segunda-feira, 6 de maio de 2019

O Castelo de Sangue. - Conto Adriano Siqueira


O CASTELO DE SANGUE
por Adriano Siqueira

Em pleno clarão do luar, Lucy Hemácia, a controladora das névoas, se preparava para a sua batalha mais perigosa, junto com seu guerreiro John Leucócito, que cuidava das defesas do castelo, se preparava para a noite de mil horas, como eles costumavam chamar as batalhas mais perigosas e sangrentas. 

Plaquetas de chumbo estavam colocadas ao redor da entrada do castelo e assim, os inimigos teriam que passar por ela até chegar na entrada e não teriam como escapar pelos lados. Assim que a portão abrisse os guerreiros de John atacariam sem piedade. Era um plano que sempre funcionava. Desta forma os guerreiros empurravam os inimigos neste corredor do diabo e logo em seguida eram atropelados pelo carro da morte. Um carro feito de madeira que era empurrado pelos guerreiros de dentro do castelo. Esmagando os inimigos. 

O plano estava em seu curso. Arqueiros estavam preparados para atirar enquanto a Lucy evocava os morcegos. Era comum em seu ritual que fazia antes da guerra, trazer os morcegos para confundir e desorientar os inimigos. Seu domínio sobre a névoa era também de grande valia. A vampira gesticulava as suas mãos e como se fosse uma dança sinistra e macabra, a névoa densa começava a surgir do seu corpo e descia em volta do castelo. Isso cegaria os inimigos. Não haveria como serem derrotados. O castelo de Lucy estava muito bem preparado e tinham conhecimento de como se vencer um guerra. Foi quando um dos vigias anunciou que os inimigos estavam perto do castelo. A noite de mil horas havia começado.

John Leocócito levantou sua espada e declarou o início da batalha. O portão foi aberto. O grande corredor feito com plaquetas de chumbo esperavam os seus inimigos para a travessia macabra e sangrenta. O carro criado pelos guerreiros funcionava perfeitamente e estava de prontidão assim que o corredor estivesse bem cheio. 

Os guerreiros inimigos entraram no corredor para a entrada do castelo. Gritavam com bravura e vontade de vencer. Mais de duzentos guerreiros estavam com sede de sangue. Seus olhos abertos e a sua fúria ansiavam pela batalha de mil horas. 

Pouco a pouco os guerreiros protetores do castelo esperavam com paciência a chegada deles no portão. Os arqueiros estavam de prontidão e aguardavam pacientemente a ordem de John para atacar.

A batalha estava em seu nível máximo. Os guerreiros inimigos chegaram no portão e começaram a lutar com os protetores do castelo. Os protetores foram, aos poucos recuando, esse movimento de recuo deu mais vontade aos inimigos de lutar e a gritaria incentivava os outros guerreiros inimigos e entrarem também no corredor que estava lotado.

Assim que os protetores recuaram. Eles saíram do caminho. Em seguida deram espaço para a entrada do carro construído de madeira entrar no corredor e com os homens empurrando os inimigos foram atropelados pelo carro, quebrando os seus ossos e deixando todos feridos e desesperados. Os inimigos tentavam sair mas como havia muitos guerreiros dentro do macabro túnel não foi possível escapar. Todos estavam perdidos e gritavam por ajuda gritavam por clemência. 
Lucy, sorria ao ver que a névoa deixava os cavalos dos inimigos perdidos em volta do castelo e os seus morcegos atacavam todos os inimigos que não estavam no corredor. 

Com o pânico, os inimigos começaram a fugir. John deu a ordem para que os arqueiros entrassem em ação e os inimigos eram golpeados com flechas por vários arqueiros que estavam atirando sem piedade. A batalha estava vencida. Mais uma vez o Castelo de Sangue sobreviveu a mais uma guerra sangrenta. O portão foi fechado e não houve um inimigo que tenha conseguir entrar. 

John dispensou a maioria dos guerreiros e arqueiros dos seus postos de batalha. Alguns homens foram responsáveis por retirar os corpos dos inimigos junto com o seu sangue para os banquetes que surgirão para alimentar o povo vampiro deste castelo. Machados também eram levados para que os inimigos não se transformem em vampiros. 

John vai até o quarto da rainha Lucy Hemácia e ela estava em pé perto da sua janela, segurando uma taça de sangue enquanto alguns poucos morcegos passavam pelo local como um sinal de vitória. 

Ele pega a taça de sangue e toma um gole. Joga a taça longe e pega a Lucy no colo e a leva para a cama. Coloca ela para deixar carinhosamente. As mãos de Lucy passam pelo rosto de John. Ela lambe um pouco do sangue inimigo e o beija. 

A noite de mil horas agora estava em seu momento de comemoração e será aproveitada com muito prazer e gosto da vitória. Teremos outras batalhas, devemos sempre ficar atentos. Mas agora o momento é de prazer.


Conto de Adriano Siqueira
PS. Esta história mostra como é o funcionamento do sangue no corpo e os nomes da sua função e propriedade foram usados para dar um toque visual sobre seu complexo funcionamento e tudo isso foi explicado como um conto de vampiros.
agradeço a leitura. 

3 comentários:

Júlio Finegan disse...

Um baita conto. Parabéns.

Júlio Finegan disse...

Um baita conto. Parabéns.

Adriano Siqueira disse...

muito agradecido. :-)