sexta-feira, 13 de junho de 2014

conto especial para a Sexta-feira 13


Uma mosca na minha sopa

um conto especial para a Sexta-feira 13 
por Adriano Siqueira
 

— Alexandre! Você vai perder a hora de novo!
 
Minha mãe sempre foi muito rígida quando o assunto é escola mas, hoje era um dia especial. Era sexta-feira 13.
 
Hoje finalmente terei meu presente. Faço 18 anos e na nossa família, quando chegamos nesta idade, nos transformamos em criaturas sobrenaturais.
 
Meu pai é um feiticeiro e as suas mãos são feitas de galhos de árvore.
Minha avó e meu avô são duendes e usam muito a sua magia para entender o mundo e ajudar os necessitados. Claro que eles tem um pote de ouro guardado no sótão da nossa casa.
Minha irmã é uma vampira. Tem 23 anos e vive caçando pessoas que geralmente prejudicam outras pessoas.
Minha mãe é uma bruxa e seus feitiços ajudam muito no dia-a-dia 
 
É estranho. Nunca sabemos qual ser sobrenatural seremos, mas uma coisa é certa, na primeira Sexta-feira após ter feito 18 anos eu serei um deles e hoje o dia era meu.
 
Todos estavam na mesa do café da manhã alegres e esperando o meu presente de transformação que chegará com o decorrer do dia.
 
Olho o café com as bolachas e as torradas. Meus olhos começam a arder e fico olhando a comida sentindo finalmente que ocorre o primeiro passo para a mudança.
Eu vomito em cima da mesa e a comida fica como se fosse uma pasta. Todos que estão lá ficam me olhando preocupados com a primeira mudança que estava acontecendo. Eu tentava falar mas a saliva da minha boca era tão grossa que parecia estar mascando muitos chicletes ao mesmo tempo. A mesa queimava. O vômito parecia ácido e eu estava me alimentando com o cheiro. Estava me sentindo satisfeito com o odor. A minha língua, que agora estava parecendo um canudo, sugava toda a comida da mesa.
 
Usei o guardanapo para limpar a boca deste delicioso café da manha mas, outra mudança estava acontecendo. Minha orelha caiu na mesa. Logo em seguida meu nariz e algumas partes da minha pele iam saindo do meu corpo como uma casca. Braços começam a crescer. As asas saem das minhas costas. Tento gritar mas minha língua estava grudada na boca que era maior como um canudo.
 
Finamente eu vi que minha família tinha um cheiro muito bom. Seria um verdadeiro banquete.
 
Quando eu estava perto de pegar minha primeira vítima a minha irmã vampira puxou minhas asas e fui golpeando com um mata-moscas gigante e disse:
 
— Se comporte menino. Vai logo pegar a sua mochila ou vamos perder a primeira aula.
 

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