quarta-feira, 17 de junho de 2020

O Equilíbrio das Sombras




O Equilíbrio das Sombras

Na madrugada fria
Ele invadiu pela janela
E sentiu o cheiro do sangue
e da carne macia.

Ele observou com paciência
A hora de mostrar a sua presença.

Tentou ler seu corpo e seus sonhos
Para entender como atrair sem apavorar a sua refeição
em seu próprio lar.

Ela se virou da cama e seu rosto
Ficou de frente para a criatura noturna.

Ele entrou em seus sonhos e descobriu que seu nome era Juliete
E ela estava em um grande buraco na terra.

Ela tentou subir, mas o barro e a chuva não permitou se firmar.

a criatura observou o seu medo e analisou a sua vítima.

Isolada, ela recuou e ficou encolhida recebendo a água da chuva.

A forte chuva alagava o buraco e se ela ficasse ali morreria afogada.

Com supremo conhecimento ele observou a situação e a chamou.

Juliete olhou para a criatura e ele riu e ergueu os braços dizendo que foram seus pensamentos que construíram a sua própria prisão.

Ele caçoou dela, pulou e rodopiou rindo.

Se perguntou gritando, como pode uma pessoa ser tão insegura ao ponto de construir facilmente a sua própria prisão e não ter poder para sair dela?

Juliete se levantou irritada e os relâmpagos apareceram. A criatura ficou em silêncio. Ele estava no mundo dela e esse era o momento de sair.

A criatura viu a luta de sua vítima contra seus próprios pesadêlos.

Ela abriu os olhos e viu a criatura que estava em seu sonho observando-a perto da janela.
Ele tinha o mesmo sorriso.

Juliete, a princípio, temeu a criatura. Mas, ao lembrar do seu sonho, ela sorriu. Foi ele que a provocou para ter forças e entender que era fácil sair daquele buraco.

Ele resolveu partir e antes de saltar pela janela a criatura disse que voltaria para conhecê-la melhor.

Por: Adriano Siqueira

Um comentário:

Karmem disse...

Uma bela poesia
Um conto maravilhoso
Uma história que faz você pensar muito .
Meu amigo Adriano você arrasa muito.
Arte linda
Parabéns