele fica com raiva.
— Não sou nada disso!
— Não se exalte querido. Vou acabar com o seu sofrimento logo.
Levanto da cadeira em direção a cama. Subo em seu colo e  passo a mão na frente do seu rosto para colocar seus cabelos de lado, mostrando mais a sua face.
— Igor não posso te levar comigo para o Brasil. Não quero arrumar encrenca  por lá.
— Não sei se você sabe, mas estou fraco e faminto não me diga "não" nessas horas.
Começo a rir.
— Não! E não... Prove-me que...
Antes que eu termine, ele estica a cabeça e morde meu pulso. Rapidamente o retiro dando um tapa em seu rosto.
Ele sorri com os lábios cheios de sangue. Saio rapidamente de cima dele.
— Seu verme! Definitivamente não.
— Pare com isso Morticia! Sei que gostou do que eu fiz, e além do mais, não sou tão bobo assim.
 Em uma fumaça negra ele desaparece.
— Onde será que ele foi?
— Bem aqui atrás de você.
Ele me agarra pelo pescoço e me coloca contra a parede, apertando seu corpo no meu.
— Se esqueceu que sou do clã das sombras?
— Me solte!
— E por que deveria?
Começo a queimar sua mão. Ele me solta rapidamente.
— E você se esqueceu quem sou? Chega dessa brincadeira boba. Já disse que não pode vir comigo.
— Quem esta no Brasil que você esta tão preocupada que eu conheça?
Desvio o olhar.
— Você tem um lorde não é?
— Não, não tenho.
— Se não tivesse não estaria tão preocupada. Não se preocupe serei discreto. Aliais você não é minha.
— Não sou mesmo, mas bem que você...
Ele chega perto de meus lábios, fazendo com que eu encoste na parede novamente.
— Queria, disse bem queria.
Ele sai de perto de mim e some em uma fumaça negra novamente.
— Por que você sempre tem que fazer isso?
Ele grita da sala.
— Achei que Stevan tivesse te acostumado.
Começa a descer as escadas.
— Acho que você esta com ciúmes dele, porque ele esteve comigo em noites que você jamais esteve.
Ele aparece com um vestido preto em suas mãos.
— Tome vista isto. Não tenho ciúmes de Stevan, porque o que é dele é meu também.
Pego o vestido de suas mãos e retiro a cortina que estava em meu corpo. Deixando meu corpo nu para seus olhos.
— Vou desapontá-lo, não sou parte da herança de seu pai, então não sou de nenhum de vocês.
Ele me puxa para perto de si.
— você passou pelas mãos do meu irmão e tudo que passa pelas mãos dele também passa pelas minhas. Agora você é minha!
O empurro.


— Calminha querido não vá tão seco ao pote. Seu irmão me conquistou, terá que fazer o mesmo.
— Então está feito, se eu conseguir te conquistar então você será minha.
— Sim, mas não será nada fácil.
— Só depende de você para tornar fácil, mas prefiro assim, gosto de desafios.
— Que bom, agora se arrume temos dez horas de viajem e eu preciso de roupas diferentes. Alem do mais, onde estamos? Esta não é a sua casa e pelo que vejo não é a de Stevan também.
— Esta casa era de nosso pai, é uma das casas que meu pai tinha em nossa região.
— Seu pai tinha bom gosto, ele escolheu uma casa perto das matas.
— Como sabe que é perto de matas?
— Sinto o cheiro delas.
— Nós, vampiros, somos criaturas espetaculares.
— Concordo.
— Mas os demônios também tem seus atrativos.
— Pare de falar besteira.
Ele desaparece.
— Você quer parar com isso, está me deixando nervosa.
— Calminha, só fui pegar suas coisas.
Arrumamo-nos rápido e saímos em direção aeroporto, tivemos dez horas de viagem e nesse período, ele se comportou muito bem. Olhando para as aeromoças e as drenando no banheiro, o que era curioso é que ele não as matava, mas as deixava indispostas. Tivemos algumas paradas porque precisaram fazer a troca de funcionários, pois algumas moças estavam com anemia.
Mesmo assim conseguimos chegar ao Brasil sem suspeitas.

Hospedamos-nos no hotel Grand Hyatt. No 13° andar. Igor fica cada vez mais curioso com as pessoas, os locais e até com o atendimento.
— Até parece que nunca veio a São Paulo.
— E nunca vim mesmo, no Brasil só conheço a sua cidade.
— Hum, nem me lembre a ultima vez que esteve em Curitiba me causou muitos problemas.
— Não exagere, ninguém pediu para um lobisomem se meter em meus assuntos.
— Você, como sempre, tinha que agir como um arrogante e petulante.
— Somos da mesma laia querida, não me julgue tão mal.
— Vou tomar um banho. Não saia do prédio! Não quero ter que procurá-lo por ai.
— Tudo bem?
— Tudo bem não!
— Ok! Está bem Morticia. Vou ficar aqui sem exitar.
— Acho bom!
Vou para o meu banho. Já não aguentava mais usar aqueles casacos de pele do pai de Igor.
Debaixo do chuveiro, fico a pensar em como será que o meu Lorde está. Mesmo morrendo de ódio eu ainda o amo. Eu achei que seria diferente dessa vez, mas acordei de novo sozinha em prédio na Avenida Paulista. Por que ele foge assim de mim? As vezes acho que não sou nada para ele, outras eu acho que tenho que conviver com isso.
Sinto falta do Dri o meu Dri, mesmo ele sendo um cachorro sem vergonha, um Puto, eu o amo. Deveria o fazê-lo sofrer, mas meu coração é dele e não aguenta ver isso acontecer. Quem sabe Igor consiga endurecer meu coração, me deixando menos vulnerável ao Dri.

 

Ouço um barulho na sala.
— Igor?
Ele não responde.
Enrolo-me em uma toalha e vou até a sala. Não avisto ninguém. Vou até o quarto e encontro Igor deitado na cama completamente nu, apenas coberto por um lençol vermelho de cetim.
— Igor o que foi aquele barulho.
Ele não responde e nem abre os olhos. Esta dormindo, a viagem foi longa e ele esteve muito ativo nela. Não era difícil ele pegar no sono agora. Volto para o meu banho, termino e visto um vestido vermelho vinho e uma sandália de salto alto preta, deixo os cabelos soltos. O clima era de muito calor, o ar condicionado estava ligado, mas não parecia fazer muito efeito.
Em cima da mesa central da sala tinha um balde com gelos e uma garrafa de champagne. Alcanço uma taça e a carrego comigo para a sacada. A noite era de lua cheia e estava belíssima.
Poderia aproveitar a noite e ir de encontro ao Dri, mas não. Não seria certo. Poderia matá-lo com a raiva que sinto ou judiar dele na cama. O que não seria nada mal. De repente sinto uma presença bem ao meu lado e antes que eu me vire ouço...
— Deixe de pensar tantas tolices querida.
Ele me aperta junto ao seu corpo.
— Não deixei que lesse meus pensamentos, Igor.
— Se tivesse em pedido, não os teria lido. Quem é Dri?
— Alguém que não quero que conheça.
Ele me aperta mais forte e roça seu cavanhaque em meu pescoço.
— Eu sabia que tinha alguém aqui que tem seu coração.
— Esqueça o que você ouviu.
— Ouvi também que eu posso endurecer seu coração, e nisso você está certa. Não sei quando você ficou tão mole assim, quando te conheci era uma guerreira que não tinha piedade de ninguem e que tinha aquilo que queria. Não se importava com humanos, vampiros, lobisomens e etc. O que houve com você, Morticia?
— Ouvi que me apaixonei por este lorde do qual você ouviu. O conheço há muito tempo e o desejo também há muito tempo. Mas... toda vez que estamos bem...
— Ele escapa de suas mãos. Eu sei, eu ouvi tudo. Vou fazer você voltar a ser quem você era.
— E como vai fazer isso.
Ele toma a taça de champagne de minha mão a bebe.
— Te tratando como merece.
Ele me vira e me beija. Seus lábios são macios e suaves, sua língua é um poço de prazer, assim como seu corpo, seus músculos eram um monumento desejado por muitas mulheres e invejado por muitos homens. Seus cabelos negros eram compridos e lisos, minhas mãos deslizavam por eles causando uma excitação a ele. Suas mãos fortes dedilhavam minhas costas e se acalmavam em minhas nádegas, suas pernas rosavam no meio das minhas e me arrepiava, sua boca deixava meus lábios solitários e navegava em meus seios. Aos poucos a taça escorrega de sua mão e cai sobre o piso. Mas isso não importava para ele, pois estava ali a me ter em seus braços.
Talvez ele tenha ganhado a aposta.
— Não!
O empurro.
— O que foi Morticia.
— Se acha esperto não é? Não vai ser tão fácil assim.
— Do que você esta falando?
— Você não terá como sua, não agora, nem amanhã, nem nunca.
— Morticia, se acalme! Olha o estado que você me deixou.
Ele estava completamente excitado.
— Viu! Você já está ficando má novamente.
— Pare de falar besteira.
— Deixou de ter um prazer absoluto comigo por orgulho. Estou gostando de ver, mas...
— Mas o quê?
— Poderíamos terminar, porque isso aqui não vai ficar assim por muito tempo.
Começo a rir. De repente apareço na cama em seu colo.
— Como fez isso? Achei que você só podia aparatar com objetos.
— Posso te ensinar, mas deixa isso para outra hora está bem.
— Não! Não está nada bem para você.
Rapidamente subo em cima dele.
— Isso me mostra o quanto você é má.
— Não vai suportar.
— Tente.
— Depois não diga que não avisei.

Algumas horas depois, ele estava inconsciente jogado na cama, com as costas arranhas e um enorme corte perto de suas nádegas, seu rosto estava se regenerando devagar, mas ainda podia ver os arranhões profundos. A cama estava com varias manchas de sangue por toda a parte. Como havia falado para ele,... não iria aguentar.
Escuto meu celular tocar. Saio da cama rápidamente para não acordar Igor.
— Alô?
— Olá Morticia quanto tempo?
— Dri?
— Achou que fosse o Henrique? Sim, venha para mim.
— Não posso não estou...
Ele me interrompe.
— Não minta para mim, sei que está em São Paulo e que não esta só, espero que não tenha me esquecido.
— Não Dri quem esqueceu de mim foi você.
— Estarei no restaurante Luna Di Crapi às 20h. Venha para mim.
— Não...
Ele desliga o telefone, olho a hora no celular são 19:22. Volto meu olhar para Igor.
— ele está dormindo mesmo.

Continua...










quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Morticia vai a caça - Parte 1 - por Stefany Albuquerque

MORTICIA VAI A CAÇA - Parte 1
por: Stefany Albuquerque
Facebook - http://www.facebook.com/morticia.naghtshade


—  Alô?
—  Não vou repetir de novo, venha agora!
—  Não posso! Estou quase pegando ele.
—  Não me importo com isso, venha!
Desligo o celular e corro em direção ao homem.
—  Chega de brincar de esconde, esconde.
O agarro e o derrubo.
—  A gatinha ficou nervosa, calminha... Vamos conversar.
—  Não tenho paciência para isso agora.
—  É e nem eu.
Ele começa a sorrir, sinto a presença de mais homens.
—  Acho mesmo que eu viria sozinho? Não minha cara eu sei como escapar com classe.
—  Não deveria ter feito isso.
Meus caninos ficam salientes.
—  Se fizer isso será seu fim, eles estão armados até os dentes e acredite você não é primeira vampira que capturamos.
Eles se aproximam.
—  Sim, mas não me importo.
O agarro rapidamente o colocando de pé em minha frente, deixando os meus caninos bem perto do pescoço dele.
—  Se algum de vocês se aproximarem, ele é um homem morto.
Os homens apontam suas armas em direção a nós. Logo o homem se manifesta.
—  Calminha pessoal, é ela quem vocês têm que eliminar não eu. Abaixem essas armas.
Um dos homens toma a frente do grupo.
—  Temos ordens para eliminar ela e qualquer estorvo.
—  É... acho que você não vale muita coisa para eles. Coloco as mãos em sua calça e retiro o colar o guardando em meu peito. O jogo entre as matas e começo a correr. O celular volta a tocar.
—  Agora não.
—  Estou indo atrás de você e saiba que estou furioso.
Ele desliga o celular.
—  Droga, droga! Por que ele não sabe esperar.
Desvio o caminho escorregando em um barranco. Acabo quebrando o salto da minha bota e caindo de uma maneira brusca, rasgando a calça de coro e retalhando a blusa que estava colado ao corpo. Os cabelos longos e soltos se emaranharam em folhas e galhos. Até parar de cabeça em uma pedra.
Com a visão turva, tento me levantar, vejo um homem alto com cabelos longos e negros vindo em minha direção. Tento segurá-lo, mas acabo caindo.
—  Eu mandei você voltar, e você não fez o que eu mandei.
Com dificuldade respondo:
—  Igor, eu...
Ele me dá um soco no rosto.
Desmaio...

—  Acorde!
Ele joga um balde de água fria em cima de mim. Acordo assustada e com as mãos amarradas a cabeceira da cama.
Minhas roupas continuam as mesmas.
—  Igor eu estava muito perto...
Ele me interrompe.
—  Perto de que? Olha seu estado, como acha que fiquei quando sumiu do jantar? Acho que você não me entendeu bem. Você trabalha para mim. Não quero que saia deste quarto até segunda ordem!
Ele sai e bate a porta.

Minhas mãos estavam amarradas com pedaços de pano. Não era muito difícil de escapar, forcei as amarras e logo estava solta. Fiquei segurando os pulsos e os massageando por algum tempo e refletindo os últimos acontecidos.
Igor nunca foi um bom homem nem um bom vampiro, sua maldade sempre foi seu ponto forte. Há algumas horas atrás estava em um jantar na casa de Stevan o irmão mais velho de Igor um vampiro de mais de 3.000 anos. Tudo corria bem até que alguns humanos entraram para o jantar, um deles sai da mesa em direção a sala, nada fora do comum, mas a demora do senhor começou a preocupar Igor, que rapidamente pediu que fosse ver o que estava acontecendo. Ao chegar à sala uma porta secreta que dava entrada a uma outra sala atrás da estante de livros. Ao entrar  eu o vi admirar uma espécie de colar.
 —  O que está havendo aqui senhor?
Ele rapidamente me olhou assustado e assobia. Ouvi um grande barulho na sala de jantar. O homem colocou o objeto dentro de suas calças e saio correndo, fui atrás dele, mas Igor me segurou pelo braço e me em pediu de seguir o homem.
—  não Morticia, isso é assunto de Stevan e não seu.
—  mas Igor ele está fugindo com um...
Ele me interrompe.
—  Já disse que não é de seu interesse.
—  Então por que me pediu para ver o que estava acontecendo na sala?
—  Para garantir a segurança de Lady Amanda.
—  Onde está Stevan, do lado de fora da casa.
Saio de perto de Igor e vou à direção a Stevan, que estava sentado na varanda com um dos homens em seu colo com o pescoço dilacerado. Seus lábios estavam cheios de sangue assim como suas vestis. Respirava tão fundo que chegava a fazer caretas carrancudas.
—  Morticia, sabe o que eles levaram... Traga de volta para mim.
—  Sr. Stevan, Igor disse que não é para me meter em seus assuntos.
—  Igor não sabe de nada. Posso recompensar você com algo que procura.
—  Mas Igor me deu uma ordem não posso ir contra o meu mestre.
—  Igor não é o seu mestre, ele não tem poder sobre você.
Ele se levanta jogando com força o cadáver para o lado. Aproxima-se de mim, bem perto do meu ouvido.
—  Posso te dar uma informação valiosa de seu pai.
Respiro fundo e sinto o cheiro de um humano, esta cheirando a medo e corre por entres as matas posso ouvir seu coração batendo cada vez mais forte.
—  Espero que seja verdade.
Igor chega à varanda gritando meu nome, me vê. Ele fica irritado e diz:
—  Volte para dentro, Morticia.
Olho para ele e sorrio, saio correndo por entre as matas. Até alcançar o homem e tudo começar.
Volto a olhar meus pulsos e a admirar o quarto.  O quarto tinha janelas grandes e cobertas com cortinas grossas num tom bordo. A cama era macia, um tanto envelhecida. As paredes eram cobertas de pinturas de flores como jasmim, petúnia e tulipas. Nada neste quarto era igual à casa de Stevan ou de Igor. A casa de Igor tinha moveis antigos da era medieval. A de Stevan era uma típica as de campo. Olhando bem talvez fosse um pouco parecida com a casa de Stevan.
Havia um espelho grande atrás da porta.
Vejo minha face, meus olhos castanhos estavam esmorecidos, a maquiagem negra que os cobria estava caída sobre a bochecha rosada. O batom vermelho que destacava meus lábios estava borrado. Meus cabelos longos e negros emaranhados em folhas mostravam uma face nada reconhecida. Por um lado ele está certo, mas por outro não sou sua prisioneira. E era assim que ele estava me tratando agora. Estou trabalhando para Igor por dois motivos, o primeiro é que ele me contratou como uma assassina profissional e estou limpando áreas e áreas para ele, o segundo é que seu irmão Stevan tem informações valiosas para mim. Igor é mal, mas sempre soube ser líder nas grandes situações de perigo e é um mestre na arte da sedução, têm me ensinado muitos truques. Retiro o colar de meu peito, uma sorte ele ainda estar aqui, o coloco de baixo do travesseiro.
 Termino de rasgar com minhas próprias unhas os trapos de roupa que está usando, deixando minha pele nua.
O quarto tinha um banheiro grande com toalhas brancas felpudas. Uma banheira me esperava com sais de banho em uma água fervente.  Se fosse sua prisioneira estaria em um quarto escuro em uma cama de tortura, mas me parece que não é isso que ele quer.
Entro na banheira e mergulho até o fundo. Meus pensamentos se direcionam aos dele. Quero saber o que ele tem em mente.
Começo a invadir sua mente ele está na sala ao lado da lareira, fumar um charuto.
—  Morticia você me subestima não é? Saia da minha mente.
—  E por que eu faria isso? Não sou sua prisioneira.
—  E não é mesmo, mas não vou ter outra escolha se continuar me desobedecendo.
—  Venha até aqui Igor. Tenho que deixar algo bem claro para você.
Meus pensamentos se desconectam com os dele e logo ouço a porta do quarto se abrir.
—  Estou na banheira Igor.
Ele vem até a banheira, estava com uma camisa preta de botões aberta, com os cabelos soltos, uma calça preta e botas de cano alto. Seus olhos azuis me observavam.
—  O que esta fazendo Morticia?
Começo a rir. Submergindo a cabeça.
—  Tomando um banho querido.
—  Isso eu sei, mas...
—  Mas o que? não quer entrar?
Ele me olha com o canto dos olhos.
—  Não!
Levanto da banheira deixando meu corpo nu à mostra, ele me observa de cima para baixo.
—  Seu corpo é uma sedução, Morticia.
—  Vejo que teus olhos já perceberam isso.
Ele sorri.
—  Venha vou lhe trazer um toalha.
—  Não terminei.
Retiro sua camisa rapidamente, de sendo para seu cinto e o abrindo com força.
—  Pare Morticia, isso não vai tirar a raiva que sinto de você.
—  Raiva pelo que? Por ajudar seu próprio irmão?
Termino de retirar suas calças, ele as chuta para o lado.
—  Stevan tem os seus problemas e eu os meus, você trabalha para mim e não para ele.
—  Não custava nada eu o ajudar.
—  Desde quando ficou boazinha? O que ele prometeu a você?
Deito-me novamente na banheira e o puxo para dentro, ele entra e fica por cima de mim, se segurando nas beiradas. Com seus lábios bem perto dos meus.
—  Nunca fui boazinha Igor e sabe que jamais serei.
Ele me beija esfregando seu corpo sobre o meu. Meus braços eram fortes, suas pernas grosas abriam um caminho entre minhas pernas, logo ele estava penetrando em mim causando gemidos e arranhões.
—  Me diz que não me deseja?
—  Não a desejo.
Começo a rir e a gemer ao mesmo tempo.
—  Fale o contrario Igor.
Ele sorri.
—  Não sou tão bonzinho como você, sei impor minhas leis.
O derrubo na banheira e pulo em cima dele, seguro seu pescoço.
—  Não sabe com quem esta brincando meu caro. Não sou frágil e nem boa, há um mal dentro de mim que pode te transformar em cinzas, não brinque com a minha paciência.
Ele se debate na água. O solto e saio rapidamente da banheira indo à direção ao quarto. Arranco da janela uma das cortinas e enrolo em meu corpo como um vestido. Ouço-o ainda tossir.
Ele sai do banheiro e fica a me olhar a segurar o pescoço.
—  Por um instante esqueci que era uma assassina.
—  Sou mais que isso Igor.
—  Por que se submeteu se as minhas ordens até agora?
—  porque precisava de uma informação. Mas seu irmão já a forneceu para mim. Vou até a cama e pego de baixou do travesseiro o colar.
—  Entregue isso a Stevan. E diga que voltarei para concluir sua promessa.
—  Você ainda tem um acordo comigo.
—  Não se preocupe não vou muito longe.
Saio do quarto em direção ao corredor. Ele me segue e segura meu braço.
—  Não pode sair sem que eu mande.
—  Então me faça ficar.
Continuo a descer as escadas até chegar à sala. Stevan estava sentado no sofá.
—  Nossa como você chegou aqui?
—  Faz alguns minutos, vim te dizer às informações que tenho em troca do colar.
—  Entregue a ele Igor.
Igor abre sua mão e observa o colar.
—  Entregue a ele!
Igor se aproxima de Stevan e entrega o colar.
—  O que esse colar tem de tão especial?
—  Nada de seu interesse Igor. Morticia com seguimos capturar o homem que você encontrou com o colar, mas os meus homens sentiram o cheiro de mais outros humanos. Mesmo com essa informação não conseguimos pegá-los. Seu pai ainda estava aqui em Monte Real, mas acabamos de saber que ele esta indo em direção ao Brasil, não sei o que esta havendo em São Paulo, mas acho que ele esta interessado no que tem lá.
—  Bom, acho que São Paulo me espera novamente.
—  Vou com você Morticia.
—  Para quê Igor?
—  Temos um trato não é, sei que pode realizá-los em São Paulo também.
—  Pena não poder ficar para o fim da temporada de chuva, aliás hoje foi um noite seca.
Stevan vem em minha direção e me beija nos lábios.
—  Terá muitas outras oportunidades, Lady. Volte logo!
Igor fica a nos olhar assustado.
—  Onde fica Lady Amanda nessa história?
Stevan sorri.
—  Conheço Morticia há muito tempo, muito antes de Lady Amanda surgir em minha vida. Cuide bem de Morticia senão... será um homem morto.
Ele some como fumaça.
—  Não sabia de seu vinculo com meu irmão, Morticia.
—  Você não sabe muito sobre mim.
Ele me puxa para perto de seu corpo nu.
—  Não, mas vamos ter muito tempo para descobrir, serão dez horas de viagem.
—  Não sei se é uma boa você vir comigo.
—  Por que acha isso?
—  Não quero que arrume encrenca com os meus aliados.
—  Vamos fazer um trato. Eu vou e te ajudo no que você precisar e você em troca me ajuda no que eu precisar. Não vou arrumar confusão com ninguém, eu prometo. Sou um Lorde não me rebaixo a tanto.
—  É só que o Brasil também tem seus lordes.
—  não se preocupe com isso, se preocupe com o que vai acontecer agora.
Ele beija apertando mais meu copo contra o seu, seu corpo ainda estava molhado, o que me causava arrepios. Então passo minhas pernas entre as suas e em um puxão rápido, o derrubo no chão e subo em cima dele segurando suas mãos com força.
—  Quem tem que se preocupar aqui é você, com o que eu vou fazer!
Mostro meus caninos.
—  Morticia nem pense em...
Antes que ele responda o mordo, ele fica se debatendo e tentando fazer com que eu pare. Mas é inútil já está sem força. O sugo até ficar quase inconsciente.
Saio de cima dele e vou até a lareira, pego uma das toras de madeira que fica ao lado dela. Vou a sua direção.
Com dificuldade ele diz:
—  Morticia, eu...
Olho em seus olhos segurando a tora.
—  hora de dormir Igor!

continua...







quarta-feira, 21 de novembro de 2012

As histórias da Morticia Naghtshade (curiosidades)




A história da "Morticia Naghtshade" (personagem criada por Stefany Albuquerque) escritas pelo autor Adriano Siqueira começou neste link: - http://contosdevampiroseterror.blogspot.com.br/2008/12/procura-de-dark-rose-parte-final-por.html

Depois teve o e-book " A Deusa dos Vampiros" que é gratuito e está atualmente com 4300 downloads. faça download aqui - http://www.overmundo.com.br/banco/a-deusa-dos-vampiros-por-adriano-siqueira

Atualmente a história "Uma Vampira na cidade" trouxe de volta a Morticia Naghtshade escrito em parceria Adriano Siqueira e Stefany Albuquerque (que é a criadora da personagem Morticia Naghtshade) que está no blog e começa neste link - http://contosdevampiroseterror.blogspot.com.br/2012/09/uma-vampira-na-cidade-parte-01-stefany.html

E tem também uma nova história escrita pela autora Stefany Albuquerque que conta a origem da Morticia Naghtshade - http://contosdevampiroseterror.blogspot.com.br/2012/11/o-inicio-da-lady-morticia-por-stefany.html

O facebook da Morticia Naghtshade é http://www.facebook.com/morticia.naghtshade?fref=ts 


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O início da Lady Morticia - por Stefany Albuquerque



O início da Lady Morticia
Por Stefany Albuquerque - 

A história narrada pela própria Lady Morticia Naghtshade conta o seu início.


A chuva fez parte do meu inicio. Foi em um dia chuvoso que tive meu primeiro contanto com o meu outro eu, um eu que poucos conhecem, mas os que conhecem não ficam inteiros ou não sobrevivem para contar a historia.
Meu nascimento foi como qualquer um, mas meu sangue não é como o de qualquer um. Meu pai era considerado um grande bruxo, e temido por muitos, seus poderes iam alem da capacidade de um bruxo normal, o que criava uma desconfiança, mas poucos se atreviam em dizer tal desconfiança a um lorde. Meu pai era o primeiro filho do Lorde Samuel Naghtshade, seu nome era um grande mistério, pois era conhecido como Cavaleiro Negro Demetrio, por usar uma máscara negra desde a batalha em Demetrio, seu pai o chamava assim, ele não queria apresentar a verdadeira forma que ele tinha. Apaixonou-se por minha mãe uma moça humilde que vivia aos arredores dos campos de Demetrio, mal sabia ela o perigo que estava preste a passar.
Meu pai tinha vários inimigos, como vampiros, lobos, súcubos e até bruxos, aos passar dos anos o reino de meu pai se esmoreceu, o meu avô morreu e deixou meu pai no trono, mas seu irmão Santiago não aceitou que meu pai reinasse e o delatou como um bruxo negro, fazendo com que caçassem meu pai. Mas meu pai não era um bruxo e sim um demônio e minha mãe descobriu isso da pior maneira. Ela o encontrou caído em meio à lama da estrada, o acolheu em sua casa escondido de seus pais, mas seu pai o descobriu e pediu que mandasse ele embora, pois se descobrissem que ali ele estava o exercito do novo rei mandaria exterminá-lo.
Mas minha mãe não tinha coragem de fazer isso por dois motivos, o primeiro era que ela acreditava que ele era um bom homem, e o outro era que ela tinha se apaixonado por ele.
Sua família não aceitava que ela se envolve se com alguém que não fosse de suas origens religiosas e nem que tivesse contato com outros homens fora do reino. Mas mesmo sendo do reinado ele estava condenado á morte pelo seu próprio irmão. Sua vida estava em risco e a da sua família também. Ela teria que tomar uma decisão.
Seu coração então falou mais alto, ela fugiu com ele. Correndo perigo de estar com um homem insano. Uma tempestade os seguiu e tomou conta do caminho, o que os forçou a parar, seu olhar era envolvente, seduziu minha mãe com toques e palavras doces, jamais ouvi falar de um demônio que amava. Meu pai tinha um porte atlético e um olhar selvagem por entre os buracos da máscara que ele usava, seu corpo era uma miragem para os olhos de minha mãe. O que chamava a atenção de meu pai em minha mãe era por ela ser uma mulher tão pura e ingênua. Era sua parte humana que seduzia meu pai, um grande demônio, cujo nome niguem sabia, nem mesmo ela. A única coisa que ela sabia sobre ele é a sua verdadeira origem, naquela mesma noite ele retirou a máscara e mostrou sua verdadeira face, ela de imediato se assustou, mas viu a beleza que havia em seu olhar triste e se entregou a ele de alma e coração. Por meses eles fugiram de diversas pessoas e seres sobrenaturais que queriam matar o que minha mãe carregava em seu ventre. Então, em uma caverna escura, ela deu a luz a uma menina de olhos castanhos brilhantes e lábios rubros. Meu pai viu que seu sangue corria em minhas veias, que o demônio que ele é habitava em meu ser também, disse a minha mãe que eu seria uma mulher forte e soberana, que reinaria um dia e vingaria a vida que eles perderam fugindo, minha mãe então, olhou para mim e sorriu, suas ultimas palavras foram “será uma boa menina” ela fechou os olhos e abraçou o sono eterno. Nada mais ele podia fazer apenas criar o fruto que surgiu de um amor incomum, de uma união de um demônio e uma humana. Mas como ele faria isso sem aquela bela moça que fez daqueles meses os mais felizes de sua vida.
Ele seria caçado e eu também, seriamos aberrações para o mundo. Então ele se prontificou em encontrar uma família que pudesse me amar como ele queria fazer ao lado de minha mãe.
Depois de alguns dias ele encontrou a família, em uma noite chuvosa ele me entregou aos braços de uma mulher que havia acabado de ter gêmeos, mas um morreu e apenas o outro sobreviveu, um menino de olhos verdes e lábios rubros iguais aos meus, seu nome era Walter Lêbroken. Ela pediu que ele fizesse um voto de sangue, que ele batizasse seu filho com seu sangue, ele relutou com a pedida, mas ela lhe deu a garantia que cuidaria de mim como se fosse sua filha de verdade, meu pai cego pela paixão que tinha por mim aceitou depressa, fez o pacto com ela e disse que assim que ela morresse, ele voltaria para ver a mulher que me tornei. Meu pai se foi e nem seu nome e nem o nome de minha mãe ele me deixou, deixou apenas o meu nome, um nome que muitos temem hoje, Lady Morticia Naghtshade.
Minha verdadeira história, esta que conto, apenas soube depois de 18 anos, meu irmão sabia sobre minha verdadeira identidade e só a revelou após uma batalha, uma batalha que nos custou a vida de muitos, principalmente a vida de nossos pais, ou melhor, os pais dele. Meu pai não cumpriu sua promessa, não apareceu após a morte da mãe de Walter e assim tive que acabar com o meu próprio irmão. Mas Walter não era como qualquer humano ele tinha sangue de demônio, uma parte da historia que só soube muitos anos mais tarde após achar que o tinha exterminado refiz minha vida em outro país e em outra cidade fora dos olhos dele ou de qualquer mal, mas o mal estava dentro de mim e eu nem pensava que ele pudesse atrair uma criatura tão longe dos meus olhos, um vampiro.Em uma noite chuvosa estava eu a passear em bosques escuros, meus olhos enxergavam mais que a capacidade humana poderia, ele se aproximou de mim com facilidade, seus olhos penetraram nos meus e um misto de medo e curiosidade tomou conta do meu ser. Neste momento mãos frias percorreram meu corpo, deslizando medos selvagens por minhas vestes, as rasgando com facilidade. Meus lábios tocaram os meus assim como sua pele fria, braços fortes me envolveram, não podia fugir e nem queria, jamais havia estado com um homem, jamais havia estado com um vampiro, ele dizia palavras doces ao mesmo tempo em que me beijava, ele, ao me beijar com força, acabou ferindo meus lábios, seu olhar mudou ao sentir meu sangue, avançando em mim com voracidade, seus lábios me em prendiam me impedindo que gritasse. Largou meus lábios e fixou seu olhar nos meus, sem entender meu corpo se movimentava conforme ele queria, ele rapidamente cravou seus dentes em meu pescoço, senti uma dor enorme, ao mesmo tempo em que ele sugava meu precioso sangue ele tirava minha inocência como um animal, não sentia vontade de dizer não e nem de relutar com seus toques e beijos. Aos poucos, minha visão ficou turva, ele me segurou em seu colo, levou seu pulso direito à boca e o mordeu, colocou em minha boca e derramou seu sangue em meus lábios, seu sangue um pouco doce com um final amargo me deu fome, e comecei a tomar mais e mais dele até que ele retirou o seu pulso, olhou em meus olhos e disse “És minha agora, mas a algo diferente em você. Vou usar para o seu próprio bem.” Desde então, me tornei uma vampira com sangue de demônio, meu mentor me ensinou tudo que um vampiro poderia saber, me mostrou uma maneira de usar meus poderes e o meu lado sombrio para o bem de todas as espécies. Levou-me até Roma e me apresentou o conselho dos vampiros, ele me indicou como uma assassina profissional. O conselho então fez um teste comigo me mandado para vários países para matar diversas criaturas, meu mentor sempre esteve comigo, em sua jornada ele me ensinava mais, mas havia algo que não sabia, seu nome, por que ele nunca mencionava e toda vez que tocava neste assunto ele dizia “a única coisa que você deve saber sobre mim é que sou seu mentor, me chame de Mestre” Mestre nunca falou muito sobre si e nem se quer me deu muita oportunidade de saber sobre ele, sempre estávamos em missões e mais missões e assim se passaram anos, um dia após uma luta contra um clã de lobisomens o líder estava bem perto de ser exterminado, mas havia algo nele que me chamou a atenção, seu jeito de lutar era muito parecido com o meu, sentia seu coração bater mais forte toda vez que nos encontrávamos. Nessa ultima batalha ele chegou muito perto de mim o suficiente para me beijar, seu beijo era selvagem, mas havia algo em mim que tinha mudado, não era mais apaixonada pelo meu mentor e acho que ele notou isso, ele ordenou que matasse o lobisomem e assim eu fui fazer a minha missão, mas ou chegar com a espada perto de seu pescoço senti uma forte dor em meu peito, não uma dor como qualquer outra, essa eu não sentia há muito tempo e sim uma paixão, um amor que não poderia matar. Então arrumei um jeito que ele pudesse fugir, pedi que fugisse e que não desse as caras por um bom tempo, marcamos nosso ultimo encontro. Em uma noite de lua cheia nos encontramos e nos amamos, ele era diferente do meu mentor ele me desejava. Naquela mesma noite ele se foi, mas com uma promessa de um dia ficarmos juntos ele me deu um colar, seu pingente era uma rosa negra, disse que deveria mostrar para o meu mentor e ele saberia que havia concluído minha missão, mas que era para ficar comigo, pois era uma lembrança. Ao chegar para o meu mentor ela ficou deveras satisfeito, mas tinha algo para me dizer. Ele iria para uma missão sozinho, ele nunca saiu para uma missão sozinho, ele disse que era importante e valia seu cargo no conselho. O deixei ir e fui para outra missão. Como qualquer outra era mais uma criatura sobrenatural. Ao chegar nesta missão encontrei um homem que me parecia familiar, tinha os olhos verdes, cabelos loiros e compridos. Ele olhou por um tempo até que comecei nossa luta, ele esquivava dos meus golpes. Então em um descuido meu ele me imobiliza. Sim, ele era familiar para mim, era Walter o irmão que achava ter exterminado. Então ele se manifestou, disse que estava feliz em me ver viva, pois só estava ali para concluir sua promessa.
Começamos uma luta sangrenta, mas antes que ele pudesse me matar, chamas surgiram ao nosso redor, e um homem de máscara negra, o jogou longe de mim, e me arrastou para algum outro local, desmaiei em um sono profundo, um sono que imaginava ser um sonho.
Ao abrir meus olhos, me encontrei em um quarto vazio da existência humana. O homem que me salvou ali não estava mais, deparei-me com o nada a minha espera. Por um momento a historia que meu irmão havia contado para mim, fez sentido. Poderia ser meu pai ali a me salvar.
Mas por que ele não estava comigo neste momento? Talvez eu não tenha sido a filha que ele desejava assim como ele que não foi o pai que eu desejava que fosse.
Não podia ficar ali e esperar o que não vai acontecer. Ele não iria voltar e eu sei disso. Estava bem perto do conselho, deveria voltar antes que meu Mestre voltasse e não me visse ali.
Ao chegar ao conselho fui presa de imediato, minha missão não foi concluída e meu mentor estava desaparecido. Sem muito entender relutei a prisão e cheguei ao líder do conselho.
Ele não se manifestou em me impedir, me disse que meu Mentor era um traidor que havia fugido com arquivos e planos do conselho, e que eu estaria envolvida. Mas tinha mais coisa por trás disso.
Como meu inicio a chuva novamente esteve comigo, fui presa e torturada por quatro anos, eles queriam saber o que eu era de verdade, algo que nem mesmo eu sei ao certo. Mas tinha uma coisa que eu sabia meu Mestre não era um traidor e se ele fugiu algo de errado tinha. Meu sangue jamais foi revelado ou provado por ninguém além de meu mentor. Ele me dizia que se outra pessoa o provasse poderia querer a minha morte. Talvez ele estivesse certo, mas por quê?
A resposta vem de imediato, o líder do conselho conhecido como Charles Bermu´t ordenou a retirada de uma amostra de sangue minha, pois desconfiava a minha origem. Mas antes que isso acontecesse, meu mentor me salvou me tirando da prisão. Meu mentor era um soldado de guerra, sabia várias artes marciais e lidava muito bem com armas brancas, seus ensinamentos me foram passados, mas mesmo assim o conselho conseguiu me capturar, usava seus poderes tão facilmente que me impressionava cada vez mais. Ao fugir pedi uma explicação por que ele fugiu e por que levou tantos anos para me tirar desse inferno. Ele em poucas palavras me disse que tudo fazia parte dos seus planos, um plano que me custou quatro anos, nas mãos de diversos seres sobrenaturais a me torturar. Ele simplesmente sumiu como fumaça em meio às matas. Corri até um riacho e desapareci por seis meses. O conselho procurou por mim várias vezes, mas eu sempre escapava. Tive que andar como os humanos, tinha que agir como eles. Até que em uma caçada na Suíça me levou novamente aquele lobisomem que havia se apaixonado por mim. Mas eu já havia mudado, mudado o suficiente para não confiar em ninguém.
O encontrei em um leilão de jóias, além do leilão, estava havendo um baile de máscaras. Ao ouvir a voz suave de um homem que jamais esqueci, me retrai em lembranças e em uma tentativa de fuga ele segurou meu braço, olhou em meus olhos e expressou um sorriso, “até que em fim te achei bela dama”.
E daqui por diante começa outra historia.

Bem vindos ao meu mundo!
Morticia