A Gang dos Vampiros Psíquicos
Por Adriano Siqueira
Normalmente
Angelo não costumava ir no metrô. Ele prefere andar de ônibus do que ir em um
transporte que passa em túneis por baixo da cidade. Mas hoje ele não vai pegar
nenhum metrô. Ele foi chamado pela polícia por ser um caçador de vampiros para
investigar um ocorrido intrigante em um dos vagões.
Um dos policiais explicava para o caçador o que
aconteceu:
– As testemunhas estão afirmando que eram quatro
pessoas vestidas de preto, usando caninos pontiagudos. Com um gesto deles,
todos os ocupantes do vagão cairam em um sono profundo e acordaram sem as suas
bolsas, carteiras e objetos de valor.
– Então não são vampiros! Ninguém perdeu sangue. Só
dormiram. Os vampiros que caço só querem
sangue e não aparecer nas listas de procurados por roubo. Vampiros são
discretos e isto está chamando a atenção da cidade toda. E pelos trajes e
caninos pontiagudos parece mais que alguém pretende incriminar os vampiros.
Uma mulher, aparentando vinte e cinco anos, usava uma
bota e roupa escura, tinha o cabelo escuro e liso chega perto do caçador e
pergunta:
– E se fossem PsyVamps?
– Quem é você?
– Karla Pakuri. Escritora sobre vampiros de almas.
– Tá vendo? Isso está ficando popular demais. Olha
moça, se acha que são vampiros de almas, então me diga o motivo deles se
vestirem como vampiros tradicionais.
– Vampiros de energia são humanos, é óbvio que o
visual de vampiros tradicionais são mais marcantes.
O policial completa:
– Depois que eles saíram do metrô os quatro entraram
em um opala preto.
Por um acaso o Opala não tinha o nome de Viúva Negra
estampado nele? – Perguntou Angelo
intrigado.
– Porque a pergunta?
– É uma lenda urbana sobre um carro que usava sangue
como combustível.
– Ninguém me informou nada.
– Tudo bem, vou falar com um amigo e depois informo
mais. E você, escritora, nada do que foi dito é para colocar num livro.
– Tudo não, mas certamente alguma coisa vai, sim!
Angelo sobe a escada rolante se dirigindo à saída da
estação de metrô e liga para sua amiga.
– Star, preciso da sua ajuda sobre carros... Estou
procurando um opala preto. Houve um incidente no metrô, quatro vampiros de
energia podem estar envolvidos. Pode ver isso?
– Olá, Angelo! Você só liga para perguntar de carros.
Esqueceu que você não foi no jantar que combinamos? Esqueceu que não foi na
minha festa de aniversário? Esqueceu que não...
– Calma, Star. Desculpe! Eu estive bem ocupado. É uma
vida complicada que tenho.
– É só você? Eu trabalho para uma agência de
investigação de carros assombrados e você caça vampiros! Não vejo muita
diferença. Além disso, você já tem mais de 30 anos. Sua vida de solteiro está
deixando você sem obrigações e isso vai leva-lo à solidão completa e absoluta.
– Me ajude, Star. O pessoal do metrô... Se isso
continuar, pode acontecer em ônibus e aviões. Me dá um apoio.
Star respira fundo por um momento e diz:
– Não é a minha área, mas se ficar entre nós...
Enquanto estávamos falando, utilizei a câmera instalada na frente do metrô e,
usando o sistema Kirlian, eu consegui detectar resíduos de energia acumulada
que levam até uma casa próxima ao bairro da Liberdade. Vou inserir o caminho em
GPS para o seu celular.
O bairro da Liberdade. Angelo poderia se preparar para
conhecer vampiros japoneses. Podia sentir. A maioria dos vampiros de energia podem
ter vindo do Japão, já que a maioria dos herois populares de quadrinhos,
desenhos animados e filmes criados por lá usam energia psíquica
O Opala preto estava estacionado em frente a um
sobrado. Aparentemente normal. Angelo foi até a porta e bateu duas vezes.
Um homem japonês atendeu.
– O que você quer?
– Nada de mais, sou um caçador de vampiros e fiquei
sabendo que aqui tem um monte de imitadores deles.
O homem abre a porta e pega no colarinho de Angelo e o
joga a dez metros de distância. Ele se levanta e limpa a roupa praguejando.
— Eu nunca aprendo? Pensei que vampiros de energia
fossem humanos normais. Mas parece que este ai tem superpoderes.
Angelo olha para a porta e vê os quatro vampiros. Seu
corpo fica duro e rígido. Ele se prepara para os golpes que virão. Ele sabe que
qualquer impacto de um vampiro poderia ferir seu corpo seriamente. Mesmo assim
ele não mostra medo. O medo só fará com que eles torturem mais antes de matar.
Então ele sorri e os provoca chamando para a briga. Eles correm e o agarram.
Angelo não tira os olhos deles. Não mostra medo e apenas olha com intensidade.
Dão vários socos no estomago e no rosto. O jogam no chão e voltam para a
entrada da casa mas quando abrem a porta são atingidos por um choque.
Angelo se levanta e, cambaleando, tenta explicar.
– Eu instalei uns acessórios interessantes para
vampiros de energia. A energia elétrica é um escudo poderoso e fatal e eu
instalei algumas surpresas nesta porta antes de bater.
Angelo pega um controle remoto e aciona uma corrente
elétrica que faz os vampiros ficarem presos no chão.
– A corrente elétrica suga a energia dos vampiros, e é
claro que vocês vão ficar um bom tempo colados no chão até a energia acabar.
Angelo pega gasolina e joga no Opala. Depois acende o
isqueiro e queima todo o veículo. Ele olha para os vampiros presos no chão e
ri.
– Eu queimei o carro, pois com lenda urbana a gente
não pode brincar.
Mais tarde, em um bar, Angelo estava tomando cerveja
quando um homem vestindo roupas pretas apareceu e sentou ao seu lado.
-
Meu nome é Uriah
e você está em sérios apuros.
Angelo olhou para o estranho e perguntou:
– Quer um pouco?
– Sem brincadeiras, Sr. Angelo. Você pegou meus quatro
alunos. Assinou sua morte!
Quando Uriah disse estas palavras todos do bar caíram
em sono profundo. Menos Angelo.
– Oh! Então você era o mentor deles? Esqueceu de
ensinar as defesas? Acha que todos os humanos são medíocres e que não podem com
vampiros Psy? Alias, tenho um presente!
Angelo abre a camisa e Uriah vê que o Angelo usava um
colar de pedras.
– Você deve conhecer bem! As pedras são de cactonita.
Elas enfraquecem os vampiros Psy e
protegem de ataques.
O Vampiro tenta dar um soco no rosto de Angelo mas ele
chuta a cadeira fazendo-o cair. O
caçador pega uma estaca e coloca no peito do vampiro e pergunta:
– Está se sentindo um vampiro tradicional agora Senhor
Uriah? Agora preste atenção. Você vai sair desta cidade! Não quero mais ouvir
falar nem de você e nem dos seus alunos. Se voltarem, eu posso não ser tão
bonzinho.
Angelo se levanta, pega a garrafa e caminha para fora
do bar. Antes de sair, diz:
-
Você paga a
conta!
Eram três horas da manhã. Uriah estava no taxi indo em
direção ao aeroporto. Ele iria mesmo sair da cidade mas para pedir ajuda a mais
vampiros Psy. Que dirigia o taxi era uma mulher.
-
Então o senhor vai viajar?
-
Sim estou
querendo falar com amigos.
O
taxi virou rapidamente e entrou na garagem de um prédio que fechou as portas
rapidamente. Uriah percebeu que era uma armadilha e abriu a porta do carro e
saltou antes que o carro parasse.
-
Ele correu mas a
mulher era rápida. Em segundos ela agarrou os cabelos de Uriah e puxou com
força deixando seu pescoço a mostra. A mulher lambeu seu pescoço e disse:
-
Não precisamos
mais de vampiros como você.
A
mulher abriu a boca e mostrou seus caninos salientes e rapidamente mordeu seu
pescoço. O grito de Uriah ecoou por todo o estacionamento.
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