sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Do início ao começo - Conto de Horror



Do início ao começo
O inferno da repetição até a destruição 

Verônica era uma estudante e gostava de novidades, vivia passeando com seus amigos para conhecer coisas novas. O grupo era tão unido que eles sempre saiam juntos. Até que um dia, as coisas começaram a ficar estranhas. 
─ Oi Verônica. Você vai no lançamento do filme com a gente? 
─ Mas Lucia, este filme já passou na TV. Eu não vou assistir de novo e ainda pagar para isso. 
─ Não seja careta. Todo mundo está falando deste filme.
─ Eu não sou todo mundo e muita gente nem sabe que este filme é uma refilmagem. O que está acontecendo com vocês? Parece que o mundo está se repetindo.
─ Bom, se não quer ir eu vou. A gente se fala.
─ Tudo bem então mas não assisto filmes que ja sei como termina. 
─ Oi Rafael. Quais são as novidades? 
─ Oi Verônica escuta esta música.
─ Deixa eu ouvir... Hum... parece... mas que droga. Rafael! Essa música já existe!
─ Mas ela é nova.
─ Não, não é nova. A música existe desde os anos sessenta. O que deu em vocês? 
─ Bem o pessoal está curtindo bastante. 
─ Deixa para lá. Eu não sei o que aconteceu com vocês. Vou procurar a Soraia.
─ Oi Soraia. Quais são as novas?
─ Oi Verônica. Veja só que maravilha de livro que comprei. 
─ Mas... Mas eu tenho este livro. 
─ Como assim ? Ele é novo?
─ Que diabos está acontecendo com vocês Soraia? Este livro é dos anos quarenta. 
─ Calma Verônica. Você está bem? 
─ Não eu não estou! Tenho que sair daqui. 

Verônica vai para o seu apartamento que fica no 13 andar e encontra a sua mãe assistindo TV.
─ Oi Verônica. Chegou cedo.
─ O pessoal da escola mãe. Parecem malucos. Estão vendo tudo novamente. As mesmas músicas e filmes e livros. Tudo repetido e estão dizendo que é lançamento. 
─ Isso é bobagem querida. Acalme-se um pouco. Assista a novela comigo. Começou hoje. É o primeiro capítulo.
─ Tudo bem mãe... Mas... Mãe... Não pode ser. Eu já vi esta novela mãe. Eu era garotinha. Não... Não. 
─ O que foi filha.
─ Me deixa em paz. Vou para o meu quarto. 
─ Tem um presente na sua cama. Foi o seu namorado Denílson que entregou hoje. Ele disse para você ligar quando abri-lo.
─ Pelo menos uma novidade. 
Verônica chega ao seu quarto e vê o presente na cama.
─ Não acredito que ele usou o mesmo papel de presente do que ele me deu no dia dos namorados.

Verônica abre o presente e dá um grito. Mas não era de alegria. Era de horror. A sua mãe corre para o quarto e vê a sua filha caída no chão. Assustada ela pergunta:
─ O que aconteceu filha? Que grito foi esse?
─ O presente mãe. É o mesmo que ele me deu no dia dos namorados. Mãe. Está tudo se repetindo. 
─ Calma filha... Eu vou buscar um pouco de água com açúcar. 

─ Eu não aguento. Tudo se repete. Tudo repetindo. Tudo igual.

Verônica fica em pânico. Começa a balbuciar coisas sem sentido, olha para a janela e sorri.
─ Isso é novo. Isso é Inédito.

─ Filha! Filha. Socorro minha filha se jogou da janela. 

No dia Seguinte.

─ Oi Verônica. Você vai no lançamento do filme com a gente? 
─ Mas Lucia, este filme já passou na TV. Eu já vi esta história... 



Por Adriano Siqueira
 

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