AMOR SIDORIAL
Maria Dutra
Na clareira protegido pela mata escura.
Sidoire, a criatura,
observava com atenção
a sua amada que passeava segura.
A criatura tinha o corpo de um lobo
Asas de morcego e uma face humana que sorria e falava.
Sempre que ia deitar,
a sua amada olhava o quintal.
Sorria com as pétalas de rosas
Enfeitando o local.
Sidoire sempre fazia esse ritual.
E assim ela sorria ao vê-lo escondido achando que ela não podia
o ver.
Eles não podiam estar juntos
Muitos não aceitariam a criatura em sua redondeza.
Esse amor sidorial causava
dor, tristeza e mágoa.
Mas o amor dos dois só aumentava.
E eles continuavam sem pensar em nada.
Só o carinho e a paixão importava.
Ela via em suas flores
que dentro desse monstro
Existia um coração com amor e ternura.
Muitos homens tentaram conquistar a amada da criatura.
Mas eles falharam, causando raiva e loucura.
Eles saíram para caçar a criatura
E a noite foi carregada de gritos, tiros e desespero na mata
escura.
Até a lua ajudou a aberração,
se escondendo e deixando os homens perdidos na escuridão.
A amada aflita
sabia que era bom e que existia
um homem por dentro
que a deixava segura e tranquila.
Caçadores voltaram comemorando
Diziam que a criatura havia fugido ferida e chorando.
Há três noites a criatura não aparecia.
A mulher escutou um barulho.
E viu o que desejava
O que queria.
Seu quintal coberto de rosas.
Em cada pétala deixada
Um sinal de amor pra amada
em seu jardim de almas, quente e envolvente.
Carregado de pensamentos de amor
que o Sidoire transmite e aquece.
Amor esse que só os mantém
mais perto e mais presente.
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