terça-feira, 10 de novembro de 2020

Relato 3 Chygadcarius Oids

 

Vinícius “Abduch Kun” Abduch


Adriano Siqueira



Cubatão, litoral de são paulo.

Ano era 1999. 


Um relato de horror num pequeno paraíso.


Na região próxima ao Usina antiga Henry Borden foi avistado um estranho ser em uma noite.


Sempre gostei de acampar com meus primos mais velhos e tios, era um costume dos homens da nossa família. Sentir a mata nativa e o ar puro.

Como moramos na região da baixada santista, escolhemos Cubatão para realizar nossa peregrinação na mata.

O local escolhido pelos meus tios foi próximo a usina antiga. Próximo a cachoeira que la encontra, na serra do mar.

Nesse acampamento estava, meus dois tios e dois primos e um amigo deles.

Ali montamos acampamento.

Era para ser um fim de semana perfeito, mas naquela noite assistiríamos o horror de cruzar com aquela criatura.


O fim de tarde se aproximava, meu tio percebeu que não tinha lenha suficiente para ascender a fogueira, e nos deu a ordem de ir coletar, e pediu para voltar rápido, pois ali era perigoso tanto de dia quanto a noite, que deveríamos ser rápidos ir e voltar sem pestanejar.


Quando ele contou que um ser chamado Chygadcarius Oids andava pela aquela área, que era forte e implacável com suas vítimas.

Mas como sempre meus primos riam e satirizavam o que o meu tio tinha nos contado.


Seguimos as ordens do meu tio, pegar lenha e voltar rápido para começar a fazer o jantar.

Fui junto dos meus primos e o amigo deles dentro da mata pegar lenha.

Andamos por alguns minutos e chegamos a uma clareira onde tinha lenha.

Começamos a coletar, mas percebi que eles se afastaram de mim, e foram para um pequeno lago que tinha la.


Os três entraram e começaram a brincar e se jogaram dentro do lago. Me aproximei.. e comecei a chamar eles para voltarmos.


Mas de nada adiantou só ouvir:

-Cala a boca, deixa a gente… Larga isso e vem nadar.


Algo me dizia para não entrar na água, e assim ficaram alguns minutos lá, e eu observando eles. Eis que começou a escurecer, e já estava ficando cansado daquilo.

Queria voltar logo, algo ali me dava medo. A tenebrosidade daquele lugar. Era estranho.

Mas eles não me ouviam… ficavam dizendo que lá era seguro!


Eis que de repente, escuto na mata um som estranho, como se fosse de algo se movimentando.

Já escuro, não conseguia mais ver eles no lago. Mas ainda escutava as vozes…

O barulho na mata continuava, só que mais forte, era como algo se aproximasse…


Chamei os três para sair da água, mas nada deles me ouvir.

Quando soltei a lenha e me aproximei do lago e vi aquela criatura do outro lado.

Aqueles dentes enormes, eram presas… ele tinha um tom escuro, o que deu para os meus olhos verem… afinal com a noite cobrindo a mata, e o vermelho do sol não iluminava quase nada…


Estático fiquei, assustado, aprontei apenas, tentei gritar, mas a voz não saia.. Ficou entalada no fundo da minha garganta… senti meu corpo congelar de medo…

Os meninos não haviam percebido, mas o ser começou se aproximar… Entrou da água do lago num total silêncio, já que os meus primos e seu amigo faziam barulho e não tinham percebido a movimentação do estranho ser.


De longe percebi que o amigo dos meus primos se distanciou, sabe aquela coisa de jovem… querer se exibir, indo mais para o fundo do pequeno lago.


Escutei o amigo do meu primo gargalhando, se exibindo, mas do nada ele afundou…

Meus primos pensaram que era apenas mais uma brincadeira besta, que eles sempre faziam, mas ao longe percebi que era algo estranho… ele emergiu do lago gritando… logo isso chamou a atenção dos meus primos, que tentaram se aproximar, quando o ser emergiu com o corpo do amigo deles com as viceras a mostra.


Com a cena violenta, os dois começaram a tentar correr na dentro da água, e logo saíram e começaram a correr gritando por socorro, mas esqueceram de mim, passaram ao meu lado e não me viram.


O monstro começou a se aproximar rapidamente se movendo dentro da água, vindo em minha direção.

Logo fora ele se aproximou e me olhou de cima para baixo.

Cai no chão sentando, tremendo de medo…

Fechei meus olhos, senti que naquele momento morreria…


Quando senti sua respiração, ofegante de como estivesse com fome, parecia um porco, o mal cheiro que vinha de sua boca… senti que como ele estivesse salivando, prestes a me devorar… mas algo aconteceu…

Ali ele parou, apenas sentiu o cheiro e voltou pra dentro da água, levando o corpo do amigo dos meus primos.


Quando abri os olhos, não vi mais… nem ouvi mais barulho, apenas gritos me chamando…


Aquele encontro me marcou por toda vida…


Dias depois encontraram o cadáver do jovem alguns quilômetros dali.


Ninguém soube explicar… 


Ate hoje lembro daquele dia… e a todos que visitam a região da usina, lhe aviso sobre o ser…


Escrito por Vinícius “Abduch Kun” Abduch


Personagem da

Maria Ferreira Dutra

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