terça-feira, 11 de dezembro de 2007




- No Limiar da Dança -
Por Adriano Siqueira


Ela dançava como se estivesse flutuando sobre o chão.
Seus movimentos suaves, e a maneira como movia o ventre, eram incríveis. O brilho da roupa iluminava toda a casa... Ela era uma deusa da dança.
Seus olhos me atraíam para seu interior e, quanto mais ela se movia, mais eu me sentia atraído por ela!
Ela chegou bem perto de mim, movendo suas mãos como se brincasse com uma pena bem macia, desenhando no ar...
Estava ficando embriagado com as suas formas, suas curvas, seu sorriso.
Um homem que estava ali gritava de alegria por ver aquela beldade em forma de mulher.
Ela olhou para mim e me disse, dançando, sem dizer palavra alguma:
— Esta noite não...
Virando-se para o homem, fez-lhe algumas carícias e levou-o para fora da casa.
Desesperado, eu perguntei seu nome...
— Meu nome é Katrin!
Fiquei sonhando com aquelas palavras. Afinal, "essa noite não”. Qual noite seria a minha?
Na manhã seguinte a primeira notícia do jornal: um homem morto. Mordido no pescoço... Vampiros, é claro!
E o homem era o que estava comigo naquela noite.
Então, era uma vampira! Fiquei aliviado por ela não ter sido minha naquela noite...
Novamente fui atraído para aquela casa de dança!
Mas dessa vez estava preparado; embora sua sutileza me dominasse completamente e eu estivesse hipnotizado por aqueles movimentos. Eu só pensava, "Preciso tê-la... Preciso sentir sua pele”.
Ela, como se tivesse lido meu pensamento, veio até mim e levou-me para o meio do antro. Em pé, eu fiquei assistindo sua dança.
Suas mãos me tocavam levemente. Às vezes, seu rosto e suas pernas encostavam em mim. Eu estava suando.
Segurei seus braços. Eu estava completamente possuído pelo desejo; beijava seu pescoço e, aos poucos, ia descendo para seus seios. E ela, mesmo presa pelas minhas mãos, ainda mantinha os movimentos da dança, acompanhando os compassos da música com seu ventre.
Suas pernas envolviam meu corpo como cobras em uma dança que não tinha fim. Desabotoando minha camisa, ela beijava meu corpo...
Nem me dei conta que estávamos seminus... As pessoas, loucas, aplaudiam como se estivessem em transe, e eu nem me importava que ela fosse uma vampira; estava excitado demais para pensar em detalhes que, no momento, eram assim, insignificantes...
Os toques eram mágicos e sua pele queimava. Tudo o que ela fazia, era olhando para mim. E seus olhos transbordavam prazer.
Não sei o que houve, mas fui jogado contra a parede. Um homem enorme, vestindo uma capa, estava lá. Fiquei completamente tonto, mas conseguia vê-lo levantando o corpo dela do chão ao teto, segurando seu pescoço e gritando:
— Não é pra você flertar com a comida!
Os dentes daquele monstro cresciam e seus olhos pareciam fogo. Ela estava à sua mercê! As presas estavam chegando perto do pescoço dela.
Ela o olhava com pavor. Os caninos enormes chegando cada vez mais perto... ela estava quase desmaiando quando ele a largou e caiu, gritando como se visse o inferno.
A estaca tinha atravessado o corpo do vampiro... e onde havia um monstro agora só existia poeira.
Eu estava meio desacordado, mas consegui forças para derrotá-lo...
E a Katrin? Bom... Ela dança até hoje!

2 comentários:

Anônimo disse...

Hummm...Gostei da história!!!
Bem criativa!
Beijos

Anônimo disse...

hI,there!

Bom saber, que neste nosso país, onde só se escreve sobre coisas sem sentido. Eu tenha encontrado de repente e de forma tão grata, alguém que tem a alma criativa, e que não está presa aos trejeitos e clichês, da nossa literatura, que modéstia a parte me irritam profundamente.

Gostei imensamente de seu trabalho.

Desejo a vc, que sua inspiração nunca o abandone...e, que os seres da noite, falem sempre a ti...

De uma amiga, que também se aventura no mundo dos imortais...

Nana Barroso

SEE YA!