sábado, 11 de julho de 2015

O Jogo do Desespero



O Jogo do Desespero
O vampiro Neculai faz uma armadilha ao vivo para arrecadar mais dinheiro 


— Que bom que chegou Senhor Leon Nunes. Eu sou Solange Pen. Me acompanhe. O programa já vai começar.
— Tudo bem. Obrigado pelo convite ao programa do Neculai. 
— Sei que vai apreciar. O nosso programa abre espaço para todos. Hoje teremos um dia de muita magia. Por favor. Gostaria que ficasse bem aqui. As correntes são parte do programa. Já devem ter explicado isso para o senhor.
— Sim era sobre um truque de mágica que eu participaria no inicio do programa. Minhas mãos vão ficar presas nesta corrente e esta cortina a minha frente é onde estão o resto do truque não é isso?
— Isso mesmo senhor Leon. A corrente em que está amarrado está ligada a parte debaixo de um balde pendurado no teto. Logo vamos mostrar todo o truque e a magica será devidamente explicada. 
— Eu fico me perguntando como um vampiro conseguiu tanto poder ao ponto de ter um programa de TV e...
— Me desculpe senhor Leon O programa já vai começar. Obrigado por participar.
— Gratidão. 
...

— Boa noite! Eu Sou Solange Pen. 
— E eu Marco Tong.
— Hoje vamos abrir o programa com uma surpresa não é mesmo Marco.
— Isso mesmo Solange. Vocês estáo vendo um monte de cortinas aqui. Vamos abrir o programa de hoje com um truque de mágica.  
— Quem produziu este truque foi o nosso querido a adorado vampiro Neculai. Palmas para ele.
— Ele está realmente de parabéns. Essa é só uma das surpresas de hoje. Pode contar para eles Solange?
— Deixa que eu conto Marco. Gente. O Neculai vai estar no celular participando do programa! 
— Uau! isso sim é um programa especial. E agora vamos abaixar as cortinas para mostrar a nossa mágica.
— Como vocês podem ver nossos convidados queridos estão presos nas correntes. E o Neculai vai falar com nossos convidados por este celular que esta na minha mão. Alô querido! Você está aí?   
— Olá Solange Pen. Marco Tong e todo este maravilhoso auditório. 
— Olá meu querido. Você quer falar com qual dos convidados primeiro. Vamos apresentá-los. De um lado do palco está o Leon Nunes. Escritor. Do outro lado está o Crítico literário Edivaldo Lemos e na mesa do centro está deitada e amarrada a divulgadora Catarina Selano. 
— Vou falar com o Leon, Solange. — Olá Leon Nunes. Eu sou Neculai. Acredito que você tenha muitas perguntas. Sei que é um escritor e veio aqui para participar do meu programa. Vou ser franco. A maioria dos programas de TV sobre literatura são muito chatos. Eles deixam o público sem vontade de assistir. Fazendo este truque de mágica para abrir o programa atrai muito mais a atenção dos telespectadores. Principalmente se souberem que hoje morrerá um dos convidados. Por isso nosso programa está sendo transmitido ao vivo de um lugar escondido e assim fica mais interessante. Ha Ha Ha. 
— Eu acho a ideia de mágica interessante para atrair mais telespectadores mas matar alguém não era bem o que eu esperava. 
— Mas esse é o verdadeiro show. Tem ideia de quantas pessoas agora estão vendo você? É assim que ficamos famosos. Mas deixa eu te explicar como funciona esta mágica. As suas mãos estão acorrentadas naquele balde no meio do palco. Se você puxar as correntes o balde vai virar e todo o líquido que ele contém vai cair no corpo do nosso convidado  Edivaldo. Ele é um critico e tanto. Usa muitas maneira de difamar o escritor e seus métodos são os piores que existem. Muitos sabem que ele é um pobre coitado que só quer mesmo mostrar seu trabalho de qualquer forma mesmo que seja para criar mentiras e só para ter atenção. e eu fosse você puxava logo essa corrente e acabaríamos a mágica. Ha Ha Ha. Mas continuando. A Catarina está no meio do palco deitada e acorrentada em uma mesa que está bem debaixo do balde. Caso Nem você e nem o Edivaldo puxem a corrente, a parte debaixo do balde vai se abrir e o líquido irá cair bem no corpo dela. Ha Ha Ha. O que achou do truque Catarina?  
— O que? Eu não sabia disso. Eu estou presa. Me tirem daqui!
— Não se preocupe. Logo você vai sair. Ha Ha Ha. De uma forma ou de outra. 
— Vamos acabar logo com isso. Eu não estou com saco para ficar ouvindo toda essa conversa. Você me prometeu que iria me dar meio milhão para derrubar este líquido do balde na cabeça deste escritor. 
— Calma Edivaldo. Não fique contando minhas surpresas. Ha Ha Ha. Mas será mesmo que você vai ter coragem de puxar o balde na direção do escritor Leon? 
— Tenha a certeza que sim! 
— Isso que gosto de ouvir. Esta vendo Leon. Tudo pode ser manipulado. O dinheiro manda. Mas quero que dessa vez o telespectador participe. Ligue para o número que está aparecendo na tela e depositem a quantia de quinhentos reais para o vencedor. Quem vocês acham que ganha? Leon o escritor ou o Edivaldo o critico? Façam as suas apostas. Ha Ha Ha. 
— O dinheiro já está chegando Neculai. Já temos mais de um milhão em apostas. 
— Isso está ficando emocionante não é Solange? Ha Ha Ha. Que comece o jogo.  
— Parece que o Edivaldo está puxando a corrente com toda a força. 
— Vamos Leon Você precisa puxar também ou o balde vai derramar todo o líquido no seu corpo.
— Mas. O que tem dentro do balde? 
— Esse e o suspense Leon! Aposto que você não gostaria de saber. Ha Ha Ha
— Leon Está puxando o balde. Acho que está empatado. 
— Se empatarem a parte debaixo do balde vai se abrir e será a divulgadora que receberá todo o líquido do balde. 
— É acido! Se for acido eu estarei morta! Por favor eu não quero morrer. 
— Eu estou adorando este cheiro de desespero que estou sentindo. 
— Neculai! Pare com isso! Esse jogo está ficando insano. 
— Mas Leon! É assim que se prende uma platéia. Suspense é tudo. Se você não puxar com mais força vai perder. Ha Ha Ha
— As apostas chegaram na casa de cinco milhões de reais e está aumentando.
— Que maravilha. Isso sim é um bom programa de TV. 
— Esperem! minha corrente está presa. Não consigo puar mais. 
— Parece que o Edivaldo está com problemas. Ha Ha Ha. É a sua chance Leon. Puxe mais a corrente. Vamos acabar logo com isso. 
— Isso decepciona-lo Neculai. 
— O que Leon está fazendo? 
— Ele está correndo até a mesa onde a Catarina está amarrada. Agora ele ficou por cima dela. 
— Assim você muda o jogo Leon. 
— Eu não vou jogar o balde em ninguém. Se o balde abrir pelo meno poderei salvar a Catarina. 
— Mas isso é contra as regras. Eu não gosto de udar o meu jogo. Saia daí Leon. O balde logo vai derramar tudo em você. 
— Não me importo. Vai ter que devolver o dinheiro pois o jogo vai tomar outro curso. 
— Não faça isso Leon. Eu...
— O balde abriu. Vejam o liquido está sendo derramado no Leon. Na mesa. 
— Mas... que é isso. Este liquido era só água com sabão. 
— Ha Ha Ha lógico que era. Foi ua brincadeira para meus queridos telespectadores. Foi tudo por diversão. Eu agradeço muito a audiência. Vocês são fantásticos. Palmas para todos. Eu sou o Neculai. Amigo de todos vocês. O vencedor do jogo foi o crítico Edivaldo que não ficou molhado. Ha Ha Ha. 
— Eu ganhei meio milhão. Eu sou o maior crítico da história! 
— Obrigado Leon por sua participação. Seu modo de terminar o jogo foi bem inteligente. 
— Gratidão. Gostei de participar do programa. Até a próxima. 
— Eu vou levar o ganhador Edivaldo para a nossa sala e pagar o seu prêmio. Fechem as cortinas. Obrigado pessoal. Eu sou Solange Pen. 
— E eu, Marco Tong. Até o próximo programa. 
...
— Esperem. vocês fecharam as cortinas mas eu ainda estou preso nas correntes. O que está acontecendo. Tem alguém ai? Me soltem! Quero meu prêmio! 
— Agora o show vai realmente começar.
— É você Neculai? Isso não fa parte do jogo. Me tire daqui. Por que as cortinas baixaram novamente. O balde está novamente cheio. Não tem ninguem aqui. Quem está segurando as correntes do outro lado? Neculai? Socorro! Me ajudem. 
— Quero ver se as correntes realmente funcionam agora.
— Pare com isso Neculai! 
— Seja forte Edivaldo! Ha Ha Ha continue puxando ou eu vou vencer.
— Não! Você é mais forte! Pare com isso desgraçado!
— Ha Ha Ha. Adoro seu desespero! Posso garantir que o liquido do balde não é água e sabão.
— Pare! Socorro! Não! 
— Mas isso seria um desperdício! 
— O que? Não! Não se aproxime! 
— Calma! Ha Ha Ha só vou tirar uma Selfie com você antes do acido cair no seu corpo. 
— Não! 
— Clic! 
— Me solte... me... argh.
— E deixar todo este sangue ser desperdiçado. Eu quero experimentar cada gota deste sangue e desespero. Ha Ha Ha   
— Nao! Naargh! 



Por Adriano Siqueira

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