THEDA BARA
Uma pequena morte... árabe!
A beleza exótica de Theda Bara era um desafio ao público, causando uma curiosidade voraz e um certo medo - tudo graças ao marketing da Fox. Após várias pontinhas em filmes sem muita expressão.
Theodosia Goodman foi escolhida para encarar a primeira femme fatale do cinema. Mais que isso: a Fox fez dela uma lenda, um mito, fruto da imaginação do chamado star system - o modo como os estúdios criavam e promoviam suas estrelas. Theda Bara era um nome bastante exótico para o que se propunha à carreira da primeiríssima vamp. Mais que estranho, o nome era um anagrama de "Arab Death" (morte árabe), e segundo o departamento de publicidade da Fox, ela teria nascido no deserto do Sahara, filha de um artista francês e sua amante egípcia. Para realçar a brancura de sua pele, ela usava uma pesada maquiagem ao redor dos olhos, sempre aparecendo ao lado de símbolos mórbidos como esqueletos humanos e corvos, recebendo a imprensa ao lado de uma serpente numa sala curtida em incenso. Toda essa estratégia fazia parte do contrato de Theda com o estúdio.
Em 1915 Theda Bara causou sensação com o filme "A Fool There Was", baseado num poema de Rudyard Kipling chamado "The Vampire", sobre uma mulher vampiro. O sucesso tornou-a a primeira Vamp do cinema, e sua frase "Kiss me, my fool!"(beije-me, meu tolo!) ficou tanto popular como a estrela. Entre 1917 e 1925 Theda interpretou as mais sensuais, perigosas e irresistíveis personagens do cinema - de Carmen, Camille e Madame DuBarry até Salomé e Esmeralda, em "The Darling of Paris", Theda também foi a primeira Cleópatra do cinema, além de estrelar filmes com títulos bastante sugestivos, como "The She-Devil", When a Woman Sins", entre outras preciosidades irreversivelmente perdidas na história. Cansada de seu estigma de vampira (sua carreira ruiu após uma breve tentativa de se manter longe do mito), Theda se retirou do cinema satirizando sua própria identidade em "Madame Mystery", de 1926, seu último filme, dirigido por Stan Laurel, o Magro.
A grande Vamp do cinema foi casada com Charles Bradin e morreu em 1955 pouco depois de ver seu exotismo parodiano no magnífico "Cantando na Chuva" (1952), com o personagem Olga Mara (judy Landon).
Texto extraído da revista Planet Sex nr.05
Pesquisa - Adriano Siqueira
Um comentário:
Um ícone, não tem como não ser atraído por esses olhos enigmáticos. Excelente matéria! Parabéns 👏👏👏
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