A Maldição do Cão
No meio do mato havia um cão.
Ele me viu e me caçou.
Tentei correr, mas foi em vão.
Caí entre as folhas e ele atacou.
Com as patas no meu peito
Ele rosnou.
Ao ver seus olhos vermelhos
Meu coração quase parou.
Minha camisa, ele destroçou.
E, com um rosnado assustador,
Usando a sua boca ferroz,
O cão me arrastou.
Por um momento, ele latiu
E me mordeu.
Tornei-me o cão que eu temia.
E achei você na mata perdida.
Desesperada e aflita.
Sem ter como fugir
Da vida perdida.
Da noite caída.
Da alma maldita.
Pois agora
Sou o cão no meio do mato.
Faminto e transformado.
Amaldiçoado.
Por Adriano Siqueira