domingo, 9 de janeiro de 2022

Tim Burton - A Teatralidade da Morte Ise Albuquerque

 




Título: Tim Burton - A Teatralidade da Morte (Ise Albuquerque) @Ise_Albuquerque




Tristeza, dor e morte perpetuam lirismos em trechos de canções, manifestações artísticas, livros o que naturalmente caem em dramas Hollywoodianos. Costumeiramente como se vê por aí o funil da indústria cinematográfica transborda histórias tristes regadas de mortes precoces, solidão, injustiças, mentiras e traições. Tais elementos que cientificamente combinados com um bom roteiro, elenco e direção podem levar multidões ao delírio. Quem nunca se derramou em lágrimas com "Titanic" (1997)  (Amor + Drama + Morte) e "Sempre ao seu lado" (2009) (Drama + Bichinho Fofo + Morte) Hummm vai me dizer que não sentiu a garganta apertar?!



Essas emoções escancaradas escapam das nossas percepções sensoriais quando se trata de um filme feito pelas mãos de Tim Burton. Não que seu longas não disponham desses elementos, muito pelo contrário, são fundamentais. Em "Edward mãos de tesoura" (1991), está aí não me deixa mentir. Apesar do filme utilizar uma narrativa familiar totalmente excêntrica, basicamente sobre um jovem com mãos de tesoura que vive impossibilitado de tocar outras pessoas, ou até mesmo coçar a pontinha do nariz sem se ferir. A solidão de Edward é expressiva, com poucas palavras, seu desespero e o incessante desejo de ser como os outros.



Suas produções intercalam do lúgubre à comicidade, em "Os fantasmas se divertem"(1988), o casal Bárbara e Adam viviam felizes, curtiam um descanso longe da jornada de trabalho. Mas, morreram em um acidente de carro. Pela perspectiva do filme, a morte não é o fim de tudo. Pelo contrário, é só o começo da eternidade, isso mesmo, juntos para sempre, isso sim gente que é romantismo... E paralelo a essa longa jornada, Tim Burton traça toda uma burocracia para o pós-morten. Como uma fila de espera para receber instruções de como se virar depois de bater as botas. Com direito a uma gestão mortuária e um manual para assombrar os que ainda vivem.




Na animação "A Noiva cadáver" (2005) que antes de tudo é um conto escrito por ele mesmo baseado em uma lenda russo-judaica. No conto, um jovem prestes a se casar viaja com um amigo para a vila onde sua noiva morava. Mas como a viagem estava sendo longa demais os dois resolveram descansar nas margens de um rio. E explorando o lugar o jovem noivo encontrou um graveto semelhante a um osso na forma de um dedo. Os dois começaram a encenar um casamento, o noivo pegou o anel e colocou no graveto. Naquele instante a terra tremeu e de lá saiu uma mulher vestida de branco com seus ossos ainda expostos. E o resto você já sabe... É olhando por esse lado a simpática animação veste uma atmosfera horripilante e assustadora. Mas nosso gênio Timothy William Burton fez com que "A Noiva cadáver" atingisse em cheio o público infantil e adulto também. Assim é possível apreciar essa animação carismática com a família sem temer pesadelos.


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Ise Albuquerque




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