quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A batalha do ano

 



Arte: Maria Ferreira Dutra


Chygadcarius Oids

Versus

Sidoire


Por

Maria Ferreira Dutra e Adriano Siqueira


A cidade de São Paulo esconde muitos mistérios. Principalmente na região do centro velho.

Alguns acham que o Anhangabaú é um lugar amaldiçoado. Os incendios nas redondezas só deixavam essas cresças mais fortes. O Edifício Joelma foi uma tragédia e era bem próximo da região. 

Muitos viram fantasmas no viaduto do Chá e no Teatro Municipal e os caminhos secretos que levavam até a fonte dos três cavalos. Alguns juravam ver as narinas dos cavalos soltando fogo ao invés de água. 

Bem mais a frente havia o Viaduto Santa Efigênia que nesse momento tinha sete mulheres com roupas escuras fazendo um ritual diabólico.

Sete bruxas reunidas com um grande livro de magia onde envocavam um feitiço. 

No chão. Abriu um grande buraco. Lá, um rio que passa por todo o Anhangabaú se mostrava forte. Os homens haviam tampado esse rio por decadas. 

As Bruxas sabiam o que fazer. Entoavam cantos e gritos para trazer de volta a fúria das águas. 

O monstro marinho mais temido do universo. Chygadcaruis Oids. 

Essa criatura trazia consigo uma legião de Mortos-Vivos. 

Eles começaram a sair do buraco e ficaram esperando as bruxas argumentarem. O enorme monstro marinho se aproximou enquanto uma das bruxas falava segurando o livro. 

Calmamente o monstro pegou o livro e leu algumas frases e riu. 

Com a sua força ele rasgou o livro e jogou no buraco em que ele saiu. 

Percebendo o perigo todas elas correram da sua maneira. Algumas se transformaram em corujas e outras pegaram a sua vassoura. 

Chygadcarius começou a andar pelo Vale do Anhangabaú  e começou a destruir com o seu rabo várias árvores da região. A forma do seu rabo era poderosa. As árvores voavam e batiam nos predios algumas ate caiam na parte de cima do Viaduto do Chá acertando ônibis e carros. O pânico era geral. Muitos corriam tentando se proteger das árvores sendo lançadas. Com um salto o monstro pouso no viaduto e atacou os carros com o seu enorme rabo. 

Um dos carros caiu do Viaduto. Tinha cinco passageiros. A morte era certa. Mas, antes de chegar ao chão o carro foi agarrado por um outro monstro e esse colocou o carro em segurança no chão. 

Esse monstro tinha o corpo de lobo e asas de morcego. Sua cabeça era humana. Seu nome, Sidoire. 

O Monstro pergunta se os passageiroa do carro estavam bem e eles afirmam que sim. 

Sidoire olha para o alto do viaduto e sobe pelas escadas até ver o Chygadcarius segurando um onibus. 


Arte: Adriano Siqueira


Os passageiros estavam gritando dentro do ônibus. O rabo do monstro marinho batia no ônibus quebrando as janelas e amassando o veículo. Arrancava com força partes do ônibus e jogava em todos os carros do local e também no Shopping Light que era do lado. Havia uma banca de jornais dos dois lados do viaduto. Os pedaços da lataria do ônibus destruiu boa parte deles. A policia não podia fazer nada. Eles atiraram mas o monstro colocava o ônibus na linha de tiro. 

Sidoire arrancou um poste e esperou o monstro marinho aparecer.

Quando o rabo do monstro apareceu atrás do ônibus o Sidoire bateu com força o poste no rabo e a criatura gritou e olhou ele.

Sidoire rebateu novamente e dessa vez acertou o poste no peito e ele foi lançado para a banca de jornais. 

O monstro marinho estava enraivecido. Ele levantou um carro e jogou no Sidoire que segurou o veículo e colocou no chão. 

A criatura marinha queria destruir o Sidoire e foi em sua direção. 

Eles se seguraram tentando medir forças.

Sidoire tinha oa braços fortes mas  criatura marinha tinha o seu rabo. Bateu varias vezes no Sidoire fazendo ele sangrar.

Sidoire estava tonto e caiu. Uma das sete bruxas apareceu e disse para o Sidoire que o monstro marinho saiu de lá e para acabar com ele precisava que ele voltasse para aquele buraco.


Arte: Vinícius “Abduch Kun” Abduch


A criatura marinha pegou a bruxa pelo pescoço. Ela jogou um feitiço para transformá-lo em pedra mas o seu rabo era muito poderoso e quebrou as pedras. Chygadcarius mordeu a bruxa e sugou o seu sangue, depois jogou o seu corpo de lado e olhou para o Sidoire dizendo que era hora de acabar com a briga. 

Sidorei viu que algumas correntes apareceram sobre ele e o prenderam. Os mortos vivos estavam amarrando ele. 

A criatura marinha ria e gritava dizendo que dominaria esse mundo e que todos eram fracos sobre a sua soberania. 

Sidoire foi arrastado e preso no bosque perto do Teatro Municipal.

Chygadcarius foi até ele e bateu em seu corpo várias vezes com o seu rabo e com os seus punhos, ele sangrou muito. Estava com o corpo todo ferido.

A criatura marinha pede para que os mortos vivos soltem as correntes. 

Sidoire cai quase sem sentidos pois estava machucado e fraco. 

Chygadcarius disse ao Sidoire que essa era a pena para quem é contra seus planos e que ele não passava de um lixo que seria exterminado para sempre. 

Caído, Sidoire sabia que esse era seu fim. Ele não tinha forças para reagir. Não conseguia enchergar direito. Mas de repente viu um ponto vermelho que brilhava um pouco. Era uma rosa. 

Ele sorriu. Sabia que não morria sozinho. A rosa brilhava e com um pensamento, desejava que a sua amada lua o abraçasse nesse momento e o levasse para sempre. 

Foi nesse momento que a terra começou a tremer. Chygadcarius e sua legião de mortos vivos sentiram o tremor e olharam ao redor para entenderem o que estava acontecendo. 

Um dos mortos vivos apontava para a lua. Todos olharam para o alto  e a lua minguante começou a mudar de fase. 

Chygadcarius ficou em pânico. Ele olhou para os lado e pegou o Sidorei e o viu sorrir. Ele perguntou se era responsavel e pede para a lua parar ou ele morreria. mas Sidoire continuava sorrindo e disse que a lua o amava.

A criatura marinha gritava de raiva pois a lua minguante era de onde vinha o seu poder. 

A lua estava mudando rapidamente para a lua cheia.

Chygadcarius caiu no chão e começou a se debater. Os mortos vivos começaram a correr em direção ao buraco que as bruxas fizeram. A criatura marinha era apenas algo de cor verde que estava mudando. 

Sidoire assiste a mutação da criatura marinha para um simples humano. Ele o segura e o leva para o buraco onde tudo começou. 

Sidoire joga o humano dentro do buraco e a lua joga um raio lunar que fecha o buraco por tempo incerto

Ele olha a lua e dá um sorriso. 

Tudo voltou ao normal agora. 


História de Maria Ferreira Dutra 

E Adriano Siqueira. 


Com amor a lua

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