segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Noite sem fim - Contos de Vampiros - por Adriano Siqueira


Noite sem fim
por Adriano Siqueira


Já estava na hora de ir. Arrumei a minha gravata e coloquei meu terno. Eu prefiro trabalhar à noite gosto de usar o dia para fazer as minhas coisas. Além disso, não gosto de acordar cedo.

Beijei o meu amor que já estava deitada.

─ Boa noite amor!
─ Boa noite querido... Não esqueça de trancar a porta.

5 horas mais tarde.

─ Finalmente querida! Estou em casa!

Quando vi o rastro de sangue pela casa me apavorei. Corri para o quarto e vi o corpo da minha amada jogado na cama com a cabeça na beirada e pescoço completamente destroçado.
Que criatura poderia fazer isso com alguém? Eu a peguei no colo e gritei desesperado por ajuda foi quando vi um vulto na janela e corri para ver quem era mas não havia ninguém. Apenas um morcego que voava para outro prédio.
Novamente eu segurei meu amor e por alguns instantes eu vi os seus olhos abrirem. Eles estavam bem abertos e eu me apavorei. Será que ela ainda estava viva? Lucy? Lucy olha pra mim!
Ela olho mas não como eu esperava. O seu rosto estava carregado de ódio e raiva. Suas mãos me arranhavam para me agarrar eu lutei muito para sair do seu abraço. Quando vi os dentes salientes e pontiagudos fiquei desesperado. Ela havia se transformado em um monstro. Um demônio.
Corri para o banheiro e me tranquei lá. A porta recebia todo o impacto do seu corpo. Eu escutava seus berros e as suas unhas rasgando a porta como papel.
Tinha que pensar rápido. Procurei tudo que eu podia usar como arma no banheiro. Achei uma escova de limpar as costas. O seu cabo era de madeira então o quebrei e logo em seguida arranquei a cortina do box e coloquei na frente da porta. Arranquei os fios de 220 volts do chuveiro e puxei até o chão. Liguei o chuveiro a água entrou em contato com os fios.
Lucy consegue arrebentar a porta mas se enrosca na cortina que a faz desequilibrar e cai na água eletrizada pelos fios e recebe um choque.
Antes que ela pudesse se levantar, eu enfiei a madeira até atravessar o seu peito.
Seu corpo chamuscava e sentei no chão exausto. Faltavam apenas alguns minutos para amanhecer. Olhei para as minhas mãos, elas estavam cheias de sangue e tremiam muito.
Meu amor foi embora mas pelo menos o monstro não existe mais.
Exausto, eu andei como pude para a cama e cobri todo o meu corpo até a cabeça para acabar com a tremedeira.
Foi quando eu ouvi uma voz feminina que vinha da janela em cima da cama onde eu estava...

─ Finalmente o seu marido foi embora e agora podemos terminar o que começamos.

Ela flutuava por cima de minha cama e foi se aproximando como um verdadeiro anjo da morte.
Eu não tinha como escapar.



Por Adriano Siqueira

Um comentário:

Deze Rezende disse...

Me lembrou Dracula de Bram Stoker!
Muito bom!

Beijos
Deze