segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A Gang dos Vampiros Psíquicos - conto de vampiros



Vampsy Gang
A Gang dos Vampiros Psíquicos 
Por Adriano Siqueira

Normalmente Angelo não costumava ir no metrô. Ele prefere andar de ônibus do que ir em um transporte que passa em túneis por baixo da cidade. Mas hoje ele não vai pegar nenhum metrô. Ele foi chamado pela polícia por ser um caçador de vampiros para investigar um ocorrido intrigante em um dos vagões.
Um dos policiais explicava para o caçador o que aconteceu:
– As testemunhas estão afirmando que eram quatro pessoas vestidas de preto, usando caninos pontiagudos. Com um gesto deles, todos os ocupantes do vagão cairam em um sono profundo e acordaram sem as suas bolsas, carteiras e objetos de valor.
– Então não são vampiros! Ninguém perdeu sangue. Só dormiram. Os vampiros que caço só  querem sangue e não aparecer nas listas de procurados por roubo. Vampiros são discretos e isto está chamando a atenção da cidade toda. E pelos trajes e caninos pontiagudos parece mais que alguém pretende incriminar os vampiros.
Uma mulher, aparentando vinte e cinco anos, usava uma bota e roupa escura, tinha o cabelo escuro e liso chega perto do caçador e pergunta:
– E se fossem PsyVamps?
– Quem é você?
– Karla Pakuri. Escritora sobre vampiros de almas.
– Tá vendo? Isso está ficando popular demais. Olha moça, se acha que são vampiros de almas, então me diga o motivo deles se vestirem como vampiros tradicionais.
– Vampiros de energia são humanos, é óbvio que o visual de vampiros tradicionais são mais marcantes.
O policial completa:
– Depois que eles saíram do metrô os quatro entraram em um opala preto.
Por um acaso o Opala não tinha o nome de Viúva Negra estampado nele? –  Perguntou Angelo intrigado.
– Porque a pergunta?
– É uma lenda urbana sobre um carro que usava sangue como combustível.
– Ninguém me informou nada. 
– Tudo bem, vou falar com um amigo e depois informo mais. E você, escritora, nada do que foi dito é para colocar num livro. 
– Tudo não, mas certamente alguma coisa vai, sim!
Angelo sobe a escada rolante se dirigindo à saída da estação de metrô e liga para sua amiga.
– Star, preciso da sua ajuda sobre carros... Estou procurando um opala preto. Houve um incidente no metrô, quatro vampiros de energia podem estar envolvidos. Pode ver isso?
– Olá, Angelo! Você só liga para perguntar de carros. Esqueceu que você não foi no jantar que combinamos? Esqueceu que não foi na minha festa de aniversário? Esqueceu que não...
– Calma, Star. Desculpe! Eu estive bem ocupado. É uma vida complicada que tenho.
– É só você? Eu trabalho para uma agência de investigação de carros assombrados e você caça vampiros! Não vejo muita diferença. Além disso, você já tem mais de 30 anos. Sua vida de solteiro está deixando você sem obrigações e isso vai leva-lo à solidão completa e absoluta.
– Me ajude, Star. O pessoal do metrô... Se isso continuar, pode acontecer em ônibus e aviões. Me dá um apoio.
Star respira fundo por um momento e diz:
– Não é a minha área, mas se ficar entre nós... Enquanto estávamos falando, utilizei a câmera instalada na frente do metrô e, usando o sistema Kirlian, eu consegui detectar resíduos de energia acumulada que levam até uma casa próxima ao bairro da Liberdade. Vou inserir o caminho em GPS para o seu celular. 
O bairro da Liberdade. Angelo poderia se preparar para conhecer vampiros japoneses. Podia sentir. A maioria dos vampiros de energia podem ter vindo do Japão, já que a maioria dos herois populares de quadrinhos, desenhos animados e filmes criados por lá usam energia psíquica
O Opala preto estava estacionado em frente a um sobrado. Aparentemente normal. Angelo foi até a porta e bateu duas vezes.
Um homem japonês atendeu.
– O que você quer?
– Nada de mais, sou um caçador de vampiros e fiquei sabendo que aqui tem um monte de imitadores deles.
O homem abre a porta e pega no colarinho de Angelo e o joga a dez metros de distância. Ele se levanta e limpa a roupa praguejando.
— Eu nunca aprendo? Pensei que vampiros de energia fossem humanos normais. Mas parece que este ai tem superpoderes.
Angelo olha para a porta e vê os quatro vampiros. Seu corpo fica duro e rígido. Ele se prepara para os golpes que virão. Ele sabe que qualquer impacto de um vampiro poderia ferir seu corpo seriamente. Mesmo assim ele não mostra medo. O medo só fará com que eles torturem mais antes de matar. Então ele sorri e os provoca chamando para a briga. Eles correm e o agarram. Angelo não tira os olhos deles. Não mostra medo e apenas olha com intensidade. Dão vários socos no estomago e no rosto. O jogam no chão e voltam para a entrada da casa mas quando abrem a porta são atingidos por um choque.
Angelo se levanta e, cambaleando, tenta explicar.
– Eu instalei uns acessórios interessantes para vampiros de energia. A energia elétrica é um escudo poderoso e fatal e eu instalei algumas surpresas nesta porta antes de bater.
Angelo pega um controle remoto e aciona uma corrente elétrica que faz os vampiros ficarem presos no chão.
– A corrente elétrica suga a energia dos vampiros, e é claro que vocês vão ficar um bom tempo colados no chão até a energia acabar.
Angelo pega gasolina e joga no Opala. Depois acende o isqueiro e queima todo o veículo. Ele olha para os vampiros presos no chão e ri.
– Eu queimei o carro, pois com lenda urbana a gente não pode brincar.

Mais tarde, em um bar, Angelo estava tomando cerveja quando um homem vestindo roupas pretas apareceu e sentou ao seu lado.
-  Meu nome é Uriah e você está em sérios apuros.
Angelo olhou para o estranho e perguntou:
– Quer um pouco?
– Sem brincadeiras, Sr. Angelo. Você pegou meus quatro alunos. Assinou sua morte!
Quando Uriah disse estas palavras todos do bar caíram em sono profundo. Menos Angelo.
– Oh! Então você era o mentor deles? Esqueceu de ensinar as defesas? Acha que todos os humanos são medíocres e que não podem com vampiros Psy? Alias, tenho um presente!
Angelo abre a camisa e Uriah vê que o Angelo usava um colar de pedras.
– Você deve conhecer bem! As pedras são de cactonita. Elas enfraquecem os vampiros Psy e  protegem de ataques.
O Vampiro tenta dar um soco no rosto de Angelo mas ele chuta a cadeira fazendo-o  cair. O caçador pega uma estaca e coloca no peito do vampiro e pergunta:
– Está se sentindo um vampiro tradicional agora Senhor Uriah? Agora preste atenção. Você vai sair desta cidade! Não quero mais ouvir falar nem de você e nem dos seus alunos. Se voltarem, eu posso não ser tão bonzinho.
Angelo se levanta, pega a garrafa e caminha para fora do bar. Antes de sair, diz:
-  Você paga a conta!
Eram três horas da manhã. Uriah estava no taxi indo em direção ao aeroporto. Ele iria mesmo sair da cidade mas para pedir ajuda a mais vampiros Psy. Que dirigia o taxi era uma mulher.
-   Então o senhor vai viajar?
-  Sim estou querendo falar com amigos.
O taxi virou rapidamente e entrou na garagem de um prédio que fechou as portas rapidamente. Uriah percebeu que era uma armadilha e abriu a porta do carro e saltou antes que o carro parasse.
-                    Ele correu mas a mulher era rápida. Em segundos ela agarrou os cabelos de Uriah e puxou com força deixando seu pescoço a mostra. A mulher lambeu seu pescoço e disse:
-                    Não precisamos mais de vampiros como você.
A mulher abriu a boca e mostrou seus caninos salientes e rapidamente mordeu seu pescoço. O grito de Uriah ecoou por todo o estacionamento.

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