Papo Cabeça com Sidoire e o Cavalo alado Raio

PAPO CABEÇA
com Sidoire e o cavalo alado Raio

Idealizado por Maria Ferreira Dutra
Que criou os personagens Sidoire e Raio
Escrito por Adriano Siqueira

Sidoire e o cavalo alado Raio conversavam, do jeito deles, no Bar do Zé, sobre as suas realizações e planejamentos futuros.



—  Vai falir Sidoire!

—  Raio! Eu convidei para me ajudar seu pangaré pessimista.

—  Quer ajuda? Vou arrumar uma charrete e levo seu fogão e geladeira.

—  Mas eu não vou mudar sua égua. Eu só quero arrumar mais dinheiro. Trabalhar no programa do Neculai e ser professor de história da minha Terra não tem ajudado muito. E agora estou casado.

—  Emprego está em falta. Você tem dois. Já tem sorte. E tem a sua sereia que faz matérias jornalísticas no fundo do mar. Vocês estão bem de vida. Mas não vejo futuro.

—  Garçom! Mais uma garrafa para esse poney colorido.

—  Hahaha! Sidoire. Monta um stand up. Não precisa contar piadas. Tem gente que vai rir só de vocé falar da sua vida. Hahaha.

 —  Garçom! Vou deixar esse cavalo como forma de pagamento. Assim você faz um bife a cavalo alado.

—  Vamos falar de cavalo para uma hiena humana.

—  Lobo! Eu sou meio lobo. Seu cavalinho de parque de diversão.

—  Sidoire pensa bem. Esse mundo está virando de cabeça para baixo. Você vai ter que mudar. Agora é um coiote humano casado.

—  Você tem que mudar também Raio. Estão procurando cavalo correio voador. Você iria ganhar uns bons trocados. Serviços de entrega estão na moda. Mas precisa ter um bom visual. E esse cheiro de poney não cai agradar os clientes.

—  Pois saiba Sidoire que muita gente acha meu cheiro um afrodisiaco.

—  Ah é verdade. Você tem um fãclube no manicômio da Lapa. Chama "Raio que o parta" ou era "Raios Duplos" algo assim.

—  Você está com inveja Sidoire. Hahaha. Seu cheio de cachorro molhado só espanta a galera. Você é que precisa de um banho de loja e muito sabão antipulga. Hahaha.

—  Pois saiba, seu enfeite de jardim, que a Livemar...

—  Esposa não entra na conversa aqui no bar da Lola, Sidoire.

—  Quem fez essa lei?

—  O Zé do Bar! Hahaha!

—  Pensei que o nome era fictício.

—  E é! Hahaha! Se você não está rindo é porque não bebeu o suficiente. Garçom! Mais uma garrafa!

—  Eu vou para casa Raio. Tenho medo de lembrar de alguma piada sem graça sua depois.

—  São nove horas Sidoire. Esse é o horário dos casados estarem em casa! Hahaha.

—  É uma forma de fugir desse lugar.

—  Se beber não voe Sidoire. E chupa uma bala. Seu bafo está me deixando bêbado.

—  Você não vai embora Raio?

—  Estou esperando uma carona do Zé do Bar.

—  Mas Raio. Você não falou que era um nome fictício?

—  E é! Hahaha!

Magistralmente idealizado por Maria Ferreira Dutra
Escrito por Adriano Siqueira