quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Paixão pelo Medo - Parte 2



Paixão pelo Medo - Parte 2


Mauricio não conseguiu dormir naquela noite. A policia e os jornalistas estavam por todo o prédio. O mistério de uma garota que entrou em alguns apartamentos para liquidar os homens que invadiram, deixaram todo o bairro e a cidade em alerta. Alguns falavam de terrorismo e outros diziam que a cidade estava sendo invadida por monstros assassinos. Tudo isso iria prejudicar muito a sua prova de literatura que era nesta manhã. Ele achava que nunca iria conseguir fazer a prova e que o resultado seria pior que as outras notas baixas que tirou durante o ano.
A policia ficou muito tempo no quarto do Mauricio. Procurando provas sobre o que aconteceu. A janela do quarto toda destruída e muito sangue no chão. Finalmente Mauricio foi liberado para ir fazer a prova. Ele chegou no horário. Os seus colegas sabiam o que tinha acontecido. As quantidades de perguntas deixavam o Mauricio mais distante do que estudou. Nada sobre o que leu durante a noite era lembrado. Ele estava em grandes apuros. Seu professor entendia a situação mas ele sempre foi atencioso com o Mauricio durante o ano todo e se continuasse assim o Mauricio jamais iria melhorar. Ele precisava vencer esta dificuldade.
O professor deu a prova para o Mauricio e disse que tinha meia hora para terminar.
Tudo que o Mauricio conseguia pensar era na noite anterior e o seu encontro com a Ariane. Ele queria uma vida de aventuras e agora estava pensando como era boa a calmaria da sua vida. Uma borracha acerta a sua cabeça e ele olha para trás e vê a Vivian, a namorada que ele não queria mai. Ela mostrou os dedos médios para ele e fez careta. "Deveria ter morrido" ela disse com voz baixa e continuou a fazer a prova.
Tudo mostrava que este dia seria terrível em sua vida. Logo a sua família estaria em casa e ele teria que explicar tudo o que aconteceu.
Mauricio olha para a prova. Não conseguia ler. As perguntas se embaralhavam em sua mente. Pensava em entregar a  prova sem resposta. Já havia passado vinte minutos. Sua mente não estava ali. Ele pensava na decepção que a sua família teria com ele. Seu professor olhava para ele e sorria fazendo gestos para que o Mauricio faça a prova. Novamente ele começa a ler a primeira pergunta da prova e de repente a sua mente começa a responder a pergunta com rapidez. Ele se lembrou e sorriu. Olhou a outra pergunta e começou a responder quase rindo. O colegas pediam silêncio. O professor perguntou se tinha lido alguma piada e ele respondeu que estava tudo fácil. Começou a responder todas as perguntas e, em pouco tempo tudo estava devidamente respondido. Entregou a prova confiante para o professor e saiu da classe cinco minutos antes de terminar o tempo.
Mauricio comemorava pelo corredores do colégio até que foi empurrado por alguém que estava escondido. 
— Vou mostrar para você como se deve tratar a minha irmã. 
Edson, o irmão da Viviam estava esperando a saída do Mauricio da sala de aula. Ele agarrou o rapaz e jogou no armário de ferro. bateu a cabeça dele na porta do armário e o mauricio caiu atordoado. Edson Chuta o estomago uma vez e grita.
— Você não merece a minha irmã.
Quando Edson estava para dar um segundo chute a porta do corredor abre e uma ventania toma conta do corredor. Edson é agarrado por alguém que se move muito rápido e ele não tem tempo de reagir. Seu corpo é jogado em uma lixeira no corredor. O barulho faz com que todas as classes saiam para ver o que estava acontecendo. Mauricio se levanta e cambaleando segue para o banheiro para passar água em sua testa que estava um pouco inchada.
Mauricio estava caminhando devagar pela rua a caminho de casa. Embora estivesse um pouco machucado ele estava satisfeito com o resultado da prova. Mesmo assim. Ficou se perguntando sobre o que aconteceu no corredor. Ele não acreditava em super-heróis até agora. 
Do outro lado da rua havia uma garota com um guarda-chuva aberto. Algo que chamou a atenção do Mauricio já que não estava chovendo e além disso ela tinha um estranho magnetismo. Como se ele fosse puxado para ir até ela. Quando se aproximou ele a reconheceu. Era ela.
— Foi bem na prova Mauricio?
— Estranhamente sim Ariane. As respostas surgiram em minha mente com facilidade. Estava tudo lá no fundo da minha mente e eu vi com claridade. Cheguei a rir em alguns momentos por achar as respostas muito fáceis de responder. 
— Você é inteligente Mauricio. É só seguir o seu extinto e certamente irá conquistar o que quer. Você está bem? parece ferido.
— Eu bati a cabeça na porta quando comemorava o resultado da prova.  
— É algum tipo de fetiche se machucar quando está feliz? Se for, eu vou entender; Humanos são estranhos. 
— Ah Não. Foi um acidente é só. O guarda-chuva te protege do Sol?
— Sim. Ajuda bastante. Este é especial. Tem uma camada que me protege dos raios ultravioleta.
— Aquela luz que usamos para reconhecer dinheiro falso?
— Você é esperto Mauricio. E bonito também. 
O sorriso de Ariane era algo que encantava o Mauricio. Ele sabia que ela era uma vampira poderosa. Matou muitos homens na noite passada. Como pode alguém parecer tão frágil e ao mesmo tempo ser letal e perigosa. Isso o deixava um pouco afastado dela e ela percebeu isso. 
— Tem medo de mim Mauricio?
— Bom. Eu vi o que fez ontem. Eu estava desesperado. Por alguns momentos achei que iria voltar e me eliminar por ter te visto. Sei que deve se proteger desses caçadores custe o que custar. Fiquei imaginando que, se me deixasse vivo, seria um perigo para a sua proteção. 
— Eu só me protegi deles. Existem muitos querendo acabar com os vampiros. Por vários motivos. Mas tenho amigos também. Eles nos ajudam. Entendem que não somos monstros. Entendem que podemos conviver muito bem com os outros. Você me ajudou Mauricio. Sou eternamente grata por isso. Espero conhecê-lo melhor. 
Mauricio fica impressionado e sorri. Uma garota como ela certamente poderia ter alguém melhor como amigo. Ao pensar nisso ela responde com rapidez.
— Mas não quero você só como amigo. 
Ariane abraça o Mauricio e lhe dá um beijo apaixonado. Por alguns segundos Mauricio fecha os olhos e imagina estar flutuando. Ela coloca as mãos em seu rosto enquanto beija morde de leve os seus lábios. Quando ele abre os olhos percebe que eles estão a um metro acima do chão. Ele fica desequilibrado e caí. Ariane ri e responde. 
— Tem que se acostumar se quiser ser meu namorado.
— Pode deixar Ariane. Da próxima vez eu trago uma almofada.
— Queria conhecer a sua família e depois te levo para conhecer a minha. O que acha.
— Ah a minha família é normal. Já devem estar em casa esperando explicações sobre a janela quebrada, mas eu deixei um recado na geladeira explicando tudo.  Sei bem que vão querer detalhes pois não é sempre que o filho tem um quarto destruído. A sua família é que deve ser avisada que sou um humano amigo ou eu viro jantar. Falando nisso, por que não janta com a gente hoje? Seria ótimo ter você por lá. 
— Combinado Então Mauricio. Posso chamá-lo de Mau?
— Se você gosta. Tudo bem. Vou esperar você. 
— Estarei no seu prédio às 20hs. Não se preocupe pois já irei bem alimentada. Vamos apenas conversar e namorar. 
Um carro para e abre a porta. Ariane se despede e sorri.



Por
Adriano Siqueira

Um comentário:

Júlio Finegan disse...

Sigo lhe acompanhando meu escritor.